sábado, 23 de julho de 2005

Tempestade na blogosfera

Os blogs na internet fazem parte de uma nova revolução dos costumes. Esta é, em síntese, a análise do jornalista Pedro Dória, no site NoMínimo, diante de um fato ocorrido em Nova Iorque em que uma jornalista demitiu sua baby-sitter após ler o que ela publicava em seu blog.
Eis um trecho da reportaagem de Dória:

"Sem querer, naquilo que deveria ser uma reflexão corriqueira e não muito mais, o "New York Times" acabou provocando uma pequena tempestade na blogosfera que trouxe à tona as mudanças sociais do novo século. A responsável é a jornalista Helaine Olen, autora do artigo "The new nanny diaries are online" – Os novos diários das babás estão online –, publicado no último dia 17.
Babás novaiorquinas não costumam ser como babás da maior parte do mundo: são jovens de classe média, bem educadas, que precisam de um emprego que não lhes comprometa demais com uma carreira futura. É o jeito de fazer um troco. A de Olen tinha 26 anos, recém-formada em Literatura. E, como cabe a uma moça novaiorquina desta faixa, Tessy escrevia um blog. Num momento de doença do bebê, a babá dedicou-lhe um poema e por cortesia passou à patroa o endereço de onde estava publicado.(...)
(...) Num mundo em que a privacidade é relativa, blogs representam a auto-expressão, aquele momento em que os diários de meninas deixaram os cadeados que ostentaram até finais dos anos 80 para tornarem-se públicos. E jornais, bem, jornais são a coisa que conhecemos, o meio de expressão que circula pelas ruas do Ocidente diariamente há uns dois séculos. Quais os limites de um e de outro?(...)
(...) Mas há um dilema, aí. A babá oferece à patroa o endereço de seu blog onde detalhes que a patroa prefere não conhecer estão publicados. É um abuso de intimidade, um abuso da relação – claro que é. E, a partir de tanta coisa pessoal revelada, qualquer blogueiro tem de lidar com o fato de que não agradará a todos os conhecidos. Ainda mais quando cita outros em seus textos.(...)
O texto completo você pode ler clicando AQUI

terça-feira, 19 de julho de 2005

Conto proparoxítono

Em tempos de Mensalão, cuecas e Delúbios, vale a pena mostrar como o brasileiro pode ser criativo com sua língua pátria e deixar de lado tanta podridão.

O texto que publico aqui no blog circula na internet há algum tempo e é atribuído a uma aluna do curso de Letras, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco – Recife), que obteve vitória em um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.

Achei simplesmente fenomenal, principalmente para quem lida com português no dia-a-dia, como o meu dileto amigo Ormano Sousa. O texto é longo, mas saboroso (e sensual). Aprecie:

Encontro Gramatical

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.

Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula, ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.

É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.

Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.

Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente! Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos.

Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma "mesóclise-a-trois". Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

Vítima do apartheid

Recebo e publico texto enviado pela padre Miguel Barry, da Pastoral Carcerária:
Hamilton Naki, um sul-africano negro de 78 anos, morreu no final de maio. A notícia não rendeu manchetes, mas a história dele é uma das mais extraordinárias do século 20. "The Economist" contou-a em seu obituário desta semana.

O cirurgião clandestino

Naki era um grande cirurgião. Foi ele quem retirou do corpo da doadora o coração transplantado para o peito de Louis Washkanky em dezembro de 1967, na cidade do Cabo, na África do Sul, na primeira operação de transplante cardíaco humano bem-sucedida.

É um trabalho delicadíssimo. O coração doado tem de ser retirado e preservado com o máximo cuidado. Naki era talvez o segundo homem mais importante na equipe que fez o primeiro transplante cardíaco da história. Mas não podia aparecer porque era negro no país do apartheid. O cirurgião-chefe do grupo, o branco Christiaan Barnard, tornou-se uma celebridade instantânea. Mas Hamilton Naki não podia nem sair nas fotografias da equipe. Quando apareceu numa, por descuido, o hospital informou que era um faxineiro. Naki usava jaleco e máscara, mas jamais estudara medicina ou cirurgia.

Tinha largado a escola aos 14 anos. Era jardineiro na Escola de Medicina da Cidade do Cabo. Mas aprendia depressa e era curioso. Tornou-se o faz-tudo na clínica cirúrgica da escola, onde os médicos brancos treinavam as técnicas de transplante em cães e porcos.

Começou limpando os chiqueiros. Aprendeu cirurgia assistindo experiências com animais. Tornou-se um cirurgião excepcional, a tal ponto que Barnard requisitou-o para sua equipe.Era uma quebra das leis sul-africanas. Naki, negro, não podia operar pacientes nem tocar no sangue de brancos. Mas o hospital abriu uma exceção para ele.

Virou um cirurgião, mas clandestino. Era o melhor, dava aulas aos estudantes brancos, mas ganhava salário de técnico de laboratório, o máximo que o hospital podia pagar a um negro. Vivia num barraco sem luz elétrica nem água corrente, num gueto da periferia.

Hamilton Naki ensinou cirurgia durante 40 anos e aposentou-se com uma pensão de jardineiro, de 275 dólares por mês. Depois que o apartheid acabou, ganhou uma condecoração e um diploma de médico honoris causa. Nunca reclamou das injustiças que sofreu a vida toda.

Comentando Chico e Lula

Recebo e publico dois comentários sobre o último post. Um da sempre atenta Mirika Bemerguy e outro de autor anônimo:
Mirika:
Jota, acompanhei ontem, também, os dois programas, só que fui um pouco mais esperta, liguei as duas televisões no meu quarto, aí não tive que correr. Eu nunca gostei de siglas partidárias, os valores que eu respeito são os das pessoas e não os dos partidos, pois em todos os lugares existem os do bem e os do mal, aí não se sofre tanto!
Quando o Lula falou que "o PT está fazendo o que sempre se fez no Brasil", achei também deprimente e me deu até náuseas, pois aí ele esqueceu que prometeu ao povo todo que votou nele:MUDANÇA!
Parabéns pela comparação entre Chico e Lula. Quem assistiu os programas, deve ter notado que fostes muito feliz nos comentários.
Anônimo:
Pessoal, partido é partido, governo é governo! Lula é PT e também é governo, mas isso não pode ser visto como a mesma coisa.
É somente um inocente comentário.

segunda-feira, 18 de julho de 2005

Paralelos em Paris

Ontem à noite fiquei literalmente da sala para cozinha, dividindo-me numa hercúlea tarefa de acompanhar meus dois grandes ídolos desde o final dos anos 70, que davam depoimentos diferentes na TV tendo como cenário a mesma cidade: Paris.
Para não perder nenhum lance, liguei as duas televisões (da sala e da cozinha) e corria feito um louco acompanhando os dois depoimentos. Paralelos em Paris, Chico e Lula que são ídolos entre si, viviam paralelos diferentes.

Enquanto a Globo exibia a entrevista exclusiva de Luiz Inácio Lula da Silva, a Bandeirantes apresentava o segundo programa da série Chico Buarque, desta feita enfocando o “lado mulher” do maior compositor da MPB. Enquanto um passava a limpo sua carreira, o outro pedia que seus companheiros passassem a limpo o seu PT após o grande “Delúbio”.

Chico cantava suas mulheres, inclusive as de Atenas, discordando da tese de que é o maior conhecedor da alma feminina. “Na verdade é impossível decifrar a alma feminina”, argumentava. Lula por sua vez, falava de seu “filho querido” o PT, dizendo que “a nova direção vai ter que descobrir onde erramos”, mas fazia questão de separar o joio do trigo, o governo do PT.

O semblante de Chico era sereno, sentado em um café de Paris, com chapéu panamá e sobretudo, dizendo que “Paris me inspira”. Ao fundo a bela canção “Joana Francesa”, uma de suas pérolas que conta a história de uma prostituta francesa que canta seu amor metade em francês, metade em português. Já o semblante de Lula era carregado. De vez em quando um lenço saia do bolso, sôfrego, e limpava as gotas de suor que insistiam escorrer de sua testa, enquanto a repórter se aprofundava nas perguntas sobre o mar de lama em que o PT se meteu. A aparente serenidade era na verdade a imagem do cansaço de um líder político que, constrangido diante das câmeras, tinha que admitir os erros de seu partido. “O PT fez o que sempre se fez no Brasil”. Deprimente.

Paralelos em Paris. Para Lula. Para Chico. Paratodos (como diria Chico). Os programas terminam e fica a sensação de que Chico é único e Lula já não é o mesmo. Chico continua no pedestal, Lula parece no ocaso. Fica a torcida para os paralelos se encontrem, num lugar que tenha o charme de Paris e a diversidade do Brasil.
Apesar de tudo, Chico e Lula serão eternos.

sexta-feira, 15 de julho de 2005

Capa do Diário do Tapajós


Capa do Diário do Tapajós que circula logo mais, encartado no Diário do Pará. A matéria principal da repórter Jeane Oliveira mostra que apesar de todas as crises e de toda a lama, ainda tem gente que acredita no amor. O santareno continua casando mais do que separando.

quinta-feira, 14 de julho de 2005

Correção de horário

O presidente do TJE, desembargador Milton Nobre baixou a portaria 1069/05, ontem, retificando parte da portaria 884/05 de 16.06.05, que determinou o horário especial de funcionamento do Judiciário no Pará, durante o mês de julho.
Na portaria anterior, ficou estabelecido que os fóruns de todas as comarcas funcionariam de segunda à quinta das 08h00 às 15h00, para compensar o ponto facultado nas sextas-feiras. Pela nova portaria, o horário passa a ser de 08h00 às 14h00, de segunda à quinta, continuando facultado o horário de sexta-feira até o final de julho.
Segundo a nova portaria, a retificação atendeu "ponderações feitas pelos advogados, partes, servidores, bem como a necessidade de economia de energia elétrica"

Comentando Maninha

Por e-mail, recebi comentário do amigo e companheiro de aventuras jornalísticas, Jorge Mário Cruz Cohen, o popular Gordo. Nosso grande, em todos os sentidos, videomaker, se confessa cúmplice na paixão por Chico e encantado com a mensagem subliminar de "Maninha", minha preferida do CBH.

Jota,

EU TAMBÉM ADORO O CHICO, ELE FOI TEMA DE ALGUMAS COISAS BOAS NA MINHA VIDA.
QUANTO A MÚSICA "MANINHA" EU NÃO SEI VOCÊ, MAS EU NÃO HAVIA PERCEBIDO A ALFINETADA LIGHT NOS MILITARES.
É POR ISSO QUE EU GOSTO DESSE CABOCLO...
Comentário: é por essas e outras que Caetano rotulou Chico de criador da "linguagem de fresta", ou seja, as mensagens em suas canções sempre tem algo de subliminar que ele nega e que conseguem penetrar e romper quaisquer empecilhos, como foi a censura do período ditatorial. De acordo com cada um, podem acontecer as mais diversas interpretações da linguagem de Chico.

quarta-feira, 13 de julho de 2005

A ópera de Cleuma

Recebi há alguns dias texto e fotos sobre o trabalho de uma colega que militou na imprensa local e que hoje brilha em Manaus. Divulgo o material agora, passada a euforia do aniversário (agora só "desaniversário", segundo Lewis Caroll, autor de Alice no País das Maravilhas!).

Trata-se da santarena Cleuma Lima, que hoje está se formando em comunicação e trabalha na Cultura de Manaus. Ela ficou empolgada com a grande experiência jornalística da cobertura do festival de Ópera realizado recentemente na capital manaura.

Mas abro o espaço pra ela contar esta história:
Entrei agora no blogg!!!
É bom ficar sabendo sobre as notícias da minha Santarém. Vou acessar sempre!!!
Como havia prometido mando agora algumas fotos durante o meu trabalho na cobertura do IX Festival Amazonas de Ópera!!!!
Nas fotos minha equipe da produtora M3 Vídeo e alguns solistas internacionais que vieram para o festival!!!
Beijos e saudade!!

Agora ninos vou contar um pouco do trabalho realizado pela Produtora de Vídeo Digital M3, no Festival de Ópera, para qual presto serviço:

Nós começamos a trabalhar no VII Festival Amazonas de Ópera. Além de filmar todo o evento, tínhamos um desafio. Transmitir o Festival via internet em parceria com o Instituto Cultural Embratel 21 do Rio de Janeiro. Mas no final tudo deu certo e conseguimos mostrar o Festival de Ópera do Amazonas para o mundo.
A parceria continuou no VIII Festival. Pessoas de toda Europa, principalmente da Itália, a terra da ópera, puderam acompanhar evento, direto e ao vivo do Teatro Amazonas, o teatro dos sonhos de muitos artistas!

Produzimos também um dvd com os melhores momentos do XIII Festival.

Este ano, o Governo do Estado não renovou o contrato com Instituto Cultural Embratel 21 e não teve transmissão via internet. Porém registramos todo o evento, dando destaque para o making of. Estamos em fase de edição do material que deve virar um outro dvd com os melhores momentos do Festival.


O trabalho na M3 Vídeo tem me dado a oportunidade de aprender mais sobre produção. Aliás, aqui em Manaus, descobri que gosto mais mesmo é de estar por trás das câmeras, no trabalho de produção. Mas continuo apresentando um programa cultural na TV Cultura, chamado Tucumã e Toada. Atualmente, o jornalismo estou exercitando na Rádio Tiradentes, afiliada a Rádio CBN de São Paulo, uma emissora essencialmente jornalística. Estou adorando trabalhar lá!!


Bem, Ninos, essas eram as minhas novidades daqui de Manaus, uma cidade que aprendi a amar, igualmente amo minha Pérola do Tapajós.
Beijos a todos!!!

Cleuma Lima

Comentário: Fico orgulhoso do sucesso de mais uma santarena que começou seu trabalha em uma emissora local e agora expande seu talento para o mundo.
Mais orgulhoso porque Cleuma foi, também, minha pupila no SBT (Ponta Negra canal 5), quando a lancei no vídeo, apostando em seu potencial. Ela, que tinha sidoo lançada na Rádio Ponta Negra pelo eterno Edinaldo Mota.
Sucesso para Cleuminha.

Cumprimentos 2

É bom fazer aniversário. Mas o que é bom dura pouco. Mesmo assim, os cumprimentos continuam chegando.
Registro agora o de duas amigas de batalha, em fases diferentes de minha carreira jornalística, a Mirika Bemerguy, que me ajudou na 1ª versão do jornal Estado do Tapajós (que tempos, hein Mirika? Até greve fizemos!!!) e a Rúbia Corrêa, que além de ser filha de uma velha amiga militante do PT (a TECA) é sobrinha do nobre colega Miltinho e foi uma de minhas pupilas na TV Tapajós, hoje brilhando na assessoria de imprensa da Seminf.
Por e-mail, recebo o recado do meu grande mestre Manuel Dutra e do amigo e escrivão da 5ª Vara Criminal de Ananindeua, o altamirense Fábio Rangel.
Brigadim a todos...


Mirika:

Meu caro amigo por favor preste atenção...nananananana...Esse teu novo visual está um charme.
"Quem é corajoso não foge da batalha da vida".Parabéns, continue assim corajoso e inteligente.
Um beijão Mirika


Rúbia Corrêa:

Feliz Aniversário! (plagiando Udi, lhe chamarei de cóó..)
Lembro-me de ti como cóó mesmo e não poderia ser de outro jeito. Imagino que desses 42 mais da metade deste ao jornalismo, não?Que maravilha!Parabéns por mais um ano! Que sua longa estrada seja repleta de boas notícias e boas produções.Tudo de melhor, cóó!
É melhor explicar esse coó: Jota foi coordenador de jornalismo da Tv Tapajós, quando eu, Udi, Núbia ainda estávamos por lá, eis a razão de tão estranha intimidade...
Um abraço, Rúbia.
Fábio Rangel:
Canceriano, como eu, amante da lua (que os astrólogos dizem ser nosso elemento) tenha um continuar de vida ainda mais feliz e instigante que as alegrias e oportunidades que a vida já lhe proporcionou.
Como espero "nascer" em um mundo, feliz não desaniversário!
Muita saúde e dinheiro (limpo) no bolso!
São dos votos do "feto" ( já que a vida começa aos 42).
Fábio
Manuel Dutra:
A vida começa todos os dias.
Datas são marcos arbitrários, fabricados pela "civilização" para vender presentes, aquecer o comércio e criar nas pessoas, ao mesmo tempo, sensação de consolo e de tristeza.
Abs:Manuel Dutra

Cumprimentos

Registro e agradeço os cumprimentos pela data de hoje, aqui no blog. Agradeço a lembrança do companheiro Nélson Mota (94) FM e dos colegas do Fórum, que fizeram uma festinha surpresa (o bolo não deu pra quem quis). Que venham os próximos 21!!!
Leny, internauta:
Muitos Parabéns! Espero que seja bonita a Festa Pá....!
Com tantos amigos hoje só pode ser dia de:

Feijoada Completa(Chico Buarque)

Mulher você vai gostar tô levando uns amigos pra conversar
Eles vão com uma fome que nem me contem
eles vão com uma sede de anteontem
Salta cerveja estupidamente gelada prum batalhão
e vamos botar água no feijão
Mulher não vá se afobar não tem que por a mesa, nem dá lugar
põe os pratos no chão e o chão tá posto
e prepara as lingüiças pro tira-gosto
Uca, açúcar, cumbuca de gelo e limão
e vamos botar água no feijão
Mulher você vai fritar um montão de torresmo
pra acompanhar arroz branco, farofa e a malagueta
a laranja-bahia ou da seleta
Joga o paio, carne-seca, toucinho no caldeirão
vamos botar água no feijão
Mulher depois de salgar
faz um bom refogado que é pra engrossar
proveita a gordura da frigideira
pra melhor temperar a couve-mineira
diz que tá dura, pindura, fatura o nosso irmão
e vamos botar água no feijão

Jeso Carneiro, jornalista (Gazeta e blog jesocarneiro.blogspot.com):

Quem nasceu com vinte e um dedos nos pés [correção do Jota: nos pés e nas mãos] tem que ter alguma missão especial cá no mundo. Não acredito que tenha vindo para ser mais um entre tantos. Você é um amigo, colega, uma pessoa marcada pela genética pra algo grandioso que ainda não consigo enxergar, vislumbrar no horizonte. Não tenho dúvida alguma, porém, que nessa caminhada em busca do Santo Graal de tua existência tens acenado para algumas pessoas que cruzam a tua trilha. Tive a sorte de receber o teu aceno. Quero mais o quê? Feliz aniversário, El greco-mocorongo.

Udirley Andrade, assessor de imprensa da Semsa:

Coó,
Quero saber onde vai ser a festa para comemorar essa data.
Aguardo convite! Parabéns.

João Cabano, internauta:

Com essa boina mediterrânea que você costuma usar, acho que o Chapeleiro Maluco é você!!!Um maluco beleza que sempre polemizou nas ondas do rádio, da TV nos jornais e agora na Net. Polêmica enraizada na sua atitude, sofredor, seja pelo Botafogo, seja pelo teu ex-querido PT, mas acima de tudo um cara de alto astral.Acompanho seu trabalho desde os tempos da Rádio Rural, e acho uma injustiça que a emissora nem se lembre da sua contribuição quando passou por lá... mas enfim, os gênios nasceram para serem incompreendidos.Parabéns Jota, e não deixe de atualizar esse seu blog, que junto com o do Jeso Carneiro faz a alegria dos internautas como eu.

“Existe somente uma idade para a gente ser feliz. Somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los, a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo novo; de novo e de novo; e quantas vezes for preciso.Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa”. (Mário Quintana)

Nélio Palheta e equipe da Coordenadoria de Comunicação Social do Governo do Estado parabenizam você pelo seu aniversário.

Elzamar Araújo, escrivã da 3ª Vara Penal de Ananindeua:

“Amigos são como flores: cada um têm o seu encanto..."...já vc tem tantos encantos que daria pra trocentos amigos!!!Parabéns!!!!!!

Vânia Maia, diretora-exectiva do Sistema Tapajós de Comunicação (por e-mail):

Parabéns pelos 42 nas costas. Concordo com você que a vida começa aos "entas", porque afinal de contas é quando estamos mais maduros e começamos a fazer o que gostamos com mais prazer e menos "murrinha". Desejo que você continue realizando os seus sonhos de escrever, escrever, escrever... e, desta forma, ser um protagonista vivo da história que consegues registrar a cada dia de tua vida, história que, diga-se de passagem, tem muitos bastidores registrados.Parabéns e tudo de bom. Espero que nossos destinos continuem se cruzando na imprensa ética e que novos projetos possam vir, para essa dupla tirar de letra.Bola pra frente no Diário. O projeto agora está nas suas mãos e tenho certeza que está em boas mãos. Um forte abraço.

LOOK VÍDEO (por e-mail):

Feliz Aniversário!!!Nesta data tão especial, não poderíamos deixar de lhe desejar um FELIZ ANIVERSÁRIO! Retire em nossa loja uma locação gratuita, e tenha um aniversário que será coisa de cinema. São os votos da equipe Look Vídeo

A VIDA COMEÇA AOS 42


Há quem diga que ela começa aos 40.
Cada vez mais me convenço de que ela recomeça todos os dias, portanto aos 42 também.
E assim, como na fábula de Alice no país das Maravilhas, sempre corro atrás de um coelho e me encontro com o Chapeleiro Maluco tomando o seu chá e comemorando os meus "desaniversários"...
Mas chega o dia que não é "desaniversário". Não há chá...
E aí, como diria Chico, "me pego cantando, sem mais nem porque"...
Só me resta olhar no espelho, conferir mais um branco cabelo e dizer:
FELIZ ANIVERSÁRIO JOTA!
Hoje, 13 de julho, não é dia de "desaniversário"
e a vida começa aos 42.
Esta é a segunda metade de minha vida,
que eu confiro há cada 21 anos...
Meu carma, minha sina, minha mandala, meus dedos.
(ONDE ESTARÀ O CHAPELEIRO MALUCO????)

terça-feira, 12 de julho de 2005

Momento Chico (Mar e Lua)

Mais um Momento Chico aqui no blog, com uma das canções mais lindas do poeta da MPB.
Reparem nesta letra de 1980, feita para a peça Geni, de Marilena Ansaldi, como Chico usa e abusa da metáfora como niguéem.
Grifado, um dos mais lindos versos do cancioneiro popular:

Mar e Lua


Amaram o amor urgente
As bocas salgadas pela maresia
As costas lanhadas pela tempestade
Naquela cidade
Distante do mar
Amaram o amor serenado
Das noturnas praias
Levantavam as saias
E se enluaravam de felicidade
Naquela cidade
Que não tem luar
Amavam o amor proibido
Pois hoje é sabido
Todo mundo conta
Que uma andava tonta
Grávida de lua
E outra andava nua
Ávida de mar


E foram ficando
marcadas
Ouvindo risadas,
sentindo arrepios
Olhando pro rio
tão cheio de lua
E que continua
Correndo pro mar

E foram correnteza abaixo
Rolando no leito
Engolindo água
Boiando com as algas
Arrastando folhas
Carregando flores
E a se desmanchar
E foram virando peixes
Virando conchas
Virando seixos
Virando areia
Prateada areia
Com lua cheia
E à beira-mar

Farmácia popular

O jornalista Udirley Andrade (que também tem um blog) informa que vem aí a primeira Farmácia Popular de Santarém. Segundo ele, será inaugurada ainda esse semestre e vai funcionar na avenida Mendonça Furtado próximo a 07 de Setembro.
Criada pelo Governo Federal, a Farmácia Popular tem como um dos seus principais objetivos ampliar o acesso do brasileiro aos medicamentos básicos e essenciais, diminuindo o impacto dos remédios no orçamento doméstico.

Orla, sempre orla

É humanamente impossível resistir à beleza de nosso principal cartão postal, principalmente diante de uma foto tão linda como essa de Jurandir Azevedo.

Taxistas

Uma comissão de 12 taxistas, apresentou ontem à tarde à Prefeita Maria do Carmo algumas reivindicações, entre elas, a reativação do Conselho Municipal de Transporte, a instalação de novos abrigos e implantação de pontos de táxi na Avenida Cuiabá (próximo ao Banco do Brasil), na Avenida Anysio Chaves (em frente à Prefeitura), na Avenida Nazaré (em frente ao Banco da Amazônia) e na Avenida Tapajós (em frente à Praça do Relógio) e o trabalho dos mototaxistas, principalmente os que agem fora da legalidade, além de uma proposta de reajuste de 60% no valor das corridas de táxi.
Segundo Nelma Bentes, assessora de comunicação da Prefeitura, a prefeita disse que a revitalização dos pontos de táxi é uma ação já pautada na SMT e sobre os mototaxistas disse apenas: “Sou solidária a vocês e estou aberta a propostas”. Quanto ao aumento de tarifa, o documento apresentado será analisado pelo setor jurídico.
Comentário: os taxistas têm razão em reclamar dos mototaxistas, principalmente dos ilegais. Mas ao proporem aumento de tarifa dos táxis, apenas consolidam a necessidade de um transporte alternativo em Santarém. Ao meu ver, além de banir os mototaxistas ilegais, deveriam lutar para diminuir o número de táxis, criando um plano de excelência para o serviço (começando por uma melhor educação a alguns profissionais e determinação para que renovem a frota).

Sem calçadas

A matéria da jornalista Jeane Oliveira, no Diário do Tapajós (edição de hoje, 12/07), repercutiu no blog do Jeso. Por isso, vou publicá-la neste espaço, para quem ainda não leu nas bancas:
“Sem-calçadas”
Passagem obstruída impede pedestres de andar

Jeane Oliveira

Santarém é uma terra “sem-calçadas”. Criou-se um grande “latifúndio” por causa da falta de padronização nos passeios públicos, que viraram propriedade privada dos donos ou inquilinos das casas, principalmente quando existe um comércio no local. Essa falta de espaço afeta principalmente as pessoas idosas e aquelas que possuem dificuldades físicas, e por isso, precisam de auxílio para andar pela cidade.

Para o engenheiro Roberto Branco, ex-coordenador municipal de desenvolvimento urbano, “é necessário tomarmos consciência, tanto os cidadãos, quanto o poder público e ainda os profissionais da área, pois não temos o direito de exercer a nossa cidadania, uma vez que não temos calçadas para andar”, afirmou.

As poucas calçadas regulares que existem estão no centro comercial, contudo, estão ocupadas por mercadorias, obrigando os pedestres a trafegar pelo meio da rua, correndo correm o risco de serem atropelados, porque as ruas são estreitas. “Esse é um problema de muito tempo, ocorreu em diversos governos, inclusive no anterior, do qual fiz parte”, admite Branco que acha ser um verdadeiro absurdo, o que acontece nesta cidade, pois “os moradores acham que são donos da calçadas, mas ela é pública”.

Nos bairros, a grande dificuldade é quanto à definição das ruas e o Plano Diretor, que cada município deverá organizar e aplicar até 2006, segundo o Estatuto das Cidades, será o responsável por definir a largura das ruas. “Antes de construir uma calçada, deveria se pedir o alinhamento da rua e com isso, o nível da calçada. Esse seria o procedimento correto”, informa o ex-coordenador.

Segundo o Código de Posturas do Município, que é de 1968, os passeios públicos não devem ser obstruídos, com exceção de uma situação: em caso de construção, sendo que só podem ser usados dois terços do espaço para colocar o material, ou seja, se a calçada possui três metros, dois podem ser usados para os materiais e o metro restante, deve estar completamente desobstruído para a passagem. “Isso é apenas durante a construção. É a única exceção de ocupação de calçadas”, disse Branco.

Ele aponta três etapas para amenizar o problema: a primeira seria uma campanha de conscientização, para mostrar a dificuldade que algumas pessoas enfrentam para andar pelo município; a segunda, uma fiscalização rigorosa das novas construções, e por fim, a demolição das calçadas que estão fora do padrão e construir outras, seguindo a regularidade.

Cara do Chico

Minha ex-colega de TV Tapajós, jornalista Rúbia Corrêa, assessora de imprensa da Seminf, visita o blog pela primeira vez:

Como não poderia deixar de ser, no seu blog tinha de ter Chico... Sua cara.
Gostei do seu blog.
Um abraço.
Rúbia

Mirika

O leitor que se assina Flávio, reverencia nossa grande Miriam Bemerguy, nossa “Joana D´arc ao tucupi”:

A Mirika é a presidente da Associação do nosso bairro S. Sebastião.
Gosto do jeito dela batalhar, reivindicar, dizer o que pensa, escrever nos jornais e lutar pelas nossas tradições.
Uma pena que poucas pessoas tem essa consciência de cidadania e interesse pelas coisas de nossa terrinha.
Um abraço do seu amigo, Flávio.

PNN

O jornalista Jeso Carneiro, ao comentar a nota “Na penitenciária”, lembra que eu tenho outros "compromissos" assumidos:

Ei, Ninos, e o PNN? Vai morrer na cova rasa? Pode colocá-lo na tua agenda de prioridades e desafios...

Comentário: O PNN, pra quem não sabe, é uma idéia que estou incentivando a discutir diante do atual quadro político nacional em que todos os partidos se nivelaram por baixo. Propus e convidei o Jeso em seu blog, a criarmos o Partido Niilista Nacional baseado nas idéias do filósofo Nietzche (foto), para quem o ceticismo, a total descrença em tudo, é o único caminho. (saiba mais sobre Niilismo clicando AQUI)
Eu aceitei entrar no Conselho da Comunidade Carcerária exatamente porque acredito que esse tipo de organismo pode contribuir no controle social, no que se refere aos presidiários, que apesar de estarem condenados não deveriam ser tratados como animais, enquanto outros andam por aí com dinheiro até dentro da cueca!

Um mea culpa quase tardio

Editorial de hoje do Diário do Tapajós:

Precisou o PT levar traulitadas diárias da imprensa para reconhecer que não é dono da ética e da moral. Como seres humanos, somos todos dignos de falha e dentro de um sistema arcaico de poder, nem mesmo os “querubins” do PT conseguiriam tal proeza.

Existem homens e homens. Não será uma sigla que mudará isso, mas também não há como negar que, na seara de siglas e idéias que este Brasil comporta, o PT foi uma de suas mais belas sinfonias, só que provou agora não ser consistente, definitiva, plena. Destoou, mas tem conserto.

O PT é apenas, sigla. Apenas idéia. Apenas sonho. Que será do homem sem a utopia do dia-a-dia?

Sem a força das Union Tradings, primeiras organizações sindicais surgidas após a Revolução Industrial, não haveriam hoje nem CUT’s, nem PT. E elas nunca foram perfeitas.

Toda instituição é feita de homens. E eles falham, por que são inteligentes. Burro é quem arrota estar acima das impurezas, pois um dia acaba se atolando na lama.

Mas tem conserto: como diria o poeta, “tanta flor nasce do esterco, perfumando a escuridão”.

Orla de Santarém, cedo

Na foto de Jurandir Azevedo, a orla de Santarém pela manhã. Nuvens no céu anunciam chuva.

Destaques do Diário

O suplemento regional do Diário do Pará que eu edito, sai hoje com os seguintes destaques:


- Santarém, terra dos sem-calçadas
- Ex-vereador verde quer ser deputado
- Você sabe o que um APL? Saiba tudo sobre essa nova sigla...
- Eduardo Fonseca pergunta: cadê o bispo para reclamar?

O Diário do Tapajós sai às terças e sextas.

Na penitenciária

Não sei dizer não a desafios. Apesar de multi-atarefado, como Escrivão, Jornalista, Diretor de Teatro, Blogueiro entre outras coisas, resolvi aceitar o convite formulado pelo padre Miguel Barry, da Pastoral Carcerária, e serei empossado nesta terça-feira como novo membro do Conselho da Comunidade Carcerária.

O Conselho da Comunidade é um órgão previsto no artigo 4° da Lei 7.210/84 – LEI DA EXECUÇÃO PENAL-LEP, que diz: o Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena. O Artigo 80 da Lei estabelece que : "Haverá em cada Comarca, um Conselho da Comunidade...".
Segundo o artigo 81 da LEP compete ao Conselho da Comunidade:

I – Visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na Comarca;
II – entrevistar presos;
III – apresentar relatórios mensais ao Juiz da Execução Penal e ao Conselho Penitenciário;
IV – diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento.
A posse dos novos conselheiros (entre eles o próprio padre Miguel, os defensores públicos Edinaldo Mota e Cláudio Araújo Furtado, o educador Clauriberto Levy, entre outros) será no gabinete do juiz Eric Peixoto, às 09h00.

A volta dos que não foram

A amiga Miriam Bemerguy (foto), nossa querida Mirika, leitora assídua deste e de outros blogs, é a primeira a saudar o retorno deste humilde blogueiro:

Mudando um pouco a letra de Ivan Lins:
"Começar de novo, pode contar comigo.
Vai valer a pena não ter te esquecido...."
Fico feliz com tua volta e ainda por cima com um astral legal e poético.
Um abraço
Mirika

domingo, 10 de julho de 2005

Momento Chico (Maninha)

Nesta nova fase do blog, lanço o Momento Chico, um espaço onde divulgarei as grandes canções do meu ídolo, embalado pelo show que a Band está apresentando. Começo com esta pérola, minha preferida de todas as músicas do Chico, Maninha, gravada em 1977 no disco Tom e Miúcha.



Se lembra da fogueira
Se lembra dos balões
Se lembra dos luares dos sertões
A roupa no varal
Feriado nacional
E as estrelas salpicadas nas canções
Se lembra quando toda modinha
Falava de amor
Pois nunca mais cantei, ó maninha
Depois que ele chegou
Se lembra da jaqueira
A fruta no capim
O sonho que você contou pra mim
Os passos no porão
Lembra da assombração
E das almas com perfume de jasmim
Se lembra do jardim, ó maninha
Coberto de flor
Pois hoje só dá erva daninha
No chão que ele pisou
Se lembra do futuro
Que a gente combinou
Eu era tão criança e ainda sou
Querendo acreditar
Que o dia vai raiar
Só porque uma cantiga anunciou
Mas não me deixe assim, tão sozinho
A me torturar
Que um dia ele vai embora, maninha
Pra nunca mais voltar

Chico na Band

Simplesmente magistral.

A Band (TV Santarém - canal 12) iniciou neste domingo a exibição da série Chico Buarque, às 21h00. Foi o primeiro dos três programas que serão exibidos durante todo o mês de julho.

Eu - logicamente - babei na frente da TV com meu ídolo. Até parece que ele cantou só pra mim... pois pela primeira vez pude ver o clipe da minha música favorita, cantada por Chico, sua irmã Miúcha e o eterno Tom Jobim (Maninha).

Em forma de documentário, com o Chico muito à vontade falando sobre a intimidade nos momentos de criação com Tom, Vinícius, Edu Lobo e o argentino Astor Piazzola, o primeiro programa foi intitulado "Caro Amigo" e foi feito com alta qualidade técnica.

Segundo informações que foram divulgadas ontem n´O Diário do Pará, "as gravações que começaram em novembro de 2004 com locações no Rio de Janeiro, Paris e Roma revelam as várias facetas de Chico Buarque de Holanda. O resultado pode ser considerado a síntese mais extensa e profunda, em formato audivisual, do compositor. (...) Filmado em high definition, tecnologia que dá qualidade de cinema ao trabalho, a série Chico Buarque é resultado de dezenas de horas de gravações editadas dos acervos pessoais do compositor, de Roberto de Oliveira, diretor de televisão que dirigiu grande parte dos programas sobre Chico, e dos arquivos da Rede Bandeirantes. 'É um orgulho para a Band ter contribuído para esta série com o seu acervo. Esses programas vão permitir que os mais jovens conheçam melhor um dos maiores nomes da MPB. E que os mais velhos matem a saudade', afirma Marcelo Parada , vice-presidente da Band. O especial recupera ainda gravações históricas, apresentações antológicas e flagrantes da convivência do artista com seus amigos e parceiros".

Quem quiser quer ter contato com vida inteligente na programação de domingo, e se possível gravar (eu infelizmente perdi essa chance) não pode perder os dois outros programas que serão exibidos nos dias 17/07 (À Flor da Pele) e 24/07 (Vai Passar).

E uma notícia ainda melhor: no último domingo do mês, dia 31 de julho, a Band vai reapresentar um desses três programas seguindo a preferência do telespectador que escolherá pelo Alô Band (031 31 8803 9090).

sábado, 9 de julho de 2005

Adeus, senhor presidente

Artigo publicado no Diário do Tapajós (08/07), assinado pelo professor-doutor Anselmo Colares, sobre a crise do PT
Adeus, senhor presidente
Este é o título de um dos livros do chileno Carlos Matus, falecido recentemente e reconhecido como um dos maiores conhecedores de Planejamento, aliás, o criador do Planejamento Estratégico Situacional, ferramenta teórica para ser usada especialmente no gerenciamento dos governos. No livro em destaque, Matus narra o melancólico fim de mandato de um Presidente ainda no exercício do cargo, mas já esvaziado de poder, pois os holofotes estão voltados para o Presidente eleito. Sobra-lhe tempo então para fazer algumas coisas que há tempos não fazia: caminhar por entre o povo, conhecer o chão do local que governa. Começam as surpresas. Só então percebe que as ruas estão sujas, esburacadas, que há filas nos hospitais, e mendigos por toda parte. Nada disso ele viu antes porque, quando ia fazer uma visita a um determinado local, os seus assessores mais próximos cuidavam de preparar o ambiente antes que ele chegasse. As ruas eram consertadas, o lixo e os mendigos eram retirados e tudo ficava maravilhoso. O Presidente não conhecia a realidade que deveria governar. Vivia um mundo a parte.
Quando, em sua última semana de mandato, finalmente conseguiu enxergar à sua volta, já era tarde demais. Restou se lamentar, e exclamar a famosa frase: - onde foi que errei?
O autor do texto mostra então que o problema daquele Presidente não foi falta de planejamento, mas de acompanhamento daquilo que havia sido planejado. Faltou avaliar, faltou estar atento aos indicadores, enfim, faltou estar em sintonia com a realidade, enxergar além da falsa imagem que os bajuladores lhe faziam ver e crer.
Diante de tanta lama, de tantos escândalos em torno do Planalto Central, no âmago da República, vejo o relato de Matus caindo como uma luva nas mãos do nosso Presidente Lula. A diferença, até não se sabe onde, é que ele não está em sua última semana de governo. Portanto, ainda há tempo de aprender a lição e corrigir os rumos. Resta saber se há capacidade e habilidade para isto. Assim como o Presidente de Matus, Lula e seu partido – o PT – parece terem se encantado por demais com o poder. A expressiva vitória nas urnas os fez reféns de si próprios. Esqueceram até de alguns princípios elementares como, por exemplo, de fazer a distinção entre governar e ter poder, ou, de que a fonte de poder em uma democracia emana da sociedade. Disto decorre que, não adianta comprar parlamentares em nome de garantir a governabilidade.
É lamentável que justamente o PT, partido que conseguiu reunir em torno de si o maior contingente de intelectuais, esteja tão desorientado teoricamente. Estes dias chegaram a especular o nome de Delfim Neto para a reforma ministerial. Com todo respeito ao deputado federal por São Paulo, quem viveu ou pelo menos leu a história brasileira nos anos da ditadura militar sabe que Delfim Neto foi responsável pelo Milagre Brasileiro mas também contribuiu em seguida para que o país mergulhasse em uma profunda recessão, e para que o trabalhador tivesse perdas irrecuperáveis. É dele a expressão “vamos fazer o bolo crescer para depois repartir”. O bolo cresceu, às custas de enormes sacrifícios da maioria da população, mas apenas uns poucos participaram do banquete.
É por isso que incomoda ver a que ponto estamos. Falta governo. Falta bom senso. Falta inteligência. Falta capacidade
Caro presidente Lula, valorosos e valorosas integrantes do PT, voltem a por os pés no chão, permitam que o ar puro penetre em seus pulmões, e deixe que seus corações sejam tomados pelo vermelho da luta. Não permitam que a lama os afogue e que também leve junto as esperanças e a confiança de uma nação. Já sabemos que o PT não é tão honesto como sempre pregou, já sabemos que usam as mesmas práticas condenáveis que os outros. Mesmo assim ainda resta um fio de esperança. Reajam antes que nada mais reste. Presidente Lula, não seja como o personagem do livro de Matus. Acompanhe seu governo, não se limite a ouvir os relatos reluzentes dos bajuladores. Não é só de reforma ministerial que o Brasil precisa. Este país precisa ser respeitado.

Do Mensalão à Megasena

Editorial desta semana, do Diário do Tapajós (08/07):

Do Mensalão à Megasena
Há pelo menos um brasileiro (e carioca, ainda por cima), feliz neste momento do Brasil-Mensalão. Ele foi o único ganhador da Megasena que pagou mais de 50 milhões, ontem. Pode até ser um grupo de amigos, mas isso pouco importa.
A mídia nem deu tanto destaque a esse prêmio, pois as denúncias em Brasília tiraram do foco este premiado. Talvez o único (ou únicos) sortudo(s) capaz(es) de dizer neste momento: eu amo o meu país!
O milionário da Megasena, se já não for nenhum endinheirado, tem até a opção de pegar seu dinheiro e ir embora. Milhões de brasileiros correram às lotéricas com esta esperança, mas só um conseguiu realizar o sonho. Todos queriam se anestesiar, diante de tanta lama que escorre dos monitores de TV, das ondas do rádio, das páginas de revistas.
É possível que algum dia consigamos ganhar na Megasena, mas até lá quem sabe quantos Mensalões serão pagos? Este é o ônus da democracia conquistada nas ruas. Pagamos diariamente nossa quota do Mensalão, sem ter o direito a um “mensalinho”, e o que dirá uma Megasena!
Que nos deixem pelo menos um óbolo (esmola), na hora da morte, para que possamos pagar a travessia do rio do inferno, como acreditavam os antigos gregos.

O pôr-do-sol de Santarém

Começo a nova fase do blog, com esta belíssima foto de Arnaldo Torres, o popular Atorres, chargista do Diário do Pará e diretor de diagramação do jornal, que esteve em Santarém há um mês orientando o processo de confecção do suplemento regional Diário do Tapajós, do qual sou responsável.
Atorres deixou sua sensibilidade artística em diversas fotos como esta, feita na orla de Santarém.
Que este sol que se põe, nasça sempre com a esperança de novos tempos.

Tô voltando pra começar de novo...

Já são quase dois meses sem postar algo novo. Agora que consegui rearrumar minha agenda, já é hora de voltar:

Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando

( trecho de "Tô voltando" - Maurício Tapajós/Paulo César Pinheiro)


Com a mesma proposta de sempre, o blog vai informar, opinar e poetar.

É um recomeço, num momento em que alguns sonhos do passado se desmancham em manchetes manchadas de lama.

Mas quem sonha, está sempre pronto para começar de novo:


Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Sem as tuas garras sempre tão seguras
Sem o teu fantasma, sem tua moldura
Sem tuas escoras, sem o teu domínio
Sem tuas esporas, sem o teu fascínio
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena já ter te esquecido...

(Começar de Novo - Ivan Lins)