quarta-feira, 26 de abril de 2006

Cabano

Fiquei sabendo, lendo comentários no Blog do Juvêncio, que tem um novo blogueiro na área. Acessei e gostei (principalmente porque ele costuma acessar o meu blog).
Indico o site do João Cabano, um bom polemista que tem participado de vários blogs com grandes sacadas.
Até hoje é um mistério quem está por trás deste pseudônimo, mas as tiradas do cara são boas...

Passeio na Várzea 1

Recebi só hoje do amigo Grazziano Guarany, gerente de informática da Tv Tapajós, as fotos que tiramos durante um passeio realizado no B/M Galileo de sua propriedade, há 15 dias, à comunidade de Igarapé-açu, onde mora o radialista Armando Carvalho (94 FM).
Além de mim e do Guarany (e seus filhos), estavam no passeio o jornalista Ormano Sousa (portal Notapajós) e seus filhos, e o técnico em informática Alex.
Lá fomos recebidos pelo Armando e família e vimos de perto a boa vida do repórter-celular, que todos os dias atravessa o rio para vir trabalhar aqui na cidade.
A partir de hoje vou postar algumas das fotos desta viagem, umas de minha autoria, outras de Ormano e outras do Guarany, começando (como bom narcisista que sou) pela foto que Guarany tirou de mim com o Tapajós ao fundo a bordo do B/M Galileo (com certeza o Tapajós é mais bonito...).

Vigia acusado de homicídio vai a júri popular

O Tribunal do Júri volta a se reunir nesta sexta-feira, 28 de abril, no segundo julgamento da 1ª temporada de júris da 6ª Vara Penal, sob a presidência do juiz Leonel Figueiredo Cavalcanti (foto).
Será julgado Nilton Gonzaga de Sousa, goiano, 45 anos, que encontra-se recolhido na Penitenciária de Cucurunã, acusado de ter assassinado a tiros de espingarda calibre 20, o jovem José Ailton da Silva, motorista, 26 anos, filho de Luiz Miguel da Silva e Maria Luíza da Silva, que residia na Avenida Plácido de Castro, 627, Caranazal. O crime ocorreu na noite de 10 de junho de 1995, na avenida Sérgio Henn, no bairro da Nova República.
O acusado, ao ser preso em flagrante, alegou à época dos fatos que era vigia de uma obra e que teria sido agredido por um grupo de jovens que passava pelo local e que, mesmo ferido, conseguiu pegar uma espingarda e atirar em um destes agressores, matando-o.
Uma cunhada da vítima, ouvida pela polícia, contou outra versão afirmando que passava no local vindo de uma festa com uma prima e com Ailton e que o vigia estava sendo realmente agredido por outras pessoas, e ferido, de posse de uma espingarda, teria investido contra a vítima acreditando que esta fosse um de seus agressores, matando-a e em seguida aplicando-lhe coronhadas na cabeça com a espingarda.
Nilton, conhecido como "Goiano", recebeu o benefício da Liberdade Provisória em 21/07/1995, mas como não foi mais encontrado para ser intimado da Sentença de Pronúncia que o levou ao Tribunal do Júri, teve sua Prisão Preventiva decretada em 09/05/2003, mas já se encontrava preso naquele momento na Penitenciária de Cucurunã pelo envolvimento em outro crime que teria cometido em Monte Alegre.
"Goiano" será defendido pelo Defensor Público Cláudio Araújo Furtado e acusado pelo Promotor Público da 1ª Promotoria de Justiça Criminal, a ser indicado pelo Ministério Público. Ele será julgado pelo crime de Homicídio Simples (artigo 121, caput, do Código Penal Brasileiro), podendo pegar de 6 a 12 anos de prisão.
O julgamento começa às 8 horas da manhã de sexta-feira, no salão do Tribunal do Júri, no Fórum de Santarém.

O Açougueiro Vegetariano

Recebi um texto de um grande amigo que, tímido, pediu o anonimato:
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Um certo dia no distante reino encantado de Tudopodelandia um famoso vegetariano resolveu abrir um açougue, qual não foi a surpresa de seus familiares, amigos, vizinhos, todos enfim que o conheciam e tantas vezes o tinham escutado falar dos malefícios de se comer carne e das incontáveis vantagens dos alimentos de origem vegetal, mas irredutível o Açogueiro argumentava:

- Não existe conflito nas duas coisas.

Firme na sua decisão da nova empreitada o homem não ouvia ninguém.
Enquanto o Açogueiro preparava o novo prédio e reformava os móveis do novo estabelecimento as pessoas continuavam a comentar sobre a incongruente jornada, eis que no boteco da esquina, Zecabondessenso surge com a seguinte colocação:

- Meus amigos deixem o homem em paz, na certa uma das duas coisas vai acontecer, ou ele perde a credibilidade como vegetariano, o que não é ruim pois todos os que deixarem de sê-lo também podem comprar-lhe a carne, ou então ele transforma o açougue numa frutaria ou num “açougue vegetariano” onde não precisa vender carne.
Ôh botiquineiro, desce mais uma cachaça sem álcool por favor!
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Comentário do blog: o que tem açougueiro desse tipo por aí, não tá no gibi...

sábado, 22 de abril de 2006

Quando a cultura serve de barganha para ampliar o poder(*)

A notícia que circulou esta semana nos bastidores políticos é de que a prefeita Maria do Carmo deve anunciar na terça-feira, 25/04, o novo coordenador municipal de Cultura. Depois de um hiato de mais de dois meses, já não era sem tempo. O problema é a articulação que acontece por trás desta indicação.
Um dos 11 secretários que já ocuparam esta pasta nestes 20 anos, me confidenciou certa vez que “a secretaria de cultura é o almoxarifado das sobras de campanha”. Ou seja, um perfeito cabide para candidatos a vereador derrotados, cabos eleitorais frustrados e apadrinhados sem qualificação. Agora, negociar o cargo para ampliar o poder político da administração ainda não havia acontecido.
Tudo indica que o cargo será do PL (Partido Liberal), que apesar de ser aliado nacional do PT foi o seu rival na última campanha municipal com Alexandre Von e elegeu dois vereadores, inclusive a presidente da Câmara, Beth Lima. O presidente regional do partido, deputado Raimundo Santos (santareno de nascimento, oportunista de ocasião) e evangélico, teria indicado o pastor Carlos Alberto, presidente municipal do partido. Em troca, Maria passa a ter uma bancada de sustentação de 10 dos 14 vereadores da Câmara.
Muita gente teme que um pastor à frente de uma coordenadoria de cultura é no mínimo preocupante. Qual seria sua atuação diante de eventos tidos como “profanos” na ideologia evangélica, como o carnaval e o Sairé?
Creio que a discussão não deveria resvalar para uma querela religiosa. Afinal, por conta do inferno astral em que a cultura se encontra, quem sabe não estejamos precisando até de um exorcista ou quem sabe de um pai-de-santo?
A cultura local vive um momento de desmobilização. Dos movimentos organizados de cultura, o único que sobrevive à duras penas é o do teatro. A ATAS tenta reorganizar sua diretoria e reagrupar os mais de 20 grupos de teatro amador espalhados pelos bairros (o Gruteja, uma das referências do movimento, este ano praticamente deixou de existir e nem apresentou a tradicional Paixão de Cristo). Já o carnaval, o folclore, a música, a poesia e as artes plásticas, vivem o marasmo nunca dantes visto e até o único cinema que tínhamos, fechou!
Além disso, não se consegue organizar o Conselho Municipal de Cultura e nenhuma das teses defendidas no I Fórum Municipal de Cultura realizado em julho do ano passado, saiu do papel. Entre elas, a maior aspirações de todos os grupos culturais: a definição de um espaço para eventos culturais. É triste acompanhar a situação da Casa de Cultura, onde no último Projeto Pixinguinha por pouco vimos músicos de renome como Jane Duboc tendo que usar guarda-chuva para escapar das goteiras do palco!
Recentemente foram criadas duas ong´s culturais (Alas – Academia de Letras e Artes e Instituto de Pesquisa e Promoção Cultural Kauré) que tentam resgatar as 7 artes, mas ainda estão longe de serem um movimento estruturado.
Será que vale a pena arriscar este patrimônio cultural em troca de apoio político?
Estou convencido de que administrar é coisa de administrador, no sentido lato da palavra. Se o pastor reunir estas condições, tudo bem.
Mesmo assim, fica a pulga atrás da orelha. E a torcida para que nome tenha maior afinidade com a cultura, como o do médico e compositor João Otaviano (também do PL), mas que pode ser carta fora do baralho.
[Em tempo: ontem mesmo a prefeita Maria do Carmo acabou empossando o novo coordenador. Como era esperado, deu o pastor Carlos Alberto Silva, responsável pela Igreja da Paz do Santarenzinho. A antecipação da posse, de certeza, foi para diminuir o desgaste poítico antecipado do novo coordenador, diante da reação dos setores culturais pela imprensa].
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(*)Artigo inserido em minha coluna Perípatos, publicada ontem (21.04.2006), no Diário do Tapajós, edição regional do jornal Diário do Pará.

sábado, 15 de abril de 2006

Quando será desbancado o cartel dos ônibus?(*)

Todo início de ano é a mesma coisa: o sindicato dos rodoviários ameaça entrar em greve e na mesma época, empresas de transportes coletivos pressionam a prefeitura a aumentar a tarifa dos ônibus. Coincidência ou não, os interesses antagônicos entre as duas classes convergem para o mesmo ponto: o bolso do cidadão.
A reivindicação de uma categoria trabalhista é legítima, quando baseada em argumentos sólidos que envolvam a preservação de direitos salariais à luz da defasagem imposta por parâmetros econômicos. Por outro lado, é direito de uma empresa que tem a concessão de um serviço público essencial, como são os transportes urbanos, reivindicar uma tarifação que não prejudique o serviço prestado. Mas o condicionamento de um em relação ao outro, sugere uma orquestração espúria com requintes de cartel econômico.
O agravante nesta questão é que há muito tempo as empresas de transportes coletivos não oferecem um serviço condizente com o esperado pela população. É bem verdade, porém, que a prefeitura até hoje também não conseguiu cumprir com um projeto condigno de asfaltamento do chamado “cinturão viário”, por onde passam as principais linhas de ônibus. Isso dá um pretexto às empresas para apresentarem planilhas de gastos com manutenção que justificariam a majoração da passagem nos ônibus.
Mas há outras questões em debate que poderiam diminuir a pretensão das empresas nesse processo de majoração dos preços, e que nem sempre é colocado nas mesas de negociação:
1) A frota tem sido renovada nos últimos dez anos, mas ainda não atingiu um patamar aceitável para uma cidade como Santarém que pretende ser metrópole e futura capital de um estado. Ainda há muita lata velha, sucateada, que veio de outras cidades e roda – descaradamente, até com pinturas e avisos das empresas – impunemente pela cidade;
2) Nenhuma empresa até hoje, fez qualquer investimento para adquirir veículos modernos e adaptados para uma população cada vez mais crescente: os cidadãos com necessidades especiais, cadeirantes ou não. Nesse quesito, a própria prefeitura até hoje foi incompetente em adequar a cidade para estas pessoas;
3) O trajeto utilizado pela maioria das linhas de ônibus de Santarém sequer utiliza a metade do trecho das empresas de capitais como Belém, para justificar uma tarifa equânime;
4) E por fim, o mais importante, a capacitação dos profissionais do volante não segue um padrão que pudesse fazer com que a população sentisse orgulho de seu transporte público. Na maioria das vezes encontra-se um motorista ou cobrador que mais parece um cavalo no atendimento (que me desculpem os eqüinos pela comparação), principalmente aos idosos.
No dia em que um prefeito tiver coragem de combater com estes argumentos, a população poderá dizer que elegeu um representante digno do cargo.
E se as empresas chiarem, tem um jeito para acabar com o cartel: abra-se uma concorrência pública para a regularização definitiva da concessão do serviço.
Quem quiser trabalhar de forma correta, deve respeitar a cidade e não utilizar-se de subterfúgio para continuar prestando um desserviço à população.
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(*) Artigo inserido ontem (14.04), em minha coluna Perípatos, publicada semanalmante no encarte regional Diário do Tapajós, que circula duas vezes na semana no Diário do Pará

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Mulheres, as mais amistosas no meu blog

Dizem que a alma do poeta é feminina. Daí o lado mulher aflorar com mais força quando da construção de textos. Até porque o processo de criação, segundo uma tese da psicologia, equipara-se ao processo da gestação: primeiro o poeta se APAIXONA, depois ENGRAVIDA e por fim GERA uma idéia (às vezes até ABORTA uma idéia mal formada).
Todo esse preâmbulo foi para agradecer as diversas manifestações que recebi na semana passada, através de contatos diretos, mensagens de celular e e-mails, pelo aniversário deste maltratado blog.
E como de todas as mensagens recebidas a grande maioria foi de mulheres, resolvi divulgar abaixo algumas das mais interessantes, e uma de um amigo homem (bendito fruto...), blogueiro que nem eu:
Jota querido, parabéns por manter no cyberespaço a chama dos loucos apaixonados pela vida e pela arte...que transpira em ti...Ser Jota...no meio de tantas letras...no mínimo um acorde do Alfa-beto...
Abração, Leíria Rodrigues (radialista e poetisa santarena)
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Parabéns pelo níver. Gostei de ver o blog atualizado. Gostei mais ainda de seu texto na coluna Perípatos sobre a infiltração na Língua Portuguesa. Vou usá-lo em sala de aula, aqui em Macapá. Vai ser muito bom discuti-lo com os alunos. Sei que vão sair boas opiniões. Obrigada pelo texto. Um grande abraço,
Jeane Oliveira (jornalista santarena, atualmente professora concursada em Macapá)
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Olá! Ninos.
Parabéns! Que o blog continue firme e forte.
Marluce (leitora fiel)
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Prezado Jota Ninos,
Parabens!!! pela passagem de um ano de blog, também pela inicaitiva e trabalho realizado ao longo deste período. Sem dúvida, a estratégia de informação/comunicação que você tem utilizado é muito importante. Principalmente quando se faz um trabalho serio e responsavel.
Nossos votos de sucessos na continuidade das notícias.

Saudações,
Vera Bertagnoli (Diretora do IESPES)
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Sempre achei que tinhas alguma coisa a ver com a revolução de '64, que levou os milicos ao poder! Agora tenho certeza, "militante"! Nada melhor que um dia após o outro. É a minha vingança pelos "igarapés", lembras? Continue sendo sempre você, caro amigo. Parabéns pelo dia.
Abraços, Jubal Cabral
(geólogo e blogueiro)
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Outro Registro:
Ah! isso depende muito, por mais que eu goste da boa musica, goste de cultura, de historia, de estudar, de conversar (que eu gosto mesmo), às vezes é bom sentar num buteco, falar merda, ouvir besteiras (sem "musicais" ou não) e tomar umas. Prefiro ouvir o "Trote do tio" que sentar num bar e ouvir Amado Batista (questão de gosto), isso não me torna menos seletiva que quem não ouve o trote, e falando nele, tem deixado de tocar ou sou eu que não ouço radio? Mas que a voz eh "fofa" isso é!
Leitora que se assina Emela, dando seu ponto de vista sobre meu artigo "Trote tatibitati travestido de melô"

O fim da via crúcis da Paixão teatral(*)

A atabalhoada apresentação realizada ano passado na praça Tiradentes, durante mais uma Semana Santa, foi na verdade a morte – talvez sem ressurreição – do já aclamado “maior espetáculo ao ar livre do Estado do Pará”. Vai-se, como já se foram outros eventos culturais desta terra, a peça que já fazia parte do calendário cultural do município, “Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo”, que era apresentada há 15 anos pelo Grupo Teatral José Anchieta, criado pelo padre verbita (da Ordem do verbo Divino) José Dillon no final dos anos 1980, na paróquia de São Raimundo.
Depois de muitos desacertos, o espetáculo deixa de ser apresentado com a pompa de antes, mas os moradores da paróquia onde tudo começou, não desistem: há algumas semanas acompanho a movimentação de paroquianos empenhados em realizar a mesma encenação, utilizando como palco a bela e reformada praça do Centenário (a popular praça de São Raimundo) e a igreja do padroeiro.
Hoje, apesar de não ser mais morador da comunidade, mantenho uma relação próxima com o bairro, não só porque a família de minha esposa vive e faz parte da história da paróquia de São Raimundo, tendo inclusive esta contribuído com a construção do colégio de mesmo nome, mas também por manter atividades culturais com amigos do bairro.
Alguns destes amigos iniciaram suas atividades com o padre José Dillon - que também conheci na época em que ainda não era jornalista e trabalhava no escritório da CUT (que funcionava no convento de São Raimundo, onde os verbitas ainda hoje se alojam) – e como integrantes do Gruteja participaram da via crúcis do grupo, que foi se esfacelando por conta de brigas internas e da utilização de sua estrutura por políticos inescrupulosos que fizeram dele trampolim para sua aspirações partidárias.
O grupo cresceu e depois que o espetáculo passou a ser “patrimônio cultural do município”, através de Lei Municipal, surgiu o projeto megalômano do ex-vereador petista Marco Aurélio Magalhaães, o Marquinho (mais um dos pupilos do padre Edilberto Sena que não deu certo), que era um dos promissores jovens da paróquia (ironia do destino, hoje ele é pastor evangélico e presidente municipal do PSDB!) e convenceu o grupo a levar o espetáculo para o estádio Jader Barbalho.
Surgiram as primeiras dissidências e dentro destas, outras facções, contas mal contabilizadas, prejuízos e assembléias marcadas por maniqueísmos políticos de um vereador em decadência (Marquinho nunca mais se elegeu e até hoje cumpre apenas o papel de Sancho Pança de Aldo “Quixote” Queiroz, eterno candidato a qualquer coisa).
Concluindo, sempre que a cultura e a arte estiverem a serviço de ideais político-partidários, o destino será a morte, sem direito à ressurreição.
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(*) Artigo inserido em minha coluna Perípatos, publicada hoje no Diário do Tapajós, encarte regional do Diário do Pará.