sexta-feira, 9 de setembro de 2005

Pesquisas eleitorais podem ter de passar por auditoria antes da divulgação

Essa deu no site Ultima Instância:
Antes de ser divulgada durante o período das eleições toda pesquisa eleitoral terá de passar por uma auditoria, às custas da entidade que a contratou ou do instituto que a registrou. É o que estabelece o Projeto de Lei 5701/05, apresentado pelo deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).
O projeto altera a Lei Eleitoral (Lei 9504/97). "É amplamente conhecida a influência decisiva que as pesquisas eleitorais exercem. Pelo poder que possuem e comprovada influência nos resultados eleitorais, elas não podem ser objeto de manipulação deliberada por parte de seus organizadores ou divulgadores", destaca o autor.
Segundo informações publicadas pela agência da Câmara, na legislação atual, as entidades e empresas que realizam pesquisas de opinião pública relativas às eleições são obrigadas a registrar na Justiça Eleitoral cinco dias antes da divulgação quem contratou a pesquisa, o valor e a origem dos recursos despendidos no trabalho, a metodologia e o período de realização da pesquisa, o plano amostral, o sistema interno de controle e verificação, o questionário utilizado e o nome de quem pagou pela realização do trabalho.
"Para que a Justiça Eleitoral possa se certificar de que as informações prestadas são fidedignas e representam a vontade do eleitorado em determinado momento da disputa política, elas precisam ser examinadas por empresa de auditoria, desvinculada tanto do instituto que realizou a pesquisa como da entidade que a contratou", argumenta Fruet.
O projeto será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de ir para o Plenário.
Comentário do Blog: essa é uma boa notícia, pois existem pesquisas e pesquisas. Grande partes das pesquisas publicadas atende interesses de quem paga a pesquisa. Existe gente séria trabalhando no ramo, e eu mesmo conheço mutos deles.
Mas é bem verdade que as pesquisas verdadeiras são aquelas que não são publicadas. A pesquisa como método científico para avaliar performances é fundamental em qualquer processo. Mas quando é usada como engôdo, aí torna-se um desserviço à democracia, quando se trata de política e do futuro de uma administração, municipal, estadual ou federal.
E já vimos exemplos por aqui dessa prática. Quem não se lembra do vexame proporcionado em 1996 pelo então candidato Hilário Coimbra (PTB), último colocado na disputa pela prefeitura naquele ano, mas que apresentou uma pesquisa encomendada junto ao Instituto Veritate (Verdade, em latim, pasmem...) e divulgada pelo O Liberal, de que ele seria o vencedor?...

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