Em respeito aos parcos leitores
deste pobre blog, resolvi trocar de uniforme na reta final desta angustiante
campanha eleitoral de 2012. Deixo a roupa de militante partidário de lado e
tento, nesta postagem, contribuir com algumas informações aos (e)leitores deste
espaço. Como militante cibernético, travei alguns debates na rede social, através
do Facebook e até participei diretamente da campanha midiática, ora
assessorando candidatos, ora pedindo votos para eles.
Há quase 80 dias fiz o último
post neste espaço. Ainda estávamos no mês de julho, logo depois das tumultuadas
convenções municipais dos partidos, que analisei aqui pelo blog. Foi o momento
em que o jornalista deu lugar ao militante político. Como membro da direção do
PCdoB local, me envolvi em um sem-número de reuniões, além do meu cotidiano
como analista judiciário no Fórum de Santarém, atuando na organização das
sessões do tribunal do júri.
Por pouco não aceitei enfrentar
uma candidatura a vereador, mas depois de avaliar os prós e os contra de entrar
nessa campanha, concluí que tinha mais contras do que prós. Engatei marcha-ré.
Mas desde que me filiei no PCdoB
no ano passado, havia me proposto a ajudar o partido a alavancar e influir nas
eleições municipais, ou articulando uma candidatura a prefeito ou elegendo seu
primeiro vereador.
Mas no meio do caminho havia um
plebiscito e tudo embolou. Mesmo assim, mantivemos conversações com o PV, que
na última hora preferiu não se aventurar na consolidação de uma terceira via e
migrou pro lado do PSDB. Não nos restava outra posição senão continuar seguindo
nosso aliado histórico, o PT. Mas precisávamos garantir um tratamento não mais
de “sigla de aluguel” como tantas que existem por aí. Afinal, no ano dos 90
anos de fundação do PCdoB, queremos marcar a história do partido em Santarém,
seja apoiando uma candidatura para prefeito, seja elegendo um ou mais
vereadores na Câmara.
Mas deixemos a militância pra
mais tarde. Hoje é dia de eleição, e muita gente está saindo agora para votar.
Aos que estiverem em casa e conseguirem ler estas linhas, pode ser que eu ajude
com algumas informações. Sempre digo que não tenho a pretensão de ser dono da
verdade (os jornalistas, muitas das vezes acreditam que estão acima do bem e do
mal). Mas conviver com os bastidores da política, coisa que faço desde que me
iniciei repórter pela Rádio rural, em 1984, e ao mesmo tempo levantar bandeiras
partidárias, causa um grande desconforto. Para mim e para os outros. Mesmo
assim, me arrisco a palpitar, e tentar ser mais jornalista do que militante.
Não é fácil. Por isso, estou pronto para os debates, mesmo aqueles raivosos de
pessoas que ao invés de debater ideias, preferem detratar o autor. Já estou
vacinado. E basta filtrar aqueles que não respeitam o bom debate. E vamos às
informações.
Em meio ao descrédito com as
pesquisas, SIM e NÃO fazem a tônica do embate pela prefeitura
Creio, como muitos, que esta deve
ser a eleição com um resultado dos mais apertados de todos os tempos, entre os
dois principais candidatos à Prefeitura. Alexandre Von, do PSDB e Lucineide
Pinheiro do PT devem ser um dos vencedores da contenda, provavelmente com uma
pequena margem de diferença entre ambos. A possibilidade de uma vitória
acachapante de ambas as partes parece ser remota. Tive acesso a diversos
resultados de pesquisas internas, de um lado e de outro. E juntando com as
pesquisas publicadas, a sensação é a mesma.
Cheguei a participar de um
programa de Lucineide falando do fenômeno da tendência das pesquisas, que
historicamente definem o resultado na reta final. E quem sempre está na frente
com ampla vantagem antes da campanha começar, corre sempre o risco de iniciar
uma queda gradual ou exponencial, como no caso do comunicador Celso Russomano
(PRB), candidato a prefeito em São Paulo, que de provável vencedor ainda no 1º
turno corre o risco de nem chegar ao 2º turno e assistir de camarote a mas uma
contenda entre PT e PSDB.
Mas em Santarém, a queda anotada
em relação ao candidato que esteve sempre na frente foi gradual. A candidata
que entrou na campanha com menos de três meses, independente do resultado de
hoje, já pode ser considerada um fenômeno: de 0% enfrentou os quase 47%
construídos por Alexandre nos últimos anos e praticamente encostou no seu
cangote.
De um lado, o PT fazendo uma
campanha junto com outros 11 partidos aliados, para provar que os oito anos no
poder renderam bons frutos. Do outro, uma oposição acertando constantemente
aquele mesmo soco no fígado, no que parecia ser o calcanhar de Aquiles da
gestão Maria do Carmo II: ruas esburacadas e caos nos hospital municipal.
Como sempre acontece, programas
de governo não foram expostos para debate. Sobrou malícia e acusações, vídeos
com ataques grosseiros ou mensagens humoradas. E como pano de fundo o
plebiscito, com Alexandre tentando dizer que é do SIM, apesar de apoiado pelo
governador do NÃO e Lucineide reforçando a convicção do NÃO em detrimento de um
possível SIM. Entre o SIM e o NÃO muitos eleitores ficaram no TALVEZ. Hoje a
resposta sairá das urnas.
Outros três candidatos
participaram do embate, quase como co-adjuvantes: Márcio Pinto (PSOL), José
Maria Tapajós (PMDB) e Rubson Santana (PSC). Duas decepções e uma surpresa que se
prepara para voos mais altos. A decepção maior fica por conta de José Maria
Tapajós, que pode amargar até mesmo um quarto lugar (o que seria uma vergonha
para o poderoso PMDB de Jader Barbalho), se a performance esperada de Márcio
Pinto se confirmar. Este por sua vez, ganhou mais experiência e deve ser forte
candidato à uma vaga na Alepa dentro de dois anos, principalmente se o PSOL
confirmar Edmilson Rodrigues na prefeitura de Belém. Ao Zé Maria, resta o
esforço final para tentar eleger seu herdeiro político, o webdesigner Júnior
Tapajós para a Câmara Municipal.
A outra decepção ficou por conta
de Rubson Santana, que despontava como uma novidade que poderia dar o que
falar, mas não pelo lado folclórico. O “candidato das maquetes”, mostrou a
fragilidade uma estrutura quase inexistente, baseada apenas numa trupe de
abnegados religiosos da Assembleia de Deus, a qual pertence. Projeto inacabado
de político com uma nova mensagem, Rubson deve apenas servir como um palanque
alternativo para o deputado federal Zequinha Marinho (PSC-PA), em sua tentativa
de reeleição em 2014.
Daqui a pouco um post sobre as chances de quem pode chegar na Cãmara Municipal.
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