sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Disputa entre Barbalhos e Tucanos pode ser reeditada nas eleições municipais deste ano

De olho na sucessão de Simão Jatene, partidos tendem a repetir coligação de 2014, em Santarém, 
para assegurar palanque na próxima eleição estadual.

A passagem por Santarém do ministro da Secretaria de Portos, Hélder Barbalho (PMDB), na semana passada, para inaugurar as obras de reforma do aeroporto maestro Wilson Fonseca, não podia ser mais simbólica. No aeroporto, estavam quase todos os políticos que devem liderar as articulações para embarcar num voo político que começa com vários monomotores (alguns em voos solo), mas que deve terminar com dois ou três aviões Jumbo zarpando da mesma pista, rumo à Prefeitura de Santarém.
Alexandre não tira o braço do ombro de Chapadinha, na inauguração do aeroporto (foto: divulgação Chapadinha)

Aproveitando a estada de Hélder, contatos foram mantidos com lideranças de partidos como DEM, PT e PMDB que o acompanharam na aventura frustrada de 2014, dando início às articulações políticas das eleições municipais deste ano, mas já de olho nas eleições de 2018. Todos vão querer negar, mas o “start” para o início da construção das mega-coligações já foi dado.
Tendo ao seu lado o senador Paulo Rocha (PT), Hélder deu a senha do que vem por aí: a coligação que o lançou candidato ao Governo do Pará pode ser reeditada nos principais colégios eleitorais do Estado, como Santarém, para lhe garantir palanques na sucessão de 2018.
Essa movimentação peemedebista deve incentivar os tucanos a realizarem a mesma estratégia, provavelmente em torno do atual prefeito Alexandre Von, que deu um abraço simbólico no deputado federal Francisco Chapadinha, durante a mesma inauguração, depois deste também ter lançado sua pré-candidatura na mesma movimentada semana.

O novo ovo da serpente

Quem acompanha de perto o processo de definição de candidatos em eleições, Brasil afora, sabe que cada eleição tem sempre vinculação com o pleito que passou e contribui com a eleição seguinte. É uma corrente de fatos e eventos onde lideranças partidárias buscam melhor posicionamento em eleições municipais, mas não perdem de vista as próximas eleições estaduais e federais.
Após o final das eleições de 2014, uma coisa ficou visível no Pará: a tentativa de volta ao poder, para um novo ciclo, do clã dos Barbalho (através do, agora, ministro Hélder Barbalho), dando um “restart” no movimento iniciado em 1982 que culminou com a ascensão de seu pai, o hoje senador Jader Barbalho. Naquele ano, Jader usou de uma estratégia pragmática ao conseguir ser apoiado por grupos que lutavam contra a ditadura militar e outros que eram a favor da mesma ditadura na Amazônia, como o recém-falecido coronel Alacid Nunes (à época, governador biônico ligado ao PDS, braço da Ditadura).
Com o desgaste da velha raposa da política paraense por envolvimento em escândalos de corrupção – e que nessa caminhada criou várias criaturas que se rebelaram contra o criador, entre elas o atual governador Simão Jatene – a esperança está sendo depositada no filho que é praticamente um clone do pai. Para enfrentar o poderio Tucano, em 2014, os Barbalho repetiram a mesma estratégia de 34 anos atrás misturando alhos e bugalhos numa das coligações mais esdrúxulas de todos os tempos que reuniu peemedebistas, petistas, demistas e comunistas num só balaio, num total de 11 siglas: PMDB/DEM/PT/PR/PDT/PROS/PHS/PCdoB/PSL/PPL/PTN.
Hélder Barbalho e Simão Jatene podem reunir as mesmas legendas de 2014 em Santarém
O grupo venceu o 1º turno faltando um pouco mais de 50 mil votos para não precisar ir ao 2º turno. Depois disso, Jatene, que reuniu outras 15 legendas (PSDB/PSC/PSB/PP/PSD/SD/PRB/PTB/PPS/PEN/PMN/PTC/PSDC/PTdoB/PRP) acabou dando a virada no segundo turno e sepultou a 1ª tentativa dos Barbalho de evitarem o ostracismo a que está sendo relegada outra família poderosa do norte e nordeste: a dos Sarney, fragorosamente derrotada pelo comunista Flávio Dino, no Maranhão.
Agora, o “ovo da serpente” precisa ser reproduzido com maior antecedência para evitar que em 2018 aconteça um novo desastre e os Barbalho sejam sepultados de vez. Manter o PT e o DEM ao seu lado, nesse contexto, é imprescindível para Jader e seu filho. Mas antes disso, há uma eleição municipal no meio do caminho, e é nela que será travado um combate que mais parecerá um “estágio probatório” para o 1º turno de 2018. Dependendo das estratégias e de seus resultados, pode até resultar na vitória em um único turno daqui a dois anos.
E o que serve para um lado, passa a ser necessário para o outro. Jatene já não será candidato em 2018 e vê os tucanos em brigas internas viscerais. Com um governo sofrível no Estado e nos dois maiores colégios eleitorais, Belém e Santarém, uma vitória dos Barbalho num 1º turno em 2018 não deixa de ser plausível. E reunir grande parte dos mesmos aliados de 2014 passa a ser fundamental para os tucanos, principalmente em municípios como Belém e Santarém.
Na tabela ao final deste artigo, uma projeção para onde vão as legendas partidárias, até agosto (último prazo para as convenções municipais).

Candidaturas vão diminuir sem 2º turno

Antes do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) anunciar que Santarém passaria por um recadastramento eleitoral biométrico, havia grande festa entre partidos de menor expressão com a possibilidade de haver, pela primeira vez, um segundo turno nas eleições municipais daqui. E até se falava no lançamento de mais de uma dezena de candidatos! Só que agora, pouca gente acredita que isso ocorra.
Dos atuais 202.179 eleitores cadastrados, segundo contas de analistas do TRE, um pouco mais de 180 mil devem se recadastrar até 26/03/2016, último prazo dado pela Justiça Eleitoral. O motivo maior disso é a evasão populacional que ocorre há décadas para outros centros, em busca de melhores oportunidades, sendo que a maioria desses migrantes preferiu manter o antigo domicílio eleitoral e garantir a cômoda posição de votar em trânsito e esquivando-se de opinar sobre o futuro de sua cidade (tanto a de origem, como a atual).
Agora, os títulos desses cidadãos serão cancelados e estes serão obrigados a buscar seu recadastramento na cidade em que se encontram atualmente. Dificilmente, a maioria daqueles que mora fora de Santarém venha a se recadastrar aqui. Assim – mais uma vez – Santarém pode perder a chance de eleger um(a) prefeito(a) em segundo turno. Desde 1985, quando foi restabelecida a escolha de um prefeito através do voto (em 1966, Elias Pinto foi o último eleito e, cassado, viu dois anos depois, já sobre a égide da Ditadura Militar, Santarém tornar-se Área de Segurança Nacional com nomeação de prefeito biônico), apenas Lira Maia conseguiu mais de 50% dos votos em 2000 e já houve candidato eleito com menos de 30% dos votos!
Pela importância de Santarém no mapa político do estado, já se faz necessária uma escolha em dois turnos para que o prefeito eleito sempre tenha o apoio de mais da metade do eleitorado. Sem isso, ficamos à mercê do revezamento de caudilhos no poder. Entre os anos 1980 e 1990, Ronan Liberal e Ronaldo Campos se alternaram no poder, ou se aliaram quando surgiram novas lideranças. Em 1992, um novo ciclo foi iniciado: os Corrêa, que há 150 anos disputam o poder local, fizeram na gestão de Ruy Corrêa uma espécie de rearrumação do cenário político e administrativo.
Pode-se afirmar que a gestão de Ruy foi um governo de transição entre o período de Ronan e Ronaldo e o dos Maia e Martins. Em 1992, Ronaldo foi cassado e Lira Maia foi colocado em seu lugar, no último instante, enterrando os sonhos de dar seguimento ao ciclo anterior, e ao final de quatro anos daquela gestão começava a disputa de um novo dueto: Maia contra Martins. Lira Maia, com vida política própria e não representando mais nem Ronan e nem Ronaldo, ficou oito anos no poder. Depois foi a vez dos Martins. Na eleição passada, os Maia voltaram através de seu maior (inclusive em tamanho) aliado: Alexandre Von, mas de lá para cá muita coisa mudou nessa relação.

Fogo amigo no ninho Tucano

O ex-prefeito e ex-deputado Lira Maia, sem dúvida ainda é um nome a ser considerado no jogo político (em que pese estar sem mandato e passar por momentos delicados de sua saúde, usando muletas e cadeira de rodas), na articulação para a eleição do(a) futuro(a) prefeito(a). No momento, há quase uma certeza de que ele e seu grupo não devem apoiar a reeleição de seu parceiro de 20 anos na política, o atual prefeito Alexandre Von, pois o relacionamento entre ambos já não é tão próximo como antigamente e a relação com os Barbalho parece ser mais cativante.
Se pudesse, Alexandre já teria deixado Maia de lado há muito tempo e formaria um grupo só de tecnocratas amigos seus, mas por causa de sua ojeriza pela política (na verdade, nesta área, ele é como um macaco solto numa loja de porcelana) sempre precisou de um bom articulador o que o levou a depender muito do velho parceiro e de seu grupo. A inclusão de Santarém na programação do recadastramento biométrico deu um novo alento a Von, a ponto deste vir a público confirmar sua candidatura mesmo sem o apoio irrestrito de Maia.
Sem um segundo turno as chances de Von seguir carreira solo são maiores, mesmo com a imagem corroída por uma administração com gosto de chuchu. Mas para que isso se torne mais real, o prefeito terá que diminuir o “fogo amigo” que vem de candidaturas lançadas de seu mesmo bloco, como a do deputado federal Francisco Chapadinha (PSD) – incentivado pelo quase-morimbundo-político Helenilson Pontes, ex-vice-governador e ex-secretário estadual de Educação – e do empresário Olavo das Neves (PRP), que teria apoio de uma ala do PSDB estadual. A dependência de Jatene, no papel de bombeiro para apagar esse fogo, é fundamental para o projeto de reeleição de Alexandre Von.

PMDB de volta ao poder?

