quinta-feira, 17 de maio de 2012

O "amargurado" primeiro-ministro grego


"Tenho o nome certo para ser o primeiro-ministro da Grécia". Esta foi uma das primeiras mensagens em tom de brincadeira com seu sobrenome, do novo primeiro-ministro, temporário, da Grécia empossado hoje (foto ao lado, do jornal grego O Filelefteros, recebendo a bênção dos padres ortodoxos) para um mandato de um mês, o juiz Panagiotis Pikrammenos (o sobrenome dele em grego quer dizer, "amargurado").


Ele vai comandar o país no seu período realmente mais amargurado. A Grécia teve eleições mês passado, mas por ter um regime parlamentarista, o gabinete deve ser formado pela maioria. Entretanto os dois partidos que se alternam no poder há décadas (Pasok, de esquerda socialista, e a Néa Dimocratia, liberal de direita), não conseguiram estabelecer a maioria, perdendo várias cadeiras no parlamento para o partido de esquerda radical (Syriza) e para os neonazistas gregos.
O primeiro-ministro "amargurado" (foto à direita do Portal de Notícia Somente Chipre), montou um gabinete com 16 ministros, em sua maioria tecnocratas. Enquanto isso, os gregos correm aos bancos para sacar seu dinheiro, diante da incerteza do futuro do país.
Eu que vivi três anos na Grécia, entre 1988 e 1991, fico imaginando a situação de tanta gente que vivia, naqueles tempos, uma situação econômica já cambaleante, porém não desesperadora. O grego é um povo alegre, que adora fazer festas e quebrar pratos de gesso. Fui em muitos restaurantes do tipo e até ensaiei alguns passinho da dança. 
Mas hoje, a Grécia, literalmente, dança na economia europeia. E pode decretar o fim de uma Europa unida, que comecei a ver à época em que estive por lá. No rastro dos gregos, seguem os espanhóis, os italianos, os portugueses e os franceses. A faixa mediterrânea da Europa já começa a sucumbir. Depois será a vez da faixa mais "fria", representada pela Alemanha, Inglaterra e países nórdicos. Ou não?



Nenhum comentário: