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| Familia jogando cinzas de Dutra no Tapajós |
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| Apesar do momento solene, todos estavam serenos e felizes ao conduzir um mestre do jornalismo ao seu último recanto. |
Santarém - Uma curta solenidade religiosa com a presença de 15 pessoas (foto ao lado) entre familiares e amigos mais próximos, foi realizada hoje (22/12/25) pela manhã, em frente a Santarém, dentro de uma embarcação, no encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas, para o lançamento das cinzas do corpo do jornalista santareno Manuel Dutra, falecido em 11/05 deste ano, em Belém.
"Quando você se aposentar, quero voltar a morar em Santarém para poder ver todos os dias o encontro das águas, até morrer", teria sido o desejo expresso pelo jornalista à sua esposa, desembargadora da Justiça do Trabalho, Zuíla Dutra (foto abaixo). "Me lembrei disso e decidi com os meus filhos que traríamos suas cinzas para ele ficar eternamente nas águas do rio que sempre amou e defendeu", disse ela, emocionada, antes do lançamento das cinzas do marido.
Dom Jacinto Brito (foto ao lado), arcebispo emérito da Arquidiocese de Teresina, amigo de Manuel Dutra desde a juventude e que realizou o casamento dele, veio participar da solenidade na embarcação que levou familiares e amigos até o meio do rio.
Além da esposa, estavam presentes na pequena cerimônia os filhos do casal, Moisés e esposa (Silvana) e Sofia, os netos Luis e Júlia, a irmã de Dutra, Maria José, e dois sobrinhos (Zé Mário e Cecília), um dos cunhados, Celson Lima e esposa (Ericleya) e três amigos mais próximos de Dutra, os jornalistas Jota Ninos e Rosa Rodrigues, além do fotógrafo Nilson Vieira. (foto ao lado)Como jornalista retratou a Amazônia e seus problemas, sendo um dos primeiros a denunciar a contaminação das águas do rio Tapajós pelo mercúrio, derramado em seus afluentes onde se instalaram dezenas de garimpos a partir da década de 1970. Agora suas cinzas se misturam ao rio que tanto defendeu.
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| Dutra: um amante do Tapajós retornando ao seu lugar |
Texto: Jota Ninos
Fotos: Zé Mário Dutra e Nilson Vieira






3 comentários:
Manuel José Sena Dutra, ou simplesmente o mestre dos mestres, Dutra ou Manuel como a gente o chamava, se encantou na madrugada de 11 de maio de 2025 e hoje foi eternizado, com a cerimônia das cinzas, no Encontro das Águas do Tapajós com o Amazonas, em Santarém da Conceição.
Dutra marcou profundamente minha caminhada e muito do que sou devo a sua presença iluminada. Mais que meu cunhado, foi um amigo queridíssimo e mentor intelectual. A ti, meu eterno mestre, dedico as palavras da poesia universal de Carlos Drummond de Andrade...
Canção Amiga
Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.
Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me veem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.
Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.
Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.
Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.
Obrigado pela poesia ao nosso mestre
Meu amigo querido agora descansa pra sempre no Rio que tanto amava. 😔
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