terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Mais problemas para Maria?
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Repercussão da "Espada de Dâmocles"
Inicialmente é bom que tenhas retornado à blogosfera.
Posso sugerir, partindo do princípio que Maria não assumirá em 1º de janeiro o novo mandato e que um dos vereadores será eleito presidente da Câmara e, consequentemente, o prefeito-tampão para que o mesmo (presidente-prefeito) escolha o secretariado entre os seus colegas de parlamento. Assim ele não incorreria no processo de descontinuidade dos trabalhos do parlamento e do executivo. Quando o novo(a) prefeito(a) fosse eleito ele mandaria todos de volta a Câmara e escolheria os seus secretários.
Mas, como sou leigo neste assunto, me responda: se os vereadores assumissem os cargos de secretários pró-tempore, eles teriam que sair da vereança e os suplentes seriam chamados em seus lugares ou poderiam (tal qual o presidente) continuar com o cargo de vereador e de secretário municipal ao mesmo tempo?
A espada continua suspensa...
Ao invés de contribuir para que o município e a população santarena não venham a ser prejudicados por uma “experiencia inédita” de interpretação do “direito” praticado por alquimistas do judiciário, setores da mídia, como uma orquestra dirigida por presuntos caciques políticos, com transito e créditos a receber, está forçando a criação de um clima de contagem regressiva na única perspectiva que aconteça em santarém um Golpe Branco. Ou seja, novas eleições.
Ignorando a lógica e o bom senso, além das possíveis conseqüências catastróficas para o convívio democrático e para as sortes da Administração Publica, a mídia já está nos projetando nas apostas do toto-prefeito, deflagrando a loteria sobre possíveis ou prováveis candidatos à prefeitura de Santarém, num momento onde a incerteza sobre o futuro politico do município reina soberana
Nesse meio, a boataria está correndo solta. Amigos e Aliados da Prefeita já vem sendo indicados como traidores e/ou como candidatos em pectoris no pleito prestes a ocorrer.
Tenta-se criar um clima de desconfiança e traição, onde ninguém confia em mais ninguém, com o intuito de enfraquecer a coligação que ganhou as eleições.
Se faz isso na perspectiva bem mais que provável que em pouco tempo a situação voltará ao normal, com a reversão no supremo da decisão no TSE, assim como na hipótese improvável que o STF mantenha o juízo do TSE.
O objetivo é o mesmo, tenta-se minar a solidariedade e as bases politicas estabelecidas em Santarém na vitoriosa campanha da Maria.
Enfim, há urubus voando baixo por aí, só espera-se que Brutus não esteja e/ou ande entre eles.
Tiberio Alloggio
O seu voto na internet
sábado, 20 de dezembro de 2008
A espada de Dâmocles que paira sobre Santarém
O filósofo, orador, advogado e político romano, Marcus Tullius Cícero (
A espada de Dâmocles (gravura acima, quadro com o mesmo nome, de Richard Westall/1812), é uma alusão freqüentemente usada para representar a insegurança daqueles que têm grande poder e que pode lhes ser tomado de repente, ou, mais genericamente, a qualquer sentimento de confusão iminente. E insegurança, é a única palavra que pode retratar a Santarém deste final de 2008, diante do desfecho de uma votação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impediu a diplomação da prefeita eleita Maria do Carmo (foto abaixo à esquerda).
A população santarena pode estar vivendo a experiência de Dâmocles, com uma espada sobre a cabeça, numa sensação quase idêntica à que foi vivida há 40 anos quando a Câmara Municipal de Santarém cassou o mandato de Elias Pinto (foto à direita), eleito por grande maioria da população para comandar a Prefeitura. Essa mesma insegurança acabou transformando Santarém, naquele tempo em, pasmem, “área de Segurança Nacional”(!), o que significou viver quase 20 anos sem ter prefeitos eleitos pelo voto, e sim indicados pelo regime militar de então.
Nem de longe Santarém corre esse risco hoje, mas a sensação de insegurança deve ser a mesma. Só quem viveu à época pode confirmar isso. E diante da atual crise institucional, a única frase que ecoa nos corações e mentes de quem votou, ou não, na prefeita Maria do Carmo lembra a célebre insegurança de um personagem drummondiano: e agora, Maria?
De um lado temos a insegurança jurídica que brota das várias interpretações do que aconteceu, de fato, na seara dos tribunais. Não cabe aqui discutir se foi um erro da assessoria jurídica de Maria, ou como querem outros, um “golpe” de Lira Maia que estaria vivendo seu ocaso político (como relatei em análise, após as eleições) e só poderia vencer “no tapetão”, para usar uma frase do futebol. Como não sou expert no assunto, não vou me ater a este quesito. O que mais me interessa é a insegurança política que é gerada por essa celeuma jurídica. O debate da questão nos tribunais e nos bastidores deve ser interessante, mas os efeitos da decisão – seja ela qual for – já causaram estragos em nossa frágil democracia.
Digo frágil porque, após quase 20 anos sem votar, Santarém vinha exercendo o voto nos últimos vinte e três anos e elegeu, de lá para cá, apenas 5 prefeitos. Dois deles conseguiram a reeleição (esta coisa odiosa criada pelo “príncipe” FHC, que ao meu ver só atrapalhou a vida política nacional. Mas isso é outra história...): Lira Maia (foto ao lado) pôde curtir o segundo mandato, Maria aguarda uma decisão judicial.
Nestes vinte e três anos, novas gerações têm experimentado a sensação de votar a cada eleição. Certo ou errado, votando ou não, todos participam de alguma forma dos destinos do município. Alguns levantam bandeiras, outros vendem o voto, mas no final o que sai das urnas é algo que nos identifica, nos unifica, nos purifica ou nos faz manter acesa a chama de que o próximo voto será melhor.
Não vou fazer defesa apaixonada por este ou aquele candidato, pois como homem da comunicação já estive nos vários lados dessa disputa. Já votei apaixonado, já votei desconfiado, já votei indignado. Mas votei sabendo que o resultado nos levaria a algum lugar – fosse ao céu ou fosse ao inferno – e nunca havia tido a sensação de não ter chão.
Mas, de onde vem a tal da insegurança? Enumero nos próximos parágrafos pelo menos cinco pontos da insegurança que vivemos.
Primeiro: uma grande parcela da população optou por um projeto político, que se era muito criticado, no início, acabou sendo (re)eleito, no mínimo, como o menos pior! Mas, diante do quadro que se forma agora e que pode se resolver, ou não, antes do dia 1º de janeiro, quando os novos membros do Executivo deveriam tomar posse, qual será o projeto político e administrativo de Santarém? Como ficam as propostas que venceram nas urnas? Quem as levará à frente? Quão prejudicial será isso para os investimentos dos governos Estadual e Federal já previstos para cá? É verdade que a administração é impessoal. Mas impessoalidade e “impersonalidade” são coisas diferentes. Aplico esse neologismo para mostrar que neste caso, o(a) futuro(a) prefeito(a) poderá não ser a persona definida pela maioria do eleitorado, por tanto, desprovido de qualquer legitimidade.
Segundo: em não havendo uma definição sobre a posse da prefeita eleita, sabe-se que o presidente da Câmara Municipal, a ser eleito em 1º de janeiro, será empossado até que uma nova eleição ocorra no município. Aí vem novamente a pergunta: qual a legitimidade, de qualquer um dos vereadores (de situação ou oposição), em conduzir um projeto para a cidade? Os 14 vereadores foram eleitos para legislar e não se prepararam para assumir um dos projetos insistentemente debatidos durante a campanha. Não vai ser fácil encarar um “mandato-tampão”, digno dos tempos de Ditadura, até que uma nova eleição aconteça. Como o “vereador-prefeito” poderá dar andamento à gestão, se ele não se preparou para ter uma plataforma administrativa? E até às prováveis eleições, qual será o atraso na gestão municipal diante do impasse, haja vista que o possível secretariado poderá ser temporário? E após a eleição do novo prefeito, o que ficará da administração-relâmpago? Lembrando que a eleição da Câmara já vinha se demonstrando uma briga de foice no escuro, com embates entre vereadores da mesma coligação vitoriosa, insuflados pela minoria de oposição, o que dirá agora que, ser presidente, passa a ter o status de “jóia da coroa”, já que o futuro presidente será imediatamente guindado à condição de prefeito pró-têmpore? Me dá arrepios em lembrar a eleição da Câmara Federal em que a briga entre deputados que representavam os maiores partidos, acabou dando chance para eleger um nefasto Severino Cavalcante, cujo fim se sabe qual foi. Quem seria nosso candidato a Severino, se é que existe algum?
Terceiro: Santarém é, sem dúvida, o município que sempre despontou como futura metrópole da Amazônia. Os índices econômicos dos últimos anos confirmam isso e apesar de ser uma terra de muitas promessas não cumpridas (como bem salientou, recentemente, o jornalista Manuel Dutra - foto à direita), bem ou mal, tem sobrevivido. Então, quais os prejuízos para a cidade, que tenta se firmar no cenário econômico da região e definir sua vocação de liderança de um projeto maior, que é ser a capital do Estado do Tapajós, se ficar acéfala no início de 2009? Como encarar aqueles que torpedeiam nossa intenção de autonomia administrativa, ao demonstrarmos que tropeçamos em “filigranas jurídicas” para decidir nosso destino?
Quarto: suponhamos que antes do dia 1º, o grupo de juristas ligados à prefeita eleita consiga garantir sua diplomação. Mesmo assim continuaremos com a “espada de Dâmocles” sob nossas cabeças, até que a questão seja definitivamente discutida em outra esfera, o Supremo Tribunal federal, já que trata-se de um embate constitucional. Ou seja, mesmo que venha a ser empossada, Maria do Carmo pode vir a ser