terça-feira, 22 de maio de 2012

Nada de novo na insossa Guerra dos Raimundos

A menos de quarenta dias para a definição, em convenções, de quem serão os candidatos a disputar o mandato de prefeito de Santarém (em 07/10/2012), nada de novo acontece no front de uma guerra anunciada ainda em 2009, quando cunhei o termo Guerra dos Raimundos, em função da coincidência de que os três candidatos, então postos (e ainda hoje em campanha), tivessem o mesmo nome e um quase epíteto secreto: Raimundo. O artigo foi publicado originalmente no Blog do Jeso, já que este pobre blog estava desativado. Entretanto, o link se perdeu entre uma mudança de layout e outra. Mas minha filha jornalista, Carla Ninos, também publicou o artigo em seu blog, onde ele pode ainda ser lido (clique AQUI).


À época, o momento era tenso pois as águas do Tapajós ocasionaram a maior cheia de todos os tempos (quase como agora) e a cidade vivia um sufoco; Maria do Carmo, a prefeita reeleita nas urnas, lutava na Justiça para ter reconhecida sua candidatura, enquanto o presidente da Câmara, José Maria Tapajós guardava sua cadeira; e o TSE, em uma de suas decisões atabalhoadas, anunciava a realização de uma nova eleição em abril daquele ano! O pleito acabou não ocorrendo, mas já tinha até três candidatos que se debateriam no front de uma cidade de ninguém: Alexandre RAIMUNDO de Vasconcelos Wanghon (PSDB), RAIMUNDO Inácio Campos Corrêa (PT) e RAIMUNDO Márcio Pinto de Jesus (PSOL). (Na foto acima, o Raimundo do PSDB, o Raimundo do PT e o Raimundo do PSOL) 

Mas na batalha judicial em Brasília, Maria acabou vencendo e adiando o embate dos Raimundos. O único Raimundo que venceu naquele ano e que salvou nossa auto-estima foi o SÃO RAIMUNDO, campeão pela 4ª divisão do Brasileirão! Agora, às vésperas das convenções dos mais de 20 partidos existentes em Santarém, só existe uma certeza: a Guerra dos Raimundos está prestes a acontecer! Mas como ela é insossa!! 

A população tem que escolher entre dois candidatos Raimundos que representam projetos desgastados e que comandam o município há quase 16 anos, ou optar por uma quase terceira via, que não se consolidou como tal pela fragilidade do PSOL, partido do terceiro Raimundo.

É uma guerra insossa por que nenhum dos três Raimundos tem carisma suficiente para convencer de que é o melhor. No máximo vencerá o menos pior. Alexandre Raimundo terá sempre por trás a sombra de seu guru Lira Maia (enrolado por um Cipoal de processos de improbidade) e Raimundo Inácio, a de seu guru Everaldo Martins (figura despótica de um governo com inanição de popularidade). Por sua vez Raimundo Márcio não tem guru, mas também não tem partido, não tem militância, não tem estrutura, não tem programa, apesar de ter boa intenção. E de boa intenção o inferno está cheio...

Opções ou balões de ensaio?

A semana que passou trouxe a triste informação de que não conseguimos alcançar o tão almejado número de 200 mil eleitores, que nos dariam a chance da disputa em dois turnos. Isso favoreceria que outras candidaturas nanicas pudessem se apresentar e, quem sabe, ganhar a musculatura de uma real candidatura de 3ª via.

Mesmo assim, alguns nomes ainda pululam dos bastidores políticos, entretanto, a maioria deles ou parece um balão de ensaio ou não consegue ter o tempero necessário para animar os eleitores nesta guerra insossa de tantos Raimundos.

Antonio Rocha (foto à esquerda), do PMDB, pode ser ungido como candidato nos próximos dias, pelo líder do partido no Pará, o senador Jader Barbalho, que vem a Santarém trazendo a tiracolo seu projeto de futuro governador do Estado, o filho Hélder Barbalho, prefeito de Ananindeua e especialista em outdoors pela cidade. Se não for apenas uma grande jogada para arrancar o máximo de compromisso dos petistas e/ou dos peessedebistas para uma composição, Antonio Rocha tem sempre uma garantia: para onde for, sempre será governo! Não existe político mais camaleônico que o deputado santareno. E ele está no partido certo: o PMDB, eterno suporte de todos os governos, desde o final da ditadura.

O bancário Rubson Santana (foto à direita), gerente da Caixa Econômica Federal, tem feito muito barulho e jura que é candidato a prefeito. Mas, sem jogo de cintura, mal conseguiu juntar ao seu redor outros partidos nanicos para formar pelo menos um exército Brancaleone. É a maior aposta do líder do PSC no Pará, deputado federal Zequinha Marinho, para iniciar um projeto de consolidação do partido em Santarém. Há quem diga que Rubson está sendo potencializado para ser o nome mais forte do partido na hora de mostrar seu verdadeiro objetivo: conquistar uma vaga na Câmara Municipal. A ideia seria coligar proporcionalmente com o PT e garantir uma das quatro ou cinco vagas que o partido almeja no Legislativo.

Outro nome que reaparece no cenário, a exemplo de 2008, é o do piloto Joaquim Hamad (foto à esquerda), que também tenta aglutinar os pequenos partidos num só bloco, para se lançar à Prefeitura, ou pelo menos barganhar maior espaço com um dos dois grandes blocos. Agora ele já não é do raquítico PTC como em 2008, mas de um mais encorpado PT do B, mais um nanico que flerta com o governo Jatene.

Por fim, o nome que teria maiores possibilidades de realmente ser uma surpresa nas eleições, titubeia e espera a hora de dizer NÃO. O médico Erik Jennings (foto abaixo), do PV, tem grande simpatia de muitos setores da classe média (e médica) por representar uma candidatura – com perdão do trocadilho – cirúrgica, diante do atual quadro desanimador. Mas para confundir nossos neurônios, o neurocirurgião empurra a decisão cada vez mais longe, esperando resultados de pesquisas encomendadas pelo seu partido.

Se o 2º turno tivesse se concretizado, com certeza a candidatura de Erik e dos demais citados seria uma realidade. Mas isso fica para 2016. Resta saber quem ainda se arrisca a tentar mudar o quadro da insossa guerra dos Raimundos, Ou pelo menos iniciar o “3º turno”, que aconteceria em 2016...

Enquanto isso, Santarém continua à mercê das águas que sobem. A Guerra dos Raimundos tem tudo pra ser uma guerra naval... E até o São Raimundo, nosso redentor em 2009, já afundou nas águas turvas da segunda divisão do Parazão este ano...

(créditos das fotos: Blog do Jeso e O Impacto)

2 comentários:

Adan Alem disse...

Nós santarenos não temos mais em quem acreditar, as pessoas parecem que vivem presas em suas opiniões (acomodadas) a nossa cidade pela idade que tem era pra ser bem melhor do que é hoje, o que mais tem é oportunismo uns querendo se dar bem com o dinheiro do povo, eu to fazendo a minha parte e você?

Anônimo disse...

bem sugestiva essa reportagem...rsss