Sérgio: "Lista negra". |
No 1º dia do Júri Popular que julga o advogado Wilton Walter Moraes Dolzanis, no Fórum de Santarém, apenas quatro das 10 testemunhas que deveriam depor foram ouvidas, numa sessão que começou as 08h00 desta quinta-feira (14/06) e foi interrompidas às 22h00. O mais importante testemunho foi do jornalista e advogado Sérgio Fonseca (foto), que reafirmou a existência de uma "lista negra" para por fim à vida de várias pessoas, além do advogado Walter Cardoso, em meados dos anos 1990.
As demais testemunhas serão ouvidas nesta sexta-feira (15/06), antes do interrogatório do réu. Na verdade, haviam 22 testemunhas, entre policiais, advogados e jornalistas a serem ouvidos, mas o MP desistiu de algumas delas e outras não foram localizadas e também foram dispensadas pelas partes. A defesa, tendo à frente os advogados Luís Alberto Mota Figueira, Benones do Amaral, José Ronaldo Campos e Kelly Lobo, tentou adiar o júri por causa da não intimação de uma defesa considerada por ela imprescindível e que mora em Belém ou Ananindeua. O juiz Gérson Marra Gomes acatou o posicionamento do promotor Claudio Lopes Bueno, e manteve a sessão, entendo que o endereço fornecido pelos defensores não estava completo. O réu passou mal ao meio-dia e foi levado a um hospital. Os depoimentos das testemunhas só começaram a ser colhidos nos início da tarde.
Lista negra - O advogado e jornalista Sérgio Fonseca, em seu depoimento, reafirmou tudo o que foi noticiado à época do crime sobre toda a trama que culminou com a morte do advogado Walter Cardoso. Ele disse que, enquanto jornalista e correspondente de um jornal da capital, recebeu a informação de uma fonte de que a morte de Walter teria sido "presente de aniversário" de Raimundo Messias, o Dinho, que era estagiário do juiz Ademar Evangelista, da 4ª Vara Penal de Santarém, à época. Disse ainda que essa morte foi tramada pelo grupo que se reunia em torno dos dois, composto de várias pessoas: os advogados Walter Dolzanis e Lavor Filho; o tributarista Admilton Almeida, dono da AFA Contabilidade e do Jornal O Impacto e o empresário Ronaldo Moreira, da área de combustíveis.
Sérgio disse também que havia uma "lista negra" composta de pessoas que deveriam morrer, da qual ele e o jornalista Celivaldo Carneiro (Gazeta) faziam parte, juntamente com o secretário municipal Osmando Figueiredo e o advogado Walter Cardoso, e que todos seriam executados a mando do grupo que se reunia no escritório de Almeida e que considerava estas pessoas seus inimigos.
Walter Cardoso: morto em frente à sua casa (foto Gazeta) |
Além de Ana, o advogado Antenor Lavor Filho, que era vice-presidente da OAB à época, também confirmou essa fama. Disse também que "Dinho" tinha "mais prestígio que todos os advogados de Santarém, no Fórum e nas delegacias", e que Walter encampou uma luta contra as atividades ilegais do estagiário, que já advogava e influenciava até decisões judiciais. A motivação para Dolzanis querer matar Walter, segundo os depoimentos, seria o fato de ter perdido seu principal cliente para o novo advogado: a família do ex-prefeito de Itaituba Wirland Freire. A última testemunha de ontem, o ex-prefeito de Santarém Ronaldo Campos, confirmou a fama de "Dinho", mas disse que Dolzanis não fez parte da trama que matou Walter.
Os jurados e testemunhas que ainda não foram ouvidas foram confinadas num hotel da cidade. O júri será retomado na manha desta quinta-feira, à partir das 08h00. Dezenas de acadêmicos de Direito, advogados e jornalistas, lotaram a plateia do Tribunal. Não houve distribuição de senhas e a ordem do juiz é manter a lotação de assentos e impedir que pessoas fiquem de pé. As vagas serão ocupadas por ordem de chegada e a previsão de término do júri pode ir até à noite de sexta ou manhã de sábado.
3 comentários:
esperamos justiça ...........
Espião,
Sergio Fonseca, com suas declarações posso com certeza te chamar de um cabra macho.
Parabéns pela coragem
Que os culpados sejam condenados e cumpram a pena, e se por acaso for provado a participacao de advogados que facam por merecer a condenacao.
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