A anunciada saída do médico Nélio Aguiar (DEM) do governo Von, no final do ano passado, parece ser a mais clara evidência do início da formação de uma “alternativa barbalhista” à reeleição do tucano santareno. É bem verdade que  do ponto de vista administrativo, a candidatura de Nélio, consolidada pelo DEM ou pelo PMDB, significará apenas a troca de um chuchu por outro no comando da Prefeitura, mas nesse caso Maia voltará a ter maior desenvoltura na indicação de nomes para secretarias estratégicas, já que Von cortou seu acesso (principalmente às grandes verbas de infraestrutura) ao criar o NGO – Núcleo de Gerenciamento de Obras, chefiado por um tucano de confiança vindo de Belém, Geraldo Bitar (apesar deste também estar envolvido em processos de malversação de dinheiro público).
Nélio, Maia e Von: Trio desfeito? (Foto: Jeso Carneiro)
Nélio surgiu na política como a esperança de uma renovação nos quadros nordestinos da política local, em meados dos anos 2000, junto com Helenilson Pontes. Os dois chegaram a formar uma “dupla siamesa” que queria resgatar o orgulho nordestino, lançando-se candidatos a deputado estadual e federal, respectivamente pelo PMN e PPS. Apoiaram o governo Maria, flertaram com Barbalho e Jatene, depois apoiaram o Governo Von, até seguirem caminhos opostos em 2014. Nélio havia conseguido uma vaga para deputado estadual quando o titular morreu em acidente de aviação e começou a querer alçar novos voos na política. Deixou seu partido e resolveu tentar uma vaga na Câmara Federal com o apoio de Lira Maia, pelo DEM, e acabou conseguindo apenas outra suplência. Desde lá vem acalentando o sonho de ser prefeito de Santarém, principalmente porque Maia não pode concorrer e ainda não tem nomes mais fortes de sua família para defender na sucessão de Von.
O rumor de que Nélio deve passar para o PMDB é forte e plausível. Ao se filiar ao PMDB, Nélio diminuiria as resistências petistas para uma futura coligação e poderia pacificar outras candidaturas que se lançaram com muita antecedência e que perderão fôlego nos próximos meses, como a do empresário Paulo Barrudada (PROS). O DEM não seria cabeça de chapa e o senador Paulo Rocha poderia articular melhor com os Martins uma união aos moldes de 2014, com a bênção dos Barbalho. Quanto aos outros, restará disputar com o PT a vice de Nélio, se este se consolidar como o candidato perfeito para os planos barbalhistas.
Antes, porém, é preciso amaciar Antonio Rocha, o onipresente líder peemedebista. Um dos argumentos mais fortes será o da necessidade de renovação no partido, sem que ele perca seu posto. Rocha sempre teve respeito dos Barbalho na política local, até porque como empresário de navegação, bem-sucedido, sempre bancou o partido na região. Mas desde sua derrota em 2014 para mais um mandato estadual, perdeu um pouco desse prestígio. O novo líder da região, ungido pelos Barbalho, é o ex-prefeito de Uruará, Eraldo Pimenta, que tem atuado de forma voraz nos bastidores do PMDB da região, chegando até a derrotar Rocha em Mojuí dos Campos e Belterra quando conseguiu indicar novos presidentes locais, em 2015. Mas Rocha fez valer sua força e retomou o que havia perdido temporariamente.
Desta feita, os Barbalho terão que evitar esse tipo de atrito. Voltar ao poder municipal é um sonho acalentado pelo PMDB desde o fim do ciclo Ronan/Ronaldo, em 1992: Ruy Corrêa foi eleito pelo PSB naquele ano, com apoio do PT, e no início do governo entrou no PMDB (para conseguir vaga de deputado federal para seu pai, Ubaldo Corrêa); quando Maia (que era peemedebista histórico) se elegeu em 1996 pelo antigo PFL, chegou a retornar ao PMDB por um breve período enquanto lhe foi conveniente, e depois voltou novamente ao seu partido, já chamado de DEM; no segundo governo petista (2009-2012), o PMDB de Rocha chegou a vice-prefeitura através do filho José Antonio Rocha e até assumiu o governo, por seis meses, através do presidente da Câmara, o ex-vereador José Maria Tapajós, enquanto se resolvia o imbróglio da reeleição de Maria do Carmo no TSE. Já são 24 anos longe do poder, efetivamente. Pode ser a hora de voltar, mesmo que de forma enviesada com um político que não tem tradições peemedebistas.

A encruzilhada petista

A professora universitária Socorro Pena (PT) interrompeu este ano, por algum tempo, sua tentativa de conseguir um doutorado pela Unicamp para tentar estimular as bases petistas a readquirirem a autoestima perdida depois da derrota de 2012 e diante do cenário nacional que devassa a sigla liderada pelo companheiro Luís Inácio Lula da Silva. Como antiga militante petista – dos tempos em que era pupila do padre Edilberto Sena e consolidou um discurso ambientalista ao ajudar a criar ONGs como GDA e Ceapac (ambas sem maior expressão no cenário local atualmente) – Socorro mudou um pouco sua trajetória no PT ao se casar com o médico Everaldo Martins e anulou-se como liderança de vanguarda para participar do projeto de ascensão da cunhada Maria do Carmo como nova liderança regional petista, a partir de meados dos anos 1990. Agora, com os Martins mais enfraquecidos no cenário local, atendeu ao apelo de sua tendência, a Unidade na Luta (UL), e lançou sua pré-candidatura à Prefeitura de Santarém.
Desde o ano passado, vem acompanhando a desistência, um a um, de outros pretensos candidatos do partido ao mesmo cargo: primeiro, seu ex-cunhado, o médico Carlos Martins, teria sido convencido a renunciar, estrategicamente, pela mesma tendência, em seu favor; depois foi a vez do deputado Airton Faleiro, da tendência Construindo um Novo Pará (CNP), também se retirar por não encontrar eco às suas intenções nem mesmo em seu grupo; por fim, a adversária que poderia dar mais dor de cabeça, a professora universitária Lucineide Pinheiro, da Democracia Socialista (DS), candidata derrotada em 2012, também se retirou alegando decisão de cunho pessoal. Seu grupo, ao que parece, decidiu não lançar outro nome, acreditando no compromisso de Socorro de manter uma postura à esquerda e sem influência dos Martins.
As desistências evitaram a realização das chamadas “consultas prévias”, processo interno desgastante do partido, que começou a ser abolido nos últimos anos, até de forma truculenta, por Lula, para que ele ou outros líderes regionais pudessem indicar quem o grupo majoritário do partido achar melhor para ser representante dos ideais petistas em determinadas eleições, mesmo que de outro partido. Foi o caso de Dilma para a sua sucessão, e de Haddad para a prefeitura de São Paulo ou ainda de Alexandre Padilha para o governo paulista, dos quais Lula foi padrinho. No Maranhão, Lula conseguiu levar parte do PT para apoiar os Sarney em 2014, e viu a derrota por um de seus principais aliados no cenário nacional, o PCdoB. Em 2014, o petista usou do mesmo expediente no Pará, ao “enquadrar” os petistas a engolirem a candidatura do aliado Barbalhinho para o Governo, para concentrar as forças na eleição de Paulo Rocha para o Senado, tática que teve sucesso parcial e grande desgaste político, principalmente em Santarém por obrigar petistas a conviverem com seu maior adversário, Lira Maia.
Há quem diga que o mesmo deve ocorrer este ano nas eleições municipais. Paulo Rocha esteve no “lançamento oficial” de Socorro em reunião com várias lideranças partidárias na semana passada, mas em nenhum momento falou da candidatura dela. Apenas defendeu a sigla que vem sendo atacada pela mídia nacional. No mesmo evento, os Martins (Maria do Carmo, Everaldo et caterva) estrategicamente sumiram para deixar Socorro assumir seu papel de “boi de piranha” e amansar a militância petista. Mas no final do encontro, o médico Carlos Martins chegou ao local e teve sua presença várias vezes registrada pelos organizadores.
Lançamento de Socorro Pena, com líderes de outros partidos (foto: Jeso Carneiro)
Mas foi outro Rocha, o do PMDB que deu a senha no encontro petista: “quem estiver melhor nas pesquisas, será candidato desse bloco”. Só após a saída de Helder do cenário local é que Paulo Rocha falou, em entrevista coletiva, sobre o processo interno de escolha do candidato do PT nas eleições de 2016, quando o nome de Socorro foi citado como candidata. Paira no ar que o nome de Socorro não seja definitivo e que Carlos Martins possa ser uma alternativa para futuras composições. E tudo começou quando a ex-prefeita Maria do Carmo (PT), no ano passado, anunciou publicamente que quer ser vice do Barbalhinho em 2018, o que estraga os planos de sua ex-cunhada de construir uma alternativa fora das garras peemedebistas, o que pode contribuir para um desmantelamento das bases do PT, principalmente aquelas que apostavam na candidatura Lucineide.
A encruzilhada petista deve continuar pelos próximos meses. A militância clama por uma guinada à esquerda, mas os Martins e seus aliados de “rocha”, vão continuar com a barba(lho) de molho…

Coadjuvantes buscam luz própria

Dos 35 partidos existentes no Brasil pelo menos 32 podem estar organizados até março deste ano para participar das eleições locais. E caso o recadastramento ultrapasse as expectativas e alcance os 200 mil eleitores, um segundo turno, com certeza, ocorrerá em Santarém, pois dificilmente qualquer dos atuais pré-candidatos conseguirá 50% + 1 dos votos na atual conjuntura, mesmo que se reúnam em duas ou três coligações. Alguns partidos podem até questionar o TSE sobre a possibilidade de manter o número de eleitores que já estavam cadastrados antes da biometria, para que a possibilidade de segundo turno seja mantida, mas dificilmente tal pedido encontrará eco na Justiça Eleitoral.
Além dos pré-candidatos já citados, existem outros nomes que vem sendo lançados desde o ano passado por várias legendas. Esse lançamento é natural e faz parte do jogo político. Todos os partidos lançam suas figuras de proa, na esperança de que elas cresçam e consigam entrar no jogo político. No mínimo para compor uma coligação como vice ou, pelo menos, ser um nome com condições de disputar uma vaga na Câmara Municipal. E cada um usa de estratégias de marketing para popularizar seus nomes pelas redes sociais e pelos diversos blogs noticiosos.
Há também o processo de sedução e aliciamento de legendas menores, cujas lideranças precisam de apoio logístico para sobreviver. Em alguns casos, as legendas pulam de candidato a candidato, num processo desgastante de negociações envolvendo inclusive aportes financeiros, o que acaba denominando-as de “siglas de aluguel”. Ao final, em muitos casos, são os líderes partidários estaduais que definirão o posicionamento de sua “matriz”, dependendo de acordos feitos na capital.

O “Senhor dos Hotéis”

