À época, o momento era tenso pois
as águas do Tapajós ocasionaram a maior cheia de todos os tempos (quase como
agora) e a cidade vivia um sufoco; Maria do Carmo, a prefeita reeleita nas urnas, lutava
na Justiça para ter reconhecida sua candidatura, enquanto o presidente da Câmara, José Maria Tapajós guardava sua cadeira; e o TSE, em uma de suas decisões atabalhoadas, anunciava a realização de uma nova eleição em abril daquele ano! O pleito acabou não ocorrendo, mas já
tinha até três candidatos que se debateriam no front de uma cidade de ninguém: Alexandre RAIMUNDO de Vasconcelos Wanghon (PSDB), RAIMUNDO
Inácio Campos Corrêa (PT) e RAIMUNDO
Márcio Pinto de Jesus (PSOL). (Na foto acima, o Raimundo do PSDB, o Raimundo do PT e o Raimundo do PSOL)
Mas na batalha judicial em Brasília, Maria acabou vencendo e adiando o embate dos Raimundos. O único Raimundo que venceu naquele
ano e que salvou nossa auto-estima foi o SÃO RAIMUNDO, campeão pela 4ª divisão
do Brasileirão! Agora, às vésperas das convenções
dos mais de 20 partidos existentes em Santarém, só existe uma certeza: a Guerra
dos Raimundos está prestes a acontecer! Mas como ela é insossa!!
A população
tem que escolher entre dois candidatos Raimundos que representam projetos
desgastados e que comandam o município há quase 16 anos, ou optar por uma quase
terceira via, que não se consolidou como tal pela fragilidade do PSOL, partido
do terceiro Raimundo.
É uma guerra insossa por que
nenhum dos três Raimundos tem carisma suficiente para convencer de que é o
melhor. No máximo vencerá o menos pior. Alexandre Raimundo terá sempre por trás
a sombra de seu guru Lira Maia (enrolado por um Cipoal de processos de improbidade) e Raimundo Inácio, a de seu guru Everaldo
Martins (figura despótica de um governo com inanição de popularidade). Por sua vez Raimundo Márcio não tem guru, mas também não tem partido, não
tem militância, não tem estrutura, não tem programa, apesar de ter boa intenção. E de
boa intenção o inferno está cheio...
Opções ou balões de ensaio?
A semana que passou trouxe a
triste informação de que não conseguimos alcançar o tão almejado número de 200
mil eleitores, que nos dariam a chance da disputa em dois turnos. Isso
favoreceria que outras candidaturas nanicas pudessem se apresentar e, quem
sabe, ganhar a musculatura de uma real candidatura de 3ª via.
Mesmo assim, alguns nomes ainda
pululam dos bastidores políticos, entretanto, a maioria deles ou parece um balão de
ensaio ou não consegue ter o tempero necessário para animar os eleitores nesta
guerra insossa de tantos Raimundos.
Antonio Rocha (foto à esquerda), do PMDB, pode ser
ungido como candidato nos próximos dias, pelo líder do partido no Pará, o
senador Jader Barbalho, que vem a Santarém trazendo a tiracolo seu projeto de
futuro governador do Estado, o filho Hélder Barbalho, prefeito de Ananindeua e especialista em outdoors pela cidade.
Se não for apenas uma grande jogada para arrancar o máximo de compromisso dos
petistas e/ou dos peessedebistas para uma composição, Antonio Rocha tem sempre
uma garantia: para onde for, sempre será governo! Não existe político mais camaleônico
que o deputado santareno. E ele está no partido certo: o PMDB, eterno suporte de
todos os governos, desde o final da ditadura.
O bancário Rubson Santana (foto à direita),
gerente da Caixa Econômica Federal, tem feito muito barulho e jura que é
candidato a prefeito. Mas, sem jogo de cintura, mal conseguiu juntar ao seu
redor outros partidos nanicos para formar pelo menos um exército Brancaleone. É a maior aposta do líder do PSC no Pará,
deputado federal Zequinha Marinho, para iniciar um projeto de consolidação do
partido em Santarém. Há quem diga que Rubson está sendo potencializado para ser
o nome mais forte do partido na hora de mostrar seu verdadeiro objetivo:
conquistar uma vaga na Câmara Municipal. A ideia seria coligar
proporcionalmente com o PT e garantir uma das quatro ou cinco vagas que o
partido almeja no Legislativo.
Outro nome que reaparece no cenário,
a exemplo de 2008, é o do piloto Joaquim Hamad (foto à esquerda), que também tenta aglutinar os
pequenos partidos num só bloco, para se lançar à Prefeitura, ou pelo menos
barganhar maior espaço com um dos dois grandes blocos. Agora ele já não é do
raquítico PTC como em 2008, mas de um mais encorpado PT do B, mais um nanico que flerta com
o governo Jatene.
Por fim, o nome que teria maiores
possibilidades de realmente ser uma surpresa nas eleições, titubeia e espera a
hora de dizer NÃO. O médico Erik Jennings (foto abaixo), do PV, tem grande simpatia de muitos
setores da classe média (e médica) por representar uma candidatura – com perdão
do trocadilho – cirúrgica, diante do atual quadro desanimador. Mas para
confundir nossos neurônios, o neurocirurgião empurra a decisão cada vez mais
longe, esperando resultados de pesquisas encomendadas pelo seu partido.
Se o 2º turno tivesse se
concretizado, com certeza a candidatura de Erik e dos demais citados seria uma
realidade. Mas isso fica para 2016. Resta saber quem ainda se arrisca a tentar
mudar o quadro da insossa guerra dos Raimundos, Ou pelo menos iniciar o “3º
turno”, que aconteceria em 2016...
Enquanto isso, Santarém continua à
mercê das águas que sobem. A Guerra dos Raimundos tem tudo pra ser uma guerra naval... E
até o São Raimundo, nosso redentor em 2009, já afundou nas águas turvas da segunda divisão do
Parazão este ano...
(créditos das fotos: Blog do Jeso e O Impacto)
(créditos das fotos: Blog do Jeso e O Impacto)
2 comentários:
Nós santarenos não temos mais em quem acreditar, as pessoas parecem que vivem presas em suas opiniões (acomodadas) a nossa cidade pela idade que tem era pra ser bem melhor do que é hoje, o que mais tem é oportunismo uns querendo se dar bem com o dinheiro do povo, eu to fazendo a minha parte e você?
bem sugestiva essa reportagem...rsss
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