sexta-feira, 15 de junho de 2012

Advogado reafirma que existia um esquema que mataria outras pessoas além de Walter Cardoso


Sérgio: "Lista negra".
No 1º dia do Júri Popular que julga o advogado Wilton Walter Moraes Dolzanis, no Fórum de Santarém, apenas quatro das 10 testemunhas que deveriam depor foram ouvidas, numa sessão que começou as 08h00 desta quinta-feira (14/06) e foi interrompidas às 22h00. O mais importante testemunho foi do jornalista e advogado Sérgio Fonseca (foto), que reafirmou a existência de uma "lista negra" para por fim à vida de várias pessoas, além do advogado Walter Cardoso, em meados dos anos 1990.

As demais testemunhas serão ouvidas nesta sexta-feira (15/06), antes do interrogatório do réu. Na verdade, haviam 22 testemunhas, entre policiais, advogados e jornalistas a serem ouvidos, mas o MP desistiu de algumas delas e outras não foram localizadas e também foram dispensadas pelas partes. A defesa, tendo à frente os advogados Luís Alberto Mota Figueira, Benones do Amaral, José Ronaldo Campos e Kelly Lobo, tentou adiar o júri por causa da não intimação de uma defesa considerada por ela imprescindível e que mora em Belém ou Ananindeua. O juiz Gérson Marra Gomes acatou o posicionamento do promotor Claudio Lopes Bueno, e manteve a sessão, entendo que o endereço fornecido pelos defensores não estava completo. O réu passou mal ao meio-dia e foi levado a um hospital. Os depoimentos das testemunhas só começaram a ser colhidos nos início da tarde.

Lista negra - O advogado e jornalista Sérgio Fonseca, em seu depoimento, reafirmou tudo o que foi noticiado à época do crime sobre toda a trama que culminou com a morte do advogado Walter Cardoso. Ele disse que, enquanto jornalista e correspondente de um jornal da capital, recebeu a informação de uma fonte de que a morte de Walter teria sido "presente de aniversário" de Raimundo Messias, o Dinho, que era estagiário do juiz Ademar Evangelista, da 4ª Vara Penal de Santarém, à época. Disse ainda que essa morte foi tramada pelo grupo que se reunia em torno dos dois, composto de várias pessoas: os advogados Walter Dolzanis e Lavor Filho; o tributarista Admilton Almeida, dono da AFA Contabilidade e do Jornal O Impacto e o empresário Ronaldo Moreira, da área de combustíveis.


Sérgio disse também que havia uma "lista negra" composta de pessoas que deveriam morrer, da qual ele e o jornalista Celivaldo Carneiro (Gazeta) faziam parte, juntamente com o secretário municipal Osmando Figueiredo e o advogado Walter Cardoso, e que todos seriam executados a mando do grupo que se reunia no escritório de Almeida e que considerava estas pessoas seus inimigos.


Walter Cardoso: morto em frente à sua casa (foto Gazeta)
Polêmica - O perfil de Walter Cardoso traçado por todos, até agora, é de um advogado destemido que enfrentava todos fazendo polêmica através dos meios de comunicação, onde denunciava delegados, advogados, promotores e juízes sobre seus possíveis desmandos. A viúva de Walter, a advogada santarena residente em Brasília, Ana Lima Marialva, confirmou as desavenças que ele teve com algumas figuras da cidade, como os advogados Walter Dolzanis e Geraldo Sirotheau, o empresário Ronaldo Moreira, o juiz Ademar Evangelista e principalmente o então estagiário de Direito Raimundo Messias de Sousa, o "Dinho", que foi condenado como sendo o contratante dos pistoleiros que o mataram. 

Além de Ana, o advogado Antenor Lavor Filho, que era vice-presidente da OAB à época, também confirmou essa fama. Disse também que "Dinho" tinha "mais prestígio que todos os advogados de Santarém, no Fórum e nas delegacias", e que Walter encampou uma luta contra as atividades ilegais do estagiário, que já advogava e influenciava até decisões judiciais. A motivação para Dolzanis querer matar Walter, segundo os depoimentos, seria o fato de ter perdido seu principal cliente para o novo advogado: a família do ex-prefeito de Itaituba Wirland Freire. A última testemunha de ontem, o ex-prefeito de Santarém Ronaldo Campos, confirmou a fama de "Dinho", mas disse que Dolzanis não fez parte da trama que matou Walter.

Os jurados e testemunhas que ainda não foram ouvidas foram confinadas num hotel da cidade. O júri será retomado na manha desta quinta-feira, à partir das 08h00. Dezenas de acadêmicos de Direito, advogados e jornalistas, lotaram a plateia do Tribunal. Não houve distribuição de senhas e a ordem do juiz é manter a lotação de assentos e impedir que pessoas fiquem de pé. As vagas serão ocupadas por ordem de chegada e a previsão de término do júri pode ir até à noite de sexta ou manhã de sábado.

3 comentários:

Anônimo disse...

esperamos justiça ...........

Anônimo disse...

Espião,

Sergio Fonseca, com suas declarações posso com certeza te chamar de um cabra macho.

Parabéns pela coragem

Anônimo disse...

Que os culpados sejam condenados e cumpram a pena, e se por acaso for provado a participacao de advogados que facam por merecer a condenacao.