O empresário roraimense Paulo Roberto Francisco da Silva, conhecido como Paulo Barrudada, instalou-se em Santarém há sete anos ao adquirir o falido Tropical Hotel Santarém. Dono de outros dois hotéis em Roraima e Fortaleza, além de investir no ramo de transportes, Barrudada é uma das figuras mais enigmáticas destas eleições e pode ter papel importante nela. Ou não.
Com a voracidade de empreendedor no ramo de turismo, o “Senhor dos Hotéis”, como o tenho chamado nas redes sociais, tem gosto pela política partidária da qual já participou inclusive como candidato a deputado estadual em Roraima, pelo antigo PST e PMDB, há mais de dez anos. Terminou como suplente e chegou a assumir o cargo temporariamente. Invoca a seu favor a pretensa amizade com o senador por Roraima, Romero Jucá (PMDB), um dos políticos mais influentes do partido a nível nacional.
Desde sua chegada a Santarém, Barrudada investiu pesadamente em marketing comercial e pessoal, patrocinando blogs, programas de rádio e TV e até montou um jornal impresso (Tapajós Agora, o qual já repassou aos jornalistas que o editavam). Através das redes sociais passou a imagem de empresário competente ao dar nova vida a um dos símbolos do desenvolvimento econômico de Santarém da década de 1970, o Tropical Hotel, agora com seu nome adicionado à fachada.
Usando de seu poderio econômico, tentou se aproximar de movimentos sociais apoiando projetos de cunho social e abusando do expediente assistencialista, em alguns casos, o que popularizou seu nome. No ápice desta imersão nas bases populares, aliou-se a um organizador de invasões ou ocupações em áreas desabitadas com o qual fundou o PROS, que no Pará é comandado pelo prefeito de Marabá, João Salame, e que por conta disso conseguiu votos em Santarém que ajudaram a eleger seu irmão, Beto Salame, deputado federal. É no PROS que Barrudada tenta sustentar sua candidatura, mas se qualquer partido acenar e garantir sua candidatura estará disposto a mudar rapidamente. Ele trabalha freneticamente nos bastidores para que o PMDB o adote. Sua esposa já foi recebida no partido pelo próprio Hélder, o que poderia ser um sinal de futura adesão, pelo menos para uma candidatura a vice. Ou apenas um prêmio de consolação: a garantia de apoio à eleição de sua esposa, Fabrícia, para uma vaga na Câmara Municipal, em troca de sua retirada do cenário em favor de outro candidato.
Barrudada, Helder e Rocha: Fabrícia é compensação eleitoral?
Barrudada, desde que chegou em Santarém, é reconhecido por apoiar financeiramente vários candidatos. Independente de partido ou ideologia. De alguns chegou a vestir a camisa, como Maurício Corrêa (PSD), que tentou eleger como deputado estadual em 2014, sem sucesso. E na tentativa de concentrar legendas para seus projetos, chegou a financiar membros do PCdoB local e impôs dois nomes para a presidência do partido em 2014: o blogueiro Juscelino Kubitschek e seu funcionário do hotel, Diego Pinho, usado para dar aquele famoso abraço em Jatene, em nome do PCdoB, explorado por blogueiros locais que eram contra a candidatura de Hélder Barbalho. Esse fato foi a gota d´água que levou o presidente estadual do PCdoB, Jorge Panzera (que disputava uma vaga na Câmara Federal, pela coligação de Hélder) a destituir toda a direção local antes do fim do 2º turno de 2014.
Barrudada é como um buraco negro no espaço: suga (ou tenta sugar) tudo que reluz ao seu redor. É conhecido também por seu destempero quando é questionado por suas atitudes, o que destoa da imagem paternal que tenta difundir nas redes sociais. Já até utilizou o serviço de blogueiros para intimidar adversários com postagens para denegrir quem não concorda com suas ações (depois desse artigo, provavelmente fará o mesmo com este escriba). O fato mais contundente foi quando “peitou” o prefeito Alexandre Von, por causa de uma multa aplicada contra seu hotel, com uma nota reverberada por quase todos os blogs aliados, o que fez o prefeito recuar da cobrança. Essa postura já o fez perder muitos de seus aliados, mas ainda mantém as esperanças de ser lembrado pelo menos pra ser vice em alguma coligação.
Por enquanto, Barrudada mantém seu discurso de pré-candidato, mas dificilmente seu tino empresarial o levará à uma aventura sem apoio de um grande bloco. Se mesmo assim insistir em manter uma candidatura, sem consistência, corre o risco de ser mais um candidato folclórico como em outras eleições de Santarém, como o médico Marcos Andrade (aquele que andava na lama no horário eleitoral), em 2000, ou como o piloto Joaquim Hamad (de projetos megalômanos e impraticáveis) em 2008, ou Rubson Santana (de propostas vazias), em 2012.
Uma coisa é certa: Barrudada tem tudo para conseguir entrar na história da política santarena, como uma boa empreitada ou como mais uma barca furada.

A volta de Osmando Figueiredo

Um dos grandes articuladores políticos locais (mesmo que utilizando expedientes pouco éticos, como dossiês contra adversários), com uma atuação de 20 anos nos bastidores da política, parecia morto e enterrado depois da sucessão de fracassos nas últimas eleições. O advogado Osmando Figueiredo quer retornar ao cenário, depois de ter levado seu “know-how” político para Alenquer, apoiando o prefeito de lá, Flávio Marreiro. Tornou-se, como aqui, a eminência parda do governo ximango e foi adorado e odiado na mesma proporção. Marreiro, agora, foi cassado novamente, e ao que parece as relações com Osmando já não são as mesmas.
Bruno e Osmando contra Giovanni: PDT é passado? (foto: Bruna Jaqueline)
Depois de brigar com o líder estadual de seu partido, o ex-deputado Giovanni Queiroz, Osmando deixou o partido que comandava desde 1992, e anunciou que vai tentar reeleger seu filho, Bruno Figueiredo, como vereador, e que pode ser candidato a prefeito (usou desse expediente em 2012, que eu afirmei não ser verdade naquela ocasião). Osmando flertou com o PSL, com o DEM e acabou entrando no minúsculo PTdoB, de Joaquim Hamad, sem perder o controle sobre o PDT, dirigido por um antigo aliado. Ele já se movimenta nos bastidores (com menos desenvoltura do que em passado recente), mas sabe como usar a informação e contrainformação através de seu blog, redes sociais ou plantando notícias em blogs amigos.
Pelo método de trabalho muito idêntico de cooptação de aliados, Osmando chegou a se aproximar de Barrudada, mas em dado momento as relações se estremeceram e hoje só há cobras e lagartos a serem ditos entre os dois. Pode ser que não consiga o que pretende nestas eleições, mas não se pode dizer que Osmando não seja persistente. Seu retorno ao jogo político acontecerá devagar e só se consolidará se conseguir uma nova vaga para o filho, na Câmara Municipal. Mas certamente será responsável por futuras manchetes bombásticas, principalmente quando quiser atingir desafetos com seus famosos dossiês. E com a internet, hoje, fica mais fácil reunir provas para desancar determinados adversários que mostram ser uma coisa, mas são totalmente diferentes.

Quem cansou de financiar, quer agora seu espaço

Empresários sempre foram procurados para financiar campanhas de todos os partidos. Em nível nacional, a Operação Lava-jato demonstra o que já se sabia (parafraseando Shakespeare): há mais coisas entre o financiamento de uma empresa e um candidato eleito do que possa imaginar nossa vã filosofia. Nesse contexto, muitos empresários que tem contribuído para alavancar candidaturas, começam a querer passar pro lado de lá. O movimento não é novo, e Chapadinha foi o primeiro deles. Mas em Santarém, a partir do plebiscito pela criação do Tapajós, pelo menos um desses empresários vislumbrou a possibilidade de mudar o cenário político local.
Olavo das Neves: vice de Alexandre?
Olavo das Neves, liderança empresarial regional e que foi um dos responsáveis pela arrecadação de fundos para a Frente pela Criação do Estado do Tapajós, como empresário bem-sucedido há mais de 15 anos, lidera o grupo dos autoproclamados “setores produtivos” em torno da Associação Comercial e Empresarial de Santarém. Essa liderança, principalmente durante o plebiscito de 2011, chamou a atenção de Simão Jatene que tratou de cooptá-lo levando-o para o seu governo e dando-lhe um cargo de segundo escalão, quase decorativo, mas o suficiente para transformá-lo numa opção de candidatura que, segundo se comenta, teria apoio de uma ala do PSDB estadual descontente com o prefeito Alexandre Von.
Olavo sempre negou que entraria na política, mas no ano passado resolveu se filiar no minúsculo PRP e no final do ano lançou-se como pré-candidato à Prefeitura de Santarém. É um nome com forte apelo junto ao empresariado, mas isso não basta para ser eleito. Pensando nisso, Olavo liderou o Fórum das Entidades Representativas da Sociedade Civil Organizada do Oeste do Pará, que reúne entidades empresariais e do movimento social, conseguindo uma certa penetração nos grupos mais populares.
Como já disse acima, creio que Olavo também será convencido a abandonar sua candidatura, e pode ser um forte vice para Alexandre Von, se Jatene souber fazer a costura. Para isso terá que driblar vários políticos experientes que sonham em ser vice do atual prefeito, caso Lira Maia realmente se afaste em definitivo da parceria. Entre os que almejam a vaga estão vereadores como Reginaldo Campos (PSB), presidente da Câmara Municipal, Marcela Tolentino (SD), candidata ao Senado bem votada em Santarém. Há também o Chapadinha, que se desistir da candidatura poderá querer indicar um nome de seu partido para compor com Von.

Pontes que ligam nada a lugar nenhum

Helenilson Pontes já pode ser considerado sinônimo de fracasso na política santarena. Depois de perder uma eleição para deputado federal em 1998, acreditou que era uma boa referência política e negociou aliança com o PT, deixou o PPS pelo PMDB e voltou para o PPS para ser jogado no colo do PSDB, em 2010. Tornou-se homem de confiança do governador Jatene, quando juntos derrotaram a combalida candidatura petista de Ana Júlia. A vaga de vice naquelas eleições era de Arnaldo Jordy (PPS), mas este preferiu dá-la a Helenilson e partiu para conquistar a vaga de deputado federal.


Os "ex-siameses" Nélio e Helenilson (foto: O Impacto)
Como vice, Helenilson perdeu a chance de ter um posicionamento mais consistente no plebiscito de 2011, e acabou com a pecha de traidor do sonho dos tapajoaras. Entrou no PSD do qual é presidente estadual e sonhava ser o sucessor de Jatene, mas os Tucanos reagiram e ele acabou como candidato ao Senado, levando uma surra de Paulo Rocha (em Santarém apanhou também de Marcela Tolentino). Como secretário estadual de Educação, no terceiro governo Jatene, tropeçou em sua arrogância e saiu pela porta dos fundos.
Agora tenta aparecer nas eleições municipais impulsionando a candidatura de Francisco Chapadinha a prefeito, político que não precisou de seu apoio para se eleger. É uma candidatura apenas para futuras negociações. Chapadinha tenta ganhar musculatura de líder político em seu primeiro mandato, mas dificilmente prosseguirá com essa aventura municipal. Ao final e ao cabo, os pessedistas convergirão para onde Jatene mandar, ou seja, apoiar Alexandre Von.
Helenilson é uma ponte que liga nada a lugar nenhum. No mesmo diapasão, seu irmão, o empresário Alysson Pontes, assumiu o PP e vem trabalhando para se lançar como opção no cenário local, mas segue caminho oposto ao do irmão (há quem diga que não se bicam), flertando inicialmente com o grupo pró-Barbalho. No final, deve se contentar com uma candidatura à Câmara Municipal.

Discrição e fidelidade tapajoaras

O campeão de mandatos como vereador em Santarém, José Maria Tapajós, depois de tentar ser prefeito pelo PMDB, em 2012, resolveu buscar uma sigla menor e que sempre foi satélite do partido. Filiou-se ao PHS e começou a articular sua pré-candidatura como prefeito. Recentemente, foi convidado a assumir o PR, sigla mais consistente que estava quase abandonada nas mãos do ex-deputado Hilário Coimbra.
José Maria Tapajós: em busca de consolidar-se liderança regional
O PR é liderado no Pará pelo deputado federal Lúcio Vale e seu pai Anivaldo Vale, que têm boas relações com os Barbalho. Nesse contexto, o nome de Tapajós pode crescer para futuras negociações no mesmo bloco já citado acima, com possibilidades, também, de disputar a vaga de vice de Nélio Aguiar. Se for preterido, Tapajós é político fiel a decisões de grupo e de posturas discretas e saberá negociar uma compensação.
Poderá, por exemplo, ser um candidato para tentar a tão sonhada vaga de deputado estadual que já perseguiu em outras eleições (em 2014, pelo PHS, foi o 8º mais votado de sua coligação, mas sua candidatura foi impugnada pela Justiça Eleitoral) para provar que não é apenas uma liderança circunscrita ao Tapajós e Arapiuns. Esse papel é assumido, agora, pelo filho vereador, Júnior Tapajós, que deve tentar a reeleição pelo PMDB.

Em busca de uma terceira via

O PSOL é um partido que desde sua criação em 2005, a partir de divergências internas do PT, busca se consolidar como terceira via, em nível nacional, diante dos grandes blocos liderados por PT e PSDB, com o PMDB pulando de um lado para o outro e dezenas de siglas como coadjuvantes.
Em Santarém, o partido tentou chegar à Prefeitura em duas oportunidades (de forma solitária): 2008 e 2012. Também tentou vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, mantendo uma performance em votos que demonstra um crescimento de sua militância e principalmente a consolidação de seu principal líder: o professor Márcio Pinto, liderança do Sinttep, sindicato da categoria.
Márcio Pinto: pode ser o vereador mais votado.
Este ano, o PSOL resolveu mudar de estratégia e tenta uma vaga no parlamento local. Márcio Pinto deve ser o candidato a vereador e com grandes possibilidades de uma votação histórica, diante do desencanto do eleitorado com os vereadores eleitos. Na condição de suplente de deputado federal, Márcio pode conseguir uma vaga na Câmara Municipal e até sonhar em assumir o mandato federal, caso o deputado Edmilson Rodrigues seja candidato a prefeito de Belém e consiga se eleger. O PSOL sabe que apesar de todo o esforço de sua militância pode não alcançar o quociente eleitoral de 2016, que deve girar em torno de 7.000 votos para eleger um vereador, seja por partido ou coligação.
Diante disso, o partido tenta montar com outras legendas uma frente popular, aproveitando o vácuo deixado pela esquerda petista. Há conversas avançadas com o PCdoB, que tenta se desgarrar do PT, e do recém-criado Rede Sustentabilidade, de Marina Silva. Na disputa para a Prefeitura, ainda há discussão sobre alguns nomes que deverão encarnar o discurso da terceira via. Um dos que chegou a ser cogitado era o da professora Lucineide Pinheiro, que poderia sair do PT para integrar a nova frente, mas acabou desistindo de se candidatar a qualquer cargo.

Resumo da Ópera na “sopa de letrinhas”


Fechando esta análise, apresento abaixo um quadro sintético sobre o posicionamento dos partidos em Santarém, diante do quadro acima exposto. Como todas as informações já narradas, posso afirmar que o dinamismo das relações inter-partidárias podem mudar levemente algumas projeções. A ordem das siglas é por data de criação em nível nacional e o link da sigla leva ao site oficial da agremiação:


PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO (PMDB/15) - Comandado pelo ex-deputado Antonio Rocha pode liderar uma coligação com vários partidos, tendo como candidato o médico Nélio Aguiar, que pode sair do DEM;

PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB/14) - Tem à frente o jovem empresário Darllan Maia (parente distante de Lira Maia) que também quer ser candidato a prefeito, mas deve ser demovido de sua ideia pelo presidente estadual do partido, Josué Bengston, para apoiar Alexandre Von (ou mesmo a candidatura que vier do PMDB, Bengston sabe ser bem pragmático) e se candidatar a vereador;

PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA (PDT/12) - Tem como líder o sindicalista Raimundo Trindade, aliado de Osmando Figueiredo. Deve seguir o comando de seu antigo chefe;

PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT/13) - A pré-candidata Socorro Pena jura que manterá seu nome na disputa pelo bem do partido, mas o senador Paulo Rocha, aliado de Jader, deve convencê-la do contrário;
DEMOCRATAS (DEM/25) - Lira Maia, líder estadual do partido, tenta se reerguer depois do revés de 2014, quando teve três derrotas: como vice de Hélder Barbalho, a não eleição do sobrinho favorito Henderson Pinto como deputado estadual e a derrota de Nélio Aguiar para uma vaga na Câmara Federal. Tenta emplacar Nélio no PMDB, para liderar uma mega coligação;

PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PCdoB/65) - Depois de sair das mãos de Barrudada, o partido tenta se desgarrar do PT para compor uma frente popular com o PSOL;

PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB/40) - Comandado por Reginaldo Campos, presidente da Câmara Municipal, tenta ganhar mais espaço no bloco de Alexandre Von;

PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA – (PSDB/45) - Está na Prefeitura e tentará a reeleição de Alexandre Von, encabeçando uma coligação com aliados de Jatene em 2014;

PARTIDO TRABALHISTA CRISTÃO (PTC/36) - Há poucas informações sobre quem comanda essa pequena legenda. Em 2012, apoiou Rubson Santana, do PSC;

PARTIDO SOCIAL CRISTÃO (PSC/20) - Partido do vereador Geovanni Aguiar, primo do deputado federal Francisco Chapadinha. Pode passar para o comando de Reginaldo Campos, numa negociação com seu presidente estadual, o vice-governador Zequinha Marinho. De qualquer forma deve apoiar a candidatura Von;
PARTIDO DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL (PMN/33) - Comandado pelo líder comunitário Zequinha Franco, tem como líder estadual o ex-deputado e sindicalista Zé Francisco, aliado de Jatene;

PARTIDO REPUBLICANO PROGRESSISTA (PRP/44) - Liderado pelo empresário Olavo das Neves, que é pré-candidato a prefeito. Grandes possibilidades de integrar bloco de Von, inclusive com chances de ser o vice;

PARTIDO POPULAR SOCIALISTA (PPS/23) - Liderado pelo vereador Dayan Serique, deve continuar no bloco de Von;

PARTIDO VERDE (PV/43) - O presidente do PV, Mathias Júnior, é hoje o super-secretário de Alexandre Von. Deve se manter na coligação e até surpreender ocupando o lugar do vice, se o DEM abandonar a coligação;

PARTIDO TRABALHISTA DO BRASIL (PTdoB/70) - Liderado pelo piloto de avião Joaquim Hamad e pelo advogado Osmando Figueiredo. Deve compor o grupo encabeçado pelo PMDB;

PARTIDO PROGRESSISTA (PP/11) - O empresário Alysson Pontes, irmão de Helenilson Pontes, diz que é candidato a prefeito. Mas deve acabar como candidato a vereador e apoiar a candidatura do PMDB, ou mesmo a de Alexandre Von. Depende do que disser o eterno líder estadual Gerson Peres, que já atuou dos dois lados;

PARTIDO SOCIALISTA DOS TRABALHADORES UNIFICADO (PSTU/16) - Tem filiados, mas não tem comissão provisória organizada em Santarém, portanto não deve entrar na disputa;

PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB/21) - Não tem qualquer organização em Santarém;

PARTIDO RENOVADOR TRABALHISTA BRASILEIRO (PRTB/28) - Atualmente tem como líder o vereador Sílvio Amorim, mas há indícios de que ele deixará o partido para ingressar no PSC. Deve deixar alguém sob suas ordens;

PARTIDO HUMANISTA DA SOLIDARIEDADE ( PHS/31) - Depois da saída de José Maria Tapajós vem sendo liderado pelo jovem acadêmico de ciências sociais Marcos Munhoz. É conhecido como partido-satélite do PMDB;

PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA CRISTÃO (PSDC/27) - Há rumores de que o partido está sob o comando de um aliado de Chapadinha, e por isso deve seguir seus passos;

PARTIDO DA CAUSA OPERÁRIA (PCO/29) - Não tem qualquer organização em Santarém;

PARTIDO TRABALHISTA NACIONAL (PTN/19) - Liderado pelo taxista Anderson Augusto não tem rumo definido. Tanto pode estar com a coligação de Jader quanto com a de Jatene;

PARTIDO SOCIAL LIBERAL (PSL/17) - Não há informações precisas de quem o lidera, mas pode seguir os passos do PDT, a exemplo do que fez em 2014, apoiando o candidato de Jatene. Osmando tem relações com o partido e pode puxá-lo para o outro lado;

PARTIDO REPUBLICANO BRASILEIRO (PRB/10) - Comandado por um pastor da Universal deve se alinhar ao grupo de Jatene;

PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL/50) - Tenta liderar uma frente popular que seja a terceira via, com PCdoB e Rede;

PARTIDO DA REPÚBLICA (PR/22) - Tem como líder José Maria Tapajós e deve fechar com o PMDB;

PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO (PSD/55) - Comandado por Francisco Chapadinha e Helenilson Pontes, lançou o primeiro como pré-candidato, mas deve apoiar Von na reta final;

PARTIDO PÁTRIA LIVRE (PPL/54) - Tem à frente o pastor Irmão Válter, com fortes ligações com Osmando Figueiredo;

PARTIDO ECOLÓGICO NACIONAL (PEN/51) - É comandado pelo ex-peemedebista Pedro Paulo Siqueira. Pode vir a compor com a coligação do PMDB;

SOLIDARIEDADE (SD/77) - Tem como líder a vereadora Marcela Tolentino, que gostaria de ser vice de Alexandre Von. O líder estadual, deputado federal Wlad Costa, dificilmente irá para o lado dos Barbalho dos quais, agora, é adversário;

PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS/90) - Tem à frente Ivan Leão e Paulo Barrudada, que andam se estranhando. Barrudada é pré-candidato a prefeito, mas deve acabar apoiando o candidato indicado por Helder Barbalho;

PARTIDO NOVO (NOVO/30) - Não há informações precisas sobre quem organiza a sigla. Em nível estadual é liderado pelo médico ortopedista Paulo Lobo, assessor de Jatene;

REDE SUSTENTABILIDADE (REDE/18) - Vem sendo organizado pelo líder comunitário Dinael Arapiun, que vai assumir a presidência da Resex Tapajós, e pelo geógrafo Daniel Fernandes. Negocia participação na frente liderada pelo PSOL;

PARTIDO DA MULHER BRASILEIRA (PMB/35) - Não há informações se alguém já está organizando a mais nova sigla do cenário nacional em Santarém.