sábado, 16 de junho de 2012

Depois de uma maratona jurídica, MPB na veia...

Foram três dias extenuantes de um júri tenso, com depoimentos bombásticos sobre uma lista da morte, e que para muitos significou a virada de mais uma triste página da recente história de Santarém. 

Os 120 lugares do Salão do Júri no Fórum de Santarém foram poucos para tantos acadêmicos de Direito, jornalistas e advogados que vieram assistir grandes ícones da advocacia local num embate para desvendar um grande quebra-cabeças que mexeu com o mundo jurídico há 16 anos: a morte de um jovem advogado, que envolvia outros advogados, jornalistas, empresários, juiz e pistoleiros. Tudo isso em meio a uma campanha eleitoral com interesses partidários e econômicos. No final, os jurados entenderam que não havia provas suficientes para condenar o advogado Walter Dolzanis, e o absolveram.

Há nove anos trabalho organizando sessões do tribunal do júri, em Ananindeua e Santarém, desde que me classifiquei através de concurso público no TJE. Este talvez tenha o sido o mais tenso de todos, por conhecer muitas das pessoas envolvidas, ter convivido com elas, de ambos os lados. Admirava a vítima, Walter Cardoso, assim como conhecia o Raimundo Messias, o "Dinho", que foi condenado como um dos mentores da trama que levou à morte do professor e advogado (coincidentemente, dentro de duas semanas acontecerá um julgamento em Itaituba do empresário acusado de ter matado Dinho há uns nove anos!). E Dolzanis, além de ser casado com uma prima da ex-mulher - o que me proporcionou vários encontros em família anos atrás - teve, antes disso, uma grande relação profissional comigo quando foi o primeiro a patrocinar meu programa de policial na Rádio Rural, nos anos 1980.

Trabalho no Fórum como Analista Judiciário, mas não esqueço minha paixão pelo Jornalismo, que é minha verdadeira vocação e tento conviver com as duas atividades de forma paralela. A mistura destas duas atividades por muitas vezes me causam dissabores, principalmente quando algumas pessoas que atuam na advocacia tentam questionar minha atividade jornalística, como aconteceu neste júri. Mas isso não me incomoda, a polêmica sempre fez parte de minha vida. 

Mas no judiciário não quero fazer da polêmica meu fio condutor. O advogado que tentou me calar durante o julgamento, já é contumaz em atitudes atabalhoadas. Eu sou autorizado pela presidência do TJE, desde o desembargador Milton Nobre, a atuar na cobertura dos eventos do Judiciário e nunca opinei sobre estes eventos. E também faço poesia sobre esta atividade que me fascina, da mesa em que sento no salão do tribunal, como a que me deu o primeiro prêmio do último festival de poesia do município em 2010 (leia AQUI). Afinal, o Judiciário precisa de transparência em seus atos, e não da truculência de outros tempos ditatoriais.

E falando em arte, logo mais vou tomar uma overdose de música com minha nova musa Paula Fernandes (muito bem acompanhado), e me concentrar para outra overdose musical amanhã à noite, no meu programa de rádio Bazar Brasileiro, pela Rádio Rural, onde comemorarei mais um ano de apresentação deste espaço de MPB nas ondas AM, destacando a vida e a obra do meu grande ídolo Chico Buarque de Hollanda.

Nada melhor do que Chico para calar a truculência de quem tem medo da informação...

7 comentários:

Anônimo disse...

Sr. Ninos estava no Tribunal do Juri quando aconteceu aquele incidente. Aprovei e aprovo a atitude do Dr. Luis Alberto, afinal o senhor estava em horário para atualizar o seu bloc, pode? o Tribunal ainda autoriza? REALMENTE QUANTO MAIS ACREDITAMOS NA JUSTIÇA MAIS NOS DECEPCIONAMOS.

Jota Ninos disse...

Sr. Anônimo, se você realmente sabe ler, deve ter visto o que escrevi acima:

"Eu sou autorizado pela presidência do TJE, desde o desembargador Milton Nobre, a atuar na cobertura dos eventos do Judiciário e nunca opinei sobre estes eventos".

Quando souber ler e tiver coragem de dizer seu nome poderemos debater sobre isso. Só respondi agora em respeito à sua incapacidade de fazer uma leitura completa. Abs.

Louise Conture disse...

Esse júri realmente chamou atenção. Primeiro pela insistência do Advogado Luiz em atacá-lo, quando deveria focar na defesa do cliente. Esse advogado, que mais parecia um animal acuado, queria aparecer a qualquer custo, e o usou nessa tentativa. Parabéns a você pela postura de não responder a tais ataques, e ao Juiz que presidia a sessão pela polidez no "chega prá lá" dado no tal advogado. Horrível a descortesia do Promotor Bufão, em várias ocasiões, e linda a manifestação do Dr. Wilton, quando vestiu a beca, e o pito dado no Promotor pelo Advogado Benones. Divulgue novos júris e não dê bola para os enciumados.

Anônimo disse...

Se o Sr. é autorizado pelo
Tribunal pq parou de postar depois que o Advogado Pixica questionou e o Dr. Juiz disse que não sabia?

Anônimo disse...

Blog excelente. Estou lendo aqui de Paragominas. Conheci hoje seu blog através do blog Parsifal Pontes. O Parsifal sempre divulga os blogs dos colegas. Já salvei este nos favoritos. O senhor está de parabéns.

Martinha Silveira disse...

Também concordo com vc anônimo. Seu blog é um show, CONTINUE SENDO: Analista, Jornalista e esse Poeta romântico que tem dentro de vc.

Floriano Martins disse...

Louise Conture
Acho que não estavas no juri, pois o Dr. Luis Alberto Fez uma defesa irretocavel de seu cliente, inclusive observando várias irregularidades que ocorre durantes ojuri em Santarém, como a do nosso amigo J.Ninos, isso é bom pois se começarmos a reconhecer nossos erros e não mais cometermos, o mundo pode ser melhor. Beijos Floriano Martins.