De olho na sucessão de Simão Jatene, partidos tendem a
repetir coligação de 2014, em Santarém,
para assegurar palanque na próxima
eleição estadual.
A passagem por
Santarém do ministro da Secretaria de Portos, Hélder Barbalho (PMDB), na semana
passada, para inaugurar as obras de reforma do aeroporto maestro Wilson
Fonseca, não podia ser mais simbólica. No aeroporto, estavam quase todos os
políticos que devem liderar as articulações para embarcar num voo político que
começa com vários monomotores (alguns em voos solo), mas que deve terminar com dois ou
três aviões Jumbo zarpando da mesma pista, rumo à Prefeitura de Santarém.
Alexandre não tira o braço do ombro de Chapadinha, na inauguração do aeroporto (foto: divulgação Chapadinha) |
Aproveitando a estada de Hélder, contatos
foram mantidos com lideranças de partidos como DEM, PT e PMDB que o
acompanharam na aventura frustrada de 2014, dando início às articulações
políticas das eleições municipais deste ano, mas já de olho nas eleições de 2018.
Todos vão querer negar, mas o “start” para o início da construção das mega-coligações já foi dado.
Tendo ao seu
lado o senador Paulo Rocha (PT), Hélder deu a senha do que vem por aí: a
coligação que o lançou candidato ao Governo do Pará pode ser reeditada nos
principais colégios eleitorais do Estado, como Santarém, para lhe garantir palanques na sucessão de 2018.
Essa
movimentação peemedebista deve incentivar os tucanos a realizarem a mesma
estratégia, provavelmente em torno do atual prefeito Alexandre Von, que deu um
abraço simbólico no deputado federal Francisco Chapadinha, durante a mesma
inauguração, depois deste também ter lançado sua pré-candidatura na mesma
movimentada semana.
O novo ovo da
serpente
Quem acompanha
de perto o processo de definição de candidatos em eleições, Brasil afora, sabe
que cada eleição tem sempre vinculação com o pleito que passou e contribui com
a eleição seguinte. É uma corrente de fatos e eventos onde lideranças
partidárias buscam melhor posicionamento em eleições municipais, mas não perdem
de vista as próximas eleições estaduais e federais.
Após o final
das eleições de 2014, uma coisa ficou visível no Pará: a tentativa de volta ao
poder, para um novo ciclo, do clã dos Barbalho (através do, agora, ministro
Hélder Barbalho), dando um “restart” no movimento iniciado em 1982 que culminou
com a ascensão de seu pai, o hoje senador Jader Barbalho. Naquele ano, Jader usou de uma estratégia
pragmática ao conseguir ser apoiado por grupos que lutavam contra a ditadura
militar e outros que eram a favor da mesma ditadura na Amazônia, como o
recém-falecido coronel Alacid Nunes (à época, governador biônico ligado ao PDS,
braço da Ditadura).
Com o desgaste
da velha raposa da política paraense por envolvimento em escândalos de
corrupção – e que nessa caminhada criou várias criaturas que se rebelaram
contra o criador, entre elas o atual governador Simão Jatene – a esperança está
sendo depositada no filho que é praticamente um clone do pai. Para enfrentar o
poderio Tucano, em 2014, os Barbalho repetiram a mesma estratégia de 34 anos
atrás misturando alhos e bugalhos numa das coligações mais esdrúxulas de todos
os tempos que reuniu peemedebistas, petistas, demistas e comunistas num só
balaio, num total de 11 siglas: PMDB/DEM/PT/PR/PDT/PROS/PHS/PCdoB/PSL/PPL/PTN.
Hélder Barbalho e Simão Jatene podem reunir as mesmas legendas de 2014 em Santarém |
O grupo venceu
o 1º turno faltando um pouco mais de 50 mil votos para não precisar ir ao 2º
turno. Depois disso, Jatene, que reuniu outras 15 legendas (PSDB/PSC/PSB/PP/PSD/SD/PRB/PTB/PPS/PEN/PMN/PTC/PSDC/PTdoB/PRP) acabou dando a virada no segundo turno e sepultou a 1ª tentativa dos Barbalho
de evitarem o ostracismo a que está sendo relegada outra família poderosa do
norte e nordeste: a dos Sarney, fragorosamente derrotada pelo comunista Flávio
Dino, no Maranhão.
Agora, o “ovo
da serpente” precisa ser reproduzido com maior antecedência para evitar que em
2018 aconteça um novo desastre e os Barbalho sejam sepultados de vez. Manter o
PT e o DEM ao seu lado, nesse contexto, é imprescindível para Jader e seu
filho. Mas antes disso, há uma eleição municipal no meio do caminho, e é nela
que será travado um combate que mais parecerá um “estágio probatório” para o 1º
turno de 2018. Dependendo das estratégias e de seus resultados, pode até
resultar na vitória em um único turno daqui a dois anos.
E o que serve
para um lado, passa a ser necessário para o outro. Jatene já não será candidato
em 2018 e vê os tucanos em brigas internas viscerais. Com um governo sofrível
no Estado e nos dois maiores colégios eleitorais, Belém e Santarém, uma vitória
dos Barbalho num 1º turno em 2018 não deixa de ser plausível. E reunir grande
parte dos mesmos aliados de 2014 passa a ser fundamental para os tucanos,
principalmente em municípios como Belém e Santarém.
Na tabela ao final deste artigo, uma projeção para onde vão as legendas partidárias, até agosto (último prazo para as convenções municipais).
Na tabela ao final deste artigo, uma projeção para onde vão as legendas partidárias, até agosto (último prazo para as convenções municipais).
Candidaturas
vão diminuir sem 2º turno
Antes do
Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) anunciar que Santarém passaria por
um recadastramento eleitoral biométrico, havia grande festa entre partidos de
menor expressão com a possibilidade de haver, pela primeira vez, um segundo
turno nas eleições municipais daqui. E até se falava no lançamento de mais de
uma dezena de candidatos! Só que agora, pouca gente acredita que isso ocorra.
Dos atuais 202.179 eleitores cadastrados, segundo contas de analistas do TRE, um pouco mais de
180 mil devem se recadastrar até 26/03/2016, último prazo dado pela Justiça
Eleitoral. O motivo maior disso é a evasão populacional que ocorre há décadas
para outros centros, em busca de melhores oportunidades, sendo que a maioria
desses migrantes preferiu manter o antigo domicílio eleitoral e garantir a
cômoda posição de votar em trânsito e esquivando-se de opinar sobre o futuro de
sua cidade (tanto a de origem, como a atual).
Agora, os
títulos desses cidadãos serão cancelados e estes serão obrigados a buscar seu
recadastramento na cidade em que se encontram atualmente. Dificilmente, a
maioria daqueles que mora fora de Santarém venha a se recadastrar aqui. Assim –
mais uma vez – Santarém pode perder a chance de eleger um(a) prefeito(a) em segundo turno. Desde 1985, quando foi restabelecida a escolha de um prefeito
através do voto (em 1966, Elias Pinto foi o último eleito e, cassado, viu dois
anos depois, já sobre a égide da Ditadura Militar, Santarém tornar-se Área de
Segurança Nacional com nomeação de prefeito biônico), apenas Lira Maia
conseguiu mais de 50% dos votos em 2000 e já houve candidato eleito com
menos de 30% dos votos!
Pela
importância de Santarém no mapa político do estado, já se faz necessária uma
escolha em dois turnos para que o prefeito eleito sempre tenha o apoio de mais
da metade do eleitorado. Sem isso, ficamos à mercê do revezamento de caudilhos
no poder. Entre os anos 1980 e 1990, Ronan Liberal e Ronaldo Campos se
alternaram no poder, ou se aliaram quando surgiram novas lideranças. Em 1992,
um novo ciclo foi iniciado: os Corrêa, que há 150 anos disputam o poder local,
fizeram na gestão de Ruy Corrêa uma espécie de rearrumação do cenário político
e administrativo.
Pode-se
afirmar que a gestão de Ruy foi um governo de transição entre o período de
Ronan e Ronaldo e o dos Maia e Martins. Em 1992, Ronaldo foi cassado e Lira Maia foi colocado em
seu lugar, no último instante, enterrando os sonhos de dar seguimento ao ciclo
anterior, e ao final de quatro anos daquela gestão começava a disputa de um novo
dueto: Maia contra Martins. Lira Maia, com vida política própria e não
representando mais nem Ronan e nem Ronaldo, ficou oito anos no poder. Depois
foi a vez dos Martins. Na eleição passada, os Maia voltaram através de seu
maior (inclusive em tamanho) aliado: Alexandre Von, mas de lá para cá muita
coisa mudou nessa relação.
Fogo amigo no
ninho Tucano
O ex-prefeito
e ex-deputado Lira Maia, sem dúvida ainda é um nome a ser considerado no jogo
político (em que pese estar sem mandato e passar por momentos delicados de sua
saúde, usando muletas e cadeira de rodas), na articulação para a eleição do(a)
futuro(a) prefeito(a). No momento, há quase uma certeza de que ele e seu grupo
não devem apoiar a reeleição de seu parceiro de 20 anos na política, o atual
prefeito Alexandre Von, pois o relacionamento entre ambos já não é tão próximo
como antigamente e a relação com os Barbalho parece ser mais cativante.
Se pudesse,
Alexandre já teria deixado Maia de lado há muito tempo e formaria um grupo só
de tecnocratas amigos seus, mas por causa de sua ojeriza pela política (na
verdade, nesta área, ele é como um macaco solto numa loja de porcelana) sempre precisou de um bom articulador o que o levou a depender muito do velho
parceiro e de seu grupo. A inclusão de Santarém na programação do
recadastramento biométrico deu um novo alento a Von, a ponto deste vir a público
confirmar sua candidatura mesmo sem o apoio irrestrito de Maia.
Sem um segundo
turno as chances de Von seguir carreira solo são maiores, mesmo com a imagem
corroída por uma administração com gosto de chuchu. Mas para que isso se torne
mais real, o prefeito terá que diminuir o “fogo amigo” que vem de candidaturas
lançadas de seu mesmo bloco, como a do deputado federal Francisco Chapadinha
(PSD) – incentivado pelo quase-morimbundo-político Helenilson Pontes,
ex-vice-governador e ex-secretário estadual de Educação – e do empresário Olavo
das Neves (PRP), que teria apoio de uma ala do PSDB estadual. A dependência de
Jatene, no papel de bombeiro para apagar esse fogo, é fundamental para o projeto de reeleição de Alexandre Von.
PMDB de volta ao poder?
A anunciada saída do médico Nélio Aguiar (DEM) do governo Von, no final do ano passado,
parece ser a mais clara evidência do início da formação de uma “alternativa
barbalhista” à reeleição do tucano santareno. É bem verdade que do ponto de vista administrativo, a
candidatura de Nélio, consolidada pelo DEM ou pelo PMDB, significará apenas a
troca de um chuchu por outro no comando da Prefeitura, mas nesse caso Maia
voltará a ter maior desenvoltura na indicação de nomes para secretarias
estratégicas, já que Von cortou seu acesso (principalmente às grandes verbas de
infraestrutura) ao criar o NGO – Núcleo de Gerenciamento de Obras, chefiado por
um tucano de confiança vindo de Belém, Geraldo Bitar (apesar deste também estar envolvido em processos de malversação de dinheiro público).
Nélio, Maia e Von: Trio desfeito? (Foto: Jeso Carneiro) |
O rumor de que
Nélio deve passar para o PMDB é forte e plausível. Ao se filiar ao PMDB, Nélio
diminuiria as resistências petistas para uma futura coligação e poderia
pacificar outras candidaturas que se lançaram com muita antecedência e que
perderão fôlego nos próximos meses, como a do empresário Paulo Barrudada
(PROS). O DEM não seria cabeça de chapa e o senador Paulo Rocha poderia
articular melhor com os Martins uma união aos moldes de 2014, com a bênção dos
Barbalho. Quanto aos outros, restará disputar com o PT a vice de Nélio, se este
se consolidar como o candidato perfeito para os planos barbalhistas.
Antes, porém,
é preciso amaciar Antonio Rocha, o onipresente líder peemedebista. Um dos
argumentos mais fortes será o da necessidade de renovação no partido, sem que
ele perca seu posto. Rocha sempre teve respeito dos Barbalho na política local,
até porque como empresário de navegação, bem-sucedido, sempre bancou o partido
na região. Mas desde sua derrota em 2014 para mais um mandato estadual, perdeu
um pouco desse prestígio. O novo líder da região, ungido pelos Barbalho, é o
ex-prefeito de Uruará, Eraldo Pimenta, que tem atuado de forma voraz nos
bastidores do PMDB da região, chegando até a derrotar Rocha em Mojuí dos Campos e Belterra
quando conseguiu indicar novos presidentes locais, em 2015. Mas Rocha fez valer
sua força e retomou o que havia perdido temporariamente.
Desta feita,
os Barbalho terão que evitar esse tipo de atrito. Voltar ao poder municipal é
um sonho acalentado pelo PMDB desde o fim do ciclo Ronan/Ronaldo, em 1992: Ruy
Corrêa foi eleito pelo PSB naquele ano, com apoio do PT, e no início do governo
entrou no PMDB (para conseguir vaga de deputado federal para seu pai, Ubaldo
Corrêa); quando Maia (que era peemedebista histórico) se elegeu em 1996 pelo
antigo PFL, chegou a retornar ao PMDB por um breve período enquanto lhe foi
conveniente, e depois voltou novamente ao seu partido, já chamado de DEM; no
segundo governo petista (2009-2012), o PMDB de Rocha chegou a vice-prefeitura
através do filho José Antonio Rocha e até assumiu o governo, por seis meses,
através do presidente da Câmara, o ex-vereador José Maria Tapajós, enquanto se
resolvia o imbróglio da reeleição de Maria do Carmo no TSE. Já são 24 anos
longe do poder, efetivamente. Pode ser a hora de voltar, mesmo que de forma
enviesada com um político que não tem tradições peemedebistas.
A encruzilhada
petista
A professora
universitária Socorro Pena (PT) interrompeu este ano, por algum tempo, sua
tentativa de conseguir um doutorado pela Unicamp para tentar estimular as bases
petistas a readquirirem a autoestima perdida depois da derrota de 2012 e diante
do cenário nacional que devassa a sigla liderada pelo companheiro Luís Inácio
Lula da Silva. Como antiga militante petista – dos tempos em que era pupila do
padre Edilberto Sena e consolidou um discurso ambientalista ao ajudar a criar
ONGs como GDA e Ceapac (ambas sem maior expressão no cenário local atualmente)
– Socorro mudou um pouco sua trajetória no PT ao se casar com o médico Everaldo
Martins e anulou-se como liderança de vanguarda para participar do projeto de
ascensão da cunhada Maria do Carmo como nova liderança regional petista, a
partir de meados dos anos 1990. Agora, com os Martins mais enfraquecidos no
cenário local, atendeu ao apelo de sua tendência, a Unidade na Luta (UL), e
lançou sua pré-candidatura à Prefeitura de Santarém.
Desde o ano
passado, vem acompanhando a desistência, um a um, de outros pretensos
candidatos do partido ao mesmo cargo: primeiro, seu ex-cunhado, o médico Carlos
Martins, teria sido convencido a renunciar, estrategicamente, pela mesma
tendência, em seu favor; depois foi a vez do deputado Airton Faleiro, da
tendência Construindo um Novo Pará (CNP), também se retirar por não encontrar
eco às suas intenções nem mesmo em seu grupo; por fim, a adversária que poderia
dar mais dor de cabeça, a professora universitária Lucineide Pinheiro, da
Democracia Socialista (DS), candidata derrotada em 2012, também se retirou
alegando decisão de cunho pessoal. Seu grupo, ao que parece, decidiu não lançar
outro nome, acreditando no compromisso de Socorro de manter uma postura à
esquerda e sem influência dos Martins.
As
desistências evitaram a realização das chamadas “consultas prévias”, processo
interno desgastante do partido, que começou a ser abolido nos últimos anos, até
de forma truculenta, por Lula, para que ele ou outros líderes regionais
pudessem indicar quem o grupo majoritário do partido achar melhor para ser
representante dos ideais petistas em determinadas eleições, mesmo que de outro
partido. Foi o caso de Dilma para a sua sucessão, e de Haddad para a prefeitura
de São Paulo ou ainda de Alexandre Padilha para o governo paulista, dos quais
Lula foi padrinho. No Maranhão, Lula conseguiu levar parte do PT para apoiar os
Sarney em 2014, e viu a derrota por um de seus principais aliados no cenário
nacional, o PCdoB. Em 2014, o petista usou do mesmo expediente no Pará, ao
“enquadrar” os petistas a engolirem a candidatura do aliado Barbalhinho para o
Governo, para concentrar as forças na eleição de Paulo Rocha para o Senado,
tática que teve sucesso parcial e grande desgaste político, principalmente em
Santarém por obrigar petistas a conviverem com seu maior adversário, Lira Maia.
Há quem diga
que o mesmo deve ocorrer este ano nas eleições municipais. Paulo Rocha esteve
no “lançamento oficial” de Socorro em reunião com várias lideranças partidárias
na semana passada, mas em nenhum momento falou da candidatura dela. Apenas defendeu
a sigla que vem sendo atacada pela mídia nacional. No mesmo evento, os Martins
(Maria do Carmo, Everaldo et caterva) estrategicamente sumiram para deixar
Socorro assumir seu papel de “boi de piranha” e amansar a militância petista.
Mas no final do encontro, o médico Carlos Martins chegou ao local e teve sua
presença várias vezes registrada pelos organizadores.
Lançamento de Socorro Pena, com líderes de outros partidos (foto: Jeso Carneiro) |
Mas foi outro
Rocha, o do PMDB que deu a senha no encontro petista: “quem estiver melhor nas
pesquisas, será candidato desse bloco”. Só após a saída de Helder do cenário
local é que Paulo Rocha falou, em entrevista coletiva, sobre o processo interno
de escolha do candidato do PT nas eleições de 2016, quando o nome de Socorro
foi citado como candidata. Paira no ar que o nome de Socorro não seja definitivo
e que Carlos Martins possa ser uma alternativa para futuras composições. E tudo começou quando a ex-prefeita Maria do Carmo (PT), no
ano passado, anunciou publicamente que quer ser vice do Barbalhinho em 2018, o
que estraga os planos de sua ex-cunhada de construir uma alternativa fora das
garras peemedebistas, o que pode contribuir para um desmantelamento das bases
do PT, principalmente aquelas que apostavam na candidatura Lucineide.
A encruzilhada petista deve continuar pelos próximos meses.
A militância clama por uma guinada à esquerda, mas os Martins e seus aliados de
“rocha”, vão continuar com a barba(lho) de molho…
Coadjuvantes buscam luz própria
Dos 35 partidos existentes no Brasil pelo menos 32 podem
estar organizados até março deste ano para participar das eleições locais. E
caso o recadastramento ultrapasse as expectativas e alcance os 200 mil
eleitores, um segundo turno, com certeza, ocorrerá em Santarém, pois
dificilmente qualquer dos atuais pré-candidatos conseguirá 50% + 1 dos votos na
atual conjuntura, mesmo que se reúnam em duas ou três coligações. Alguns
partidos podem até questionar o TSE sobre a possibilidade de manter o número de
eleitores que já estavam cadastrados antes da biometria, para que a
possibilidade de segundo turno seja mantida, mas dificilmente tal pedido
encontrará eco na Justiça Eleitoral.
Além dos pré-candidatos já citados, existem outros nomes
que vem sendo lançados desde o ano passado por várias legendas. Esse lançamento
é natural e faz parte do jogo político. Todos os partidos lançam suas figuras
de proa, na esperança de que elas cresçam e consigam entrar no jogo político.
No mínimo para compor uma coligação como vice ou, pelo menos, ser um nome com
condições de disputar uma vaga na Câmara Municipal. E cada um usa de
estratégias de marketing para popularizar seus nomes pelas redes sociais e
pelos diversos blogs noticiosos.
Há também o processo de sedução e aliciamento de legendas
menores, cujas lideranças precisam de apoio logístico para sobreviver. Em
alguns casos, as legendas pulam de candidato a candidato, num processo
desgastante de negociações envolvendo inclusive aportes financeiros, o que
acaba denominando-as de “siglas de aluguel”. Ao final, em muitos casos, são os
líderes partidários estaduais que definirão o posicionamento de sua “matriz”,
dependendo de acordos feitos na capital.
O “Senhor dos Hotéis”
O empresário roraimense Paulo Roberto Francisco da Silva,
conhecido como Paulo Barrudada, instalou-se em
Santarém há sete anos ao adquirir o falido Tropical Hotel Santarém. Dono de outros
dois hotéis em Roraima e Fortaleza, além de investir no ramo de transportes,
Barrudada é uma das figuras mais enigmáticas destas eleições e pode ter papel
importante nela. Ou não.
Com a voracidade de empreendedor no ramo de turismo, o
“Senhor dos Hotéis”, como o tenho chamado nas redes sociais, tem gosto pela
política partidária da qual já participou inclusive como candidato a deputado
estadual em Roraima, pelo antigo PST e PMDB, há mais de dez anos. Terminou como suplente e chegou a assumir o cargo temporariamente. Invoca
a seu favor a pretensa amizade com o senador por Roraima, Romero Jucá (PMDB),
um dos políticos mais influentes do partido a nível nacional.
Desde sua chegada a Santarém, Barrudada investiu
pesadamente em marketing comercial e pessoal, patrocinando blogs, programas de
rádio e TV e até montou um jornal impresso (Tapajós Agora, o qual já repassou
aos jornalistas que o editavam). Através das redes sociais passou a imagem de
empresário competente ao dar nova vida a um dos símbolos do desenvolvimento
econômico de Santarém da década de 1970, o Tropical Hotel, agora com seu nome
adicionado à fachada.
Usando de seu poderio econômico, tentou se aproximar de
movimentos sociais apoiando projetos de cunho social e abusando do expediente
assistencialista, em alguns casos, o que popularizou seu nome. No ápice desta
imersão nas bases populares, aliou-se a um organizador de invasões ou ocupações
em áreas desabitadas com o qual fundou o PROS, que no Pará é comandado pelo
prefeito de Marabá, João Salame, e que por conta disso conseguiu votos em
Santarém que ajudaram a eleger seu irmão, Beto Salame, deputado federal. É no
PROS que Barrudada tenta sustentar sua candidatura, mas se qualquer partido
acenar e garantir sua candidatura estará disposto a mudar rapidamente. Ele
trabalha freneticamente nos bastidores para que o PMDB o adote. Sua esposa já
foi recebida no partido pelo próprio Hélder, o que poderia ser um sinal de
futura adesão, pelo menos para uma candidatura a vice. Ou apenas um prêmio de
consolação: a garantia de apoio à eleição de sua esposa, Fabrícia, para uma
vaga na Câmara Municipal, em troca de sua retirada do cenário em favor de outro
candidato.
Barrudada, Helder e Rocha: Fabrícia é compensação eleitoral? |
Barrudada, desde que chegou em Santarém, é reconhecido por
apoiar financeiramente vários candidatos. Independente de partido ou ideologia.
De alguns chegou a vestir a camisa, como Maurício Corrêa (PSD), que tentou
eleger como deputado estadual em 2014, sem sucesso. E na tentativa de
concentrar legendas para seus projetos, chegou a financiar membros do PCdoB
local e impôs dois nomes para a presidência do partido em 2014: o blogueiro
Juscelino Kubitschek e seu funcionário do hotel, Diego Pinho, usado para dar aquele famoso abraço em Jatene, em nome do PCdoB, explorado por blogueiros locais que
eram contra a candidatura de Hélder Barbalho. Esse fato foi a gota d´água que
levou o presidente estadual do PCdoB, Jorge Panzera (que disputava uma vaga na
Câmara Federal, pela coligação de Hélder) a destituir toda a direção local
antes do fim do 2º turno de 2014.
Barrudada é como um buraco negro no espaço: suga (ou tenta
sugar) tudo que reluz ao seu redor. É conhecido também por seu destempero
quando é questionado por suas atitudes, o que destoa da imagem paternal que
tenta difundir nas redes sociais. Já até utilizou o serviço de blogueiros para
intimidar adversários com postagens para denegrir quem não concorda com suas
ações (depois desse artigo, provavelmente fará o mesmo com este escriba). O fato mais contundente foi quando “peitou” o prefeito Alexandre Von, por causa
de uma multa aplicada contra seu hotel, com uma nota reverberada por quase
todos os blogs aliados, o que fez o prefeito recuar da cobrança. Essa postura
já o fez perder muitos de seus aliados, mas ainda mantém as esperanças de ser
lembrado pelo menos pra ser vice em alguma coligação.
Por enquanto, Barrudada mantém seu discurso de
pré-candidato, mas dificilmente seu tino empresarial o levará à uma aventura
sem apoio de um grande bloco. Se mesmo assim insistir em manter uma
candidatura, sem consistência, corre o risco de ser mais um candidato
folclórico como em outras eleições de Santarém, como o médico Marcos Andrade
(aquele que andava na lama no horário eleitoral), em 2000, ou como o piloto
Joaquim Hamad (de projetos megalômanos e impraticáveis) em 2008, ou Rubson
Santana (de propostas vazias), em 2012.
Uma coisa é certa: Barrudada tem tudo para conseguir entrar
na história da política santarena, como uma boa empreitada ou como mais uma
barca furada.
A volta de Osmando Figueiredo
Um dos grandes articuladores políticos locais (mesmo que
utilizando expedientes pouco éticos, como dossiês contra adversários), com uma
atuação de 20 anos nos bastidores da política, parecia morto e enterrado depois
da sucessão de fracassos nas últimas eleições. O advogado Osmando Figueiredo
quer retornar ao cenário, depois de ter levado seu “know-how” político para
Alenquer, apoiando o prefeito de lá, Flávio Marreiro. Tornou-se, como aqui, a
eminência parda do governo ximango e foi adorado e odiado na mesma proporção.
Marreiro, agora, foi cassado novamente, e ao que parece as relações com Osmando
já não são as mesmas.
Bruno e Osmando contra Giovanni: PDT é passado? (foto: Bruna Jaqueline) |
Depois de brigar com o líder estadual de seu partido, o
ex-deputado Giovanni Queiroz, Osmando deixou o partido que comandava desde
1992, e anunciou que vai tentar reeleger seu filho, Bruno Figueiredo, como
vereador, e que pode ser candidato a prefeito (usou desse expediente em 2012,
que eu afirmei não ser verdade naquela ocasião). Osmando flertou com o PSL, com
o DEM e acabou entrando no minúsculo PTdoB, de Joaquim Hamad, sem perder o
controle sobre o PDT, dirigido por um antigo aliado. Ele já se movimenta nos
bastidores (com menos desenvoltura do que em passado recente), mas sabe como
usar a informação e contrainformação através de seu blog, redes sociais ou
plantando notícias em blogs amigos.
Pelo método de trabalho muito idêntico de cooptação de
aliados, Osmando chegou a se aproximar de Barrudada, mas em dado momento as
relações se estremeceram e hoje só há cobras e lagartos a serem ditos entre os
dois. Pode ser que não consiga o que pretende nestas eleições, mas não se pode
dizer que Osmando não seja persistente. Seu retorno ao jogo político acontecerá
devagar e só se consolidará se conseguir uma nova vaga para o filho, na Câmara
Municipal. Mas certamente será responsável por futuras manchetes bombásticas,
principalmente quando quiser atingir desafetos com seus famosos dossiês. E com
a internet, hoje, fica mais fácil reunir provas para desancar determinados
adversários que mostram ser uma coisa, mas são totalmente diferentes.
Quem cansou de financiar, quer agora seu espaço
Empresários sempre foram procurados para financiar
campanhas de todos os partidos. Em nível nacional, a Operação Lava-jato
demonstra o que já se sabia (parafraseando Shakespeare): há mais coisas entre o
financiamento de uma empresa e um candidato eleito do que possa imaginar nossa
vã filosofia. Nesse contexto, muitos empresários que tem contribuído para
alavancar candidaturas, começam a querer passar pro lado de lá. O movimento não
é novo, e Chapadinha foi o primeiro deles. Mas em Santarém, a partir do
plebiscito pela criação do Tapajós, pelo menos um desses empresários vislumbrou
a possibilidade de mudar o cenário político local.
Olavo das Neves: vice de Alexandre? |
Olavo das Neves, liderança empresarial regional e que foi
um dos responsáveis pela arrecadação de fundos para a Frente pela Criação do
Estado do Tapajós, como empresário bem-sucedido há mais de 15 anos, lidera o
grupo dos autoproclamados “setores produtivos” em torno da Associação Comercial
e Empresarial de Santarém. Essa liderança, principalmente durante o plebiscito
de 2011, chamou a atenção de Simão Jatene que tratou de cooptá-lo levando-o para
o seu governo e dando-lhe um cargo de segundo escalão, quase decorativo, mas o
suficiente para transformá-lo numa opção de candidatura que, segundo se
comenta, teria apoio de uma ala do PSDB estadual descontente com o prefeito
Alexandre Von.
Olavo sempre negou que entraria na política, mas no ano
passado resolveu se filiar no minúsculo PRP e no final do ano lançou-se como
pré-candidato à Prefeitura de Santarém. É um nome com forte apelo junto ao
empresariado, mas isso não basta para ser eleito. Pensando nisso, Olavo liderou
o Fórum das Entidades Representativas da Sociedade Civil Organizada do Oeste do
Pará, que reúne entidades empresariais e do movimento social, conseguindo uma
certa penetração nos grupos mais populares.
Como já disse acima, creio que Olavo também será convencido
a abandonar sua candidatura, e pode ser um forte vice para Alexandre Von, se
Jatene souber fazer a costura. Para isso terá que driblar vários políticos
experientes que sonham em ser vice do atual prefeito, caso Lira Maia realmente
se afaste em definitivo da parceria. Entre os que almejam a vaga estão vereadores
como Reginaldo Campos (PSB), presidente da Câmara Municipal, Marcela Tolentino
(SD), candidata ao Senado bem votada em Santarém. Há também o Chapadinha, que
se desistir da candidatura poderá querer indicar um nome de seu partido para
compor com Von.
Pontes que ligam nada a lugar nenhum
Helenilson Pontes já pode ser considerado sinônimo de
fracasso na política santarena. Depois de perder uma eleição para deputado
federal em 1998, acreditou que era uma boa referência política e negociou
aliança com o PT, deixou o PPS pelo PMDB e voltou para o PPS para ser jogado no
colo do PSDB, em 2010. Tornou-se homem de confiança do governador Jatene,
quando juntos derrotaram a combalida candidatura petista de Ana Júlia. A vaga
de vice naquelas eleições era de Arnaldo Jordy (PPS), mas este preferiu dá-la a
Helenilson e partiu para conquistar a vaga de deputado federal.
Os "ex-siameses" Nélio e Helenilson (foto: O Impacto) |
Como vice, Helenilson perdeu a chance de ter um
posicionamento mais consistente no plebiscito de 2011, e acabou com a pecha de
traidor do sonho dos tapajoaras. Entrou no PSD do qual é presidente estadual e
sonhava ser o sucessor de Jatene, mas os Tucanos reagiram e ele acabou como
candidato ao Senado, levando uma surra de Paulo Rocha (em Santarém apanhou também
de Marcela Tolentino). Como secretário estadual de Educação, no terceiro
governo Jatene, tropeçou em sua arrogância e saiu pela porta dos fundos.
Agora tenta aparecer nas eleições municipais impulsionando
a candidatura de Francisco Chapadinha a prefeito, político que não precisou de
seu apoio para se eleger. É uma candidatura apenas para futuras negociações.
Chapadinha tenta ganhar musculatura de líder político em seu primeiro mandato,
mas dificilmente prosseguirá com essa aventura municipal. Ao final e ao cabo,
os pessedistas convergirão para onde Jatene mandar, ou seja, apoiar Alexandre
Von.
Helenilson é uma ponte que liga nada a lugar nenhum. No
mesmo diapasão, seu irmão, o empresário Alysson Pontes, assumiu o PP e vem
trabalhando para se lançar como opção no cenário local, mas segue caminho oposto
ao do irmão (há quem diga que não se bicam), flertando inicialmente com o grupo
pró-Barbalho. No final, deve se contentar com uma candidatura à Câmara
Municipal.
Discrição e fidelidade tapajoaras
O campeão de mandatos como vereador em Santarém, José Maria
Tapajós, depois de tentar ser prefeito pelo PMDB, em 2012, resolveu buscar uma
sigla menor e que sempre foi satélite do partido. Filiou-se ao PHS e começou a
articular sua pré-candidatura como prefeito. Recentemente, foi convidado a
assumir o PR, sigla mais consistente que estava quase abandonada nas mãos do
ex-deputado Hilário Coimbra.
José Maria Tapajós: em busca de consolidar-se liderança regional |
Poderá, por exemplo, ser um candidato para tentar a tão
sonhada vaga de deputado estadual que já perseguiu em outras eleições (em 2014, pelo PHS, foi o 8º mais votado de sua coligação, mas sua candidatura foi impugnada pela Justiça Eleitoral) para
provar que não é apenas uma liderança circunscrita ao Tapajós e Arapiuns. Esse
papel é assumido, agora, pelo filho vereador, Júnior Tapajós, que deve tentar a
reeleição pelo PMDB.
Em busca de uma terceira via
O PSOL é um partido que desde sua criação em 2005, a partir
de divergências internas do PT, busca se consolidar como terceira via, em nível
nacional, diante dos grandes blocos liderados por PT e PSDB, com o PMDB pulando
de um lado para o outro e dezenas de siglas como coadjuvantes.
Em Santarém, o partido tentou chegar à Prefeitura em duas
oportunidades (de forma solitária): 2008 e 2012. Também tentou vagas na
Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, mantendo uma performance em votos
que demonstra um crescimento de sua militância e principalmente a consolidação
de seu principal líder: o professor Márcio Pinto, liderança do Sinttep,
sindicato da categoria.
Márcio Pinto: pode ser o vereador mais votado. |
Este ano, o PSOL resolveu mudar de estratégia e tenta uma
vaga no parlamento local. Márcio Pinto deve ser o candidato a vereador e com
grandes possibilidades de uma votação histórica, diante do desencanto do
eleitorado com os vereadores eleitos. Na condição de suplente de deputado
federal, Márcio pode conseguir uma vaga na Câmara Municipal e até sonhar em
assumir o mandato federal, caso o deputado Edmilson Rodrigues seja candidato a
prefeito de Belém e consiga se eleger. O PSOL sabe que apesar de todo o esforço
de sua militância pode não alcançar o quociente eleitoral de 2016, que deve
girar em torno de 7.000 votos para eleger um vereador, seja por partido ou
coligação.
Diante disso, o partido tenta montar com outras legendas
uma frente popular, aproveitando o vácuo deixado pela esquerda petista. Há
conversas avançadas com o PCdoB, que tenta se desgarrar do PT, e do
recém-criado Rede Sustentabilidade, de Marina Silva. Na disputa para a
Prefeitura, ainda há discussão sobre alguns nomes que deverão encarnar o
discurso da terceira via. Um dos que chegou a ser cogitado era o da professora
Lucineide Pinheiro, que poderia sair do PT para integrar a nova frente, mas
acabou desistindo de se candidatar a qualquer cargo.
Resumo da Ópera na “sopa de letrinhas”
Fechando esta análise, apresento abaixo um quadro sintético
sobre o posicionamento dos partidos em Santarém, diante do quadro acima
exposto. Como todas as informações já narradas, posso afirmar que o dinamismo
das relações inter-partidárias podem mudar levemente algumas projeções. A ordem
das siglas é por data de criação em nível nacional e o link da sigla leva ao site oficial da agremiação:
PARTIDO
DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO (PMDB/15)
- Comandado
pelo ex-deputado Antonio
Rocha
pode liderar uma coligação com vários partidos, tendo como
candidato o médico Nélio
Aguiar,
que pode sair do DEM;
PARTIDO
TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB/14)
- Tem
à frente o jovem empresário Darllan
Maia
(parente distante de Lira Maia) que também quer ser candidato a
prefeito, mas deve ser demovido de sua ideia pelo presidente estadual
do partido, Josué
Bengston,
para apoiar Alexandre
Von
(ou mesmo a candidatura que vier do PMDB, Bengston sabe ser bem
pragmático) e se candidatar a vereador;
PARTIDO
DEMOCRÁTICO TRABALHISTA (PDT/12)
- Tem
como líder o sindicalista Raimundo
Trindade,
aliado de Osmando Figueiredo. Deve seguir o comando de seu antigo
chefe;
PARTIDO
DOS TRABALHADORES (PT/13)
- A
pré-candidata Socorro
Pena
jura que manterá seu nome na disputa pelo bem do partido, mas o
senador Paulo
Rocha,
aliado de Jader, deve convencê-la do contrário;
DEMOCRATAS
(DEM/25) -
Lira Maia, líder
estadual do partido,
tenta
se reerguer depois do revés de 2014, quando teve três derrotas:
como vice de Hélder Barbalho, a não eleição do sobrinho favorito
Henderson Pinto como deputado estadual e a derrota de Nélio Aguiar
para uma vaga na Câmara Federal. Tenta emplacar Nélio no PMDB, para
liderar uma mega
coligação;
PARTIDO
COMUNISTA DO BRASIL (PCdoB/65)
- Depois
de sair das mãos de Barrudada, o partido tenta se desgarrar do PT
para compor uma frente popular com o PSOL;
PARTIDO
SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB/40)
- Comandado
por Reginaldo Campos, presidente da Câmara Municipal, tenta ganhar
mais espaço no bloco de Alexandre Von;
PARTIDO
DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA – (PSDB/45)
- Está
na Prefeitura e tentará a reeleição de Alexandre Von, encabeçando
uma coligação com aliados de Jatene em 2014;
PARTIDO
TRABALHISTA CRISTÃO (PTC/36)
- Há
poucas informações sobre quem comanda essa pequena legenda. Em
2012, apoiou Rubson Santana, do PSC;
PARTIDO
SOCIAL CRISTÃO (PSC/20)
- Partido
do vereador Geovanni
Aguiar,
primo do
deputado federal Francisco Chapadinha.
Pode passar para o comando de Reginaldo Campos, numa negociação com
seu presidente estadual, o vice-governador Zequinha Marinho. De
qualquer forma deve apoiar a candidatura Von;
PARTIDO
DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL (PMN/33)
- Comandado
pelo líder comunitário Zequinha
Franco,
tem como líder estadual o ex-deputado e sindicalista Zé
Francisco,
aliado de Jatene;
PARTIDO
REPUBLICANO PROGRESSISTA (PRP/44)
- Liderado
pelo empresário Olavo
das Neves,
que é pré-candidato a prefeito. Grandes possibilidades de integrar
bloco de Von, inclusive com chances de ser o vice;
PARTIDO
POPULAR SOCIALISTA (PPS/23)
- Liderado
pelo vereador Dayan
Serique,
deve continuar no bloco de Von;
PARTIDO
VERDE (PV/43)
- O
presidente do PV, Mathias
Júnior,
é hoje o super-secretário de Alexandre Von. Deve se manter na
coligação e até surpreender ocupando o lugar do vice, se o DEM
abandonar a coligação;
PARTIDO
TRABALHISTA DO BRASIL (PTdoB/70)
- Liderado
pelo piloto de avião Joaquim
Hamad
e pelo advogado Osmando Figueiredo. Deve compor o grupo encabeçado
pelo PMDB;
PARTIDO
PROGRESSISTA (PP/11)
- O
empresário Alysson
Pontes,
irmão de Helenilson Pontes, diz que é candidato a prefeito. Mas
deve acabar como candidato a vereador e apoiar a candidatura do PMDB,
ou mesmo a de Alexandre Von. Depende do que disser o eterno líder
estadual Gerson Peres, que já atuou dos dois lados;
PARTIDO
SOCIALISTA DOS TRABALHADORES UNIFICADO (PSTU/16)
- Tem
filiados, mas não tem comissão provisória organizada em Santarém,
portanto não deve entrar na disputa;
PARTIDO
COMUNISTA BRASILEIRO (PCB/21)
- Não
tem qualquer organização em Santarém;
PARTIDO
RENOVADOR TRABALHISTA BRASILEIRO (PRTB/28)
- Atualmente
tem como líder o vereador Sílvio
Amorim,
mas há indícios de que ele deixará o partido para ingressar no
PSC. Deve deixar alguém sob suas ordens;
PARTIDO
HUMANISTA DA SOLIDARIEDADE (
PHS/31)
- Depois
da saída de José
Maria Tapajós
vem sendo liderado pelo jovem acadêmico de ciências sociais Marcos
Munhoz.
É conhecido como partido-satélite do PMDB;
PARTIDO
SOCIAL DEMOCRATA CRISTÃO (PSDC/27)
- Há
rumores de que o partido está sob o comando de um aliado de
Chapadinha, e por isso deve seguir seus passos;
PARTIDO
DA CAUSA OPERÁRIA (PCO/29)
- Não
tem qualquer organização em Santarém;
PARTIDO
TRABALHISTA NACIONAL (PTN/19)
- Liderado
pelo taxista Anderson
Augusto
não tem rumo definido. Tanto pode estar com a coligação de Jader
quanto com a de Jatene;
PARTIDO
SOCIAL LIBERAL (PSL/17)
- Não
há informações precisas de quem o lidera, mas pode seguir os
passos do PDT, a exemplo do que fez em 2014, apoiando o candidato de
Jatene. Osmando tem relações com o partido e pode puxá-lo para o
outro lado;
PARTIDO
REPUBLICANO BRASILEIRO (PRB/10)
- Comandado
por um pastor da Universal deve se alinhar ao grupo de Jatene;
PARTIDO
SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL/50)
- Tenta
liderar uma frente popular que seja a terceira via, com PCdoB e Rede;
PARTIDO
DA REPÚBLICA (PR/22)
- Tem
como líder José
Maria Tapajós
e deve fechar com o PMDB;
PARTIDO
SOCIAL DEMOCRÁTICO (PSD/55) -
Comandado
por Francisco
Chapadinha
e Helenilson
Pontes,
lançou o primeiro como pré-candidato, mas deve apoiar Von na reta
final;
PARTIDO
PÁTRIA LIVRE (PPL/54)
- Tem
à frente o pastor Irmão
Válter,
com fortes ligações com Osmando Figueiredo;
PARTIDO
ECOLÓGICO NACIONAL (PEN/51)
- É
comandado pelo ex-peemedebista Pedro
Paulo Siqueira.
Pode vir a compor com a coligação do PMDB;
SOLIDARIEDADE
(SD/77)
- Tem
como líder a vereadora Marcela
Tolentino,
que gostaria de ser vice de Alexandre Von. O líder estadual,
deputado federal Wlad
Costa,
dificilmente irá para o lado dos Barbalho dos quais, agora, é
adversário;
PARTIDO
REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS/90)
- Tem
à frente Ivan
Leão e
Paulo Barrudada,
que andam se estranhando. Barrudada é pré-candidato a prefeito, mas
deve acabar apoiando o candidato indicado por Helder Barbalho;
PARTIDO
NOVO (NOVO/30)
- Não
há informações precisas sobre quem organiza a sigla. Em nível
estadual é liderado pelo médico ortopedista Paulo
Lobo,
assessor de Jatene;
REDE
SUSTENTABILIDADE (REDE/18)
- Vem
sendo organizado pelo líder comunitário Dinael
Arapiun,
que vai assumir a presidência da Resex Tapajós, e pelo geógrafo
Daniel
Fernandes.
Negocia participação na frente liderada pelo PSOL;
PARTIDO
DA MULHER BRASILEIRA (PMB/35)
- Não
há informações se alguém já está organizando a mais nova sigla
do cenário nacional em Santarém.
5 comentários:
Incrível J.Ninos... Sua interpretação acerca da política regional é holística e com incrível grau de profundidade. Parabéns pela habilidade em criar textos acerca da temática, com desenvoltura e capacidade de envolvimento literário!!!
Prof Dr Sidnei Baumann
Olá Ninos,
Obrigado por retomar o blog e por essa extensa e cuidadosa análise que fez.
Abraços,
Fábio.
Obrigado, mestres Sidnei e Fábio. Vindo de vocês é mais que um elogio.
Muito bom, Jota! Só acrescento uma intervenção histórica feita pelo Lula em 98, no Rio: com a ajuda do Dirceu, detonou a candidatura Vladimir Palmeira e obrigou o PT a apoiar Garotinho, com a Bené de vice. Lula dava suas tacadas de caudilho desde então...
Lula se tornou hábil nisso, Guy Fawkes. Aqui no Pará, enfiou o Helder pela goela. No Maranhão, levou o PT a se juntar com os Sarney, mas perdeu pro Flávio Dino do PCdoB.
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