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"Tenho o nome certo para ser o primeiro-ministro da Grécia". Esta foi uma das primeiras mensagens em tom de brincadeira com seu sobrenome, do novo primeiro-ministro, temporário, da Grécia empossado hoje (foto ao lado, do jornal grego O Filelefteros, recebendo a bênção dos padres ortodoxos) para um mandato de um mês, o juiz Panagiotis Pikrammenos (o sobrenome dele em grego quer dizer, "amargurado").
Ele vai comandar o país no seu período realmente mais amargurado. A Grécia teve eleições mês passado, mas por ter um regime parlamentarista, o gabinete deve ser formado pela maioria. Entretanto os dois partidos que se alternam no poder há décadas (Pasok, de esquerda socialista, e a Néa Dimocratia, liberal de direita), não conseguiram estabelecer a maioria, perdendo várias cadeiras no parlamento para o partido de esquerda radical (Syriza) e para os neonazistas gregos.
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Eu que vivi três anos na Grécia, entre 1988 e 1991, fico imaginando a situação de tanta gente que vivia, naqueles tempos, uma situação econômica já cambaleante, porém não desesperadora. O grego é um povo alegre, que adora fazer festas e quebrar pratos de gesso. Fui em muitos restaurantes do tipo e até ensaiei alguns passinho da dança.
Mas hoje, a Grécia, literalmente, dança na economia europeia. E pode decretar o fim de uma Europa unida, que comecei a ver à época em que estive por lá. No rastro dos gregos, seguem os espanhóis, os italianos, os portugueses e os franceses. A faixa mediterrânea da Europa já começa a sucumbir. Depois será a vez da faixa mais "fria", representada pela Alemanha, Inglaterra e países nórdicos. Ou não?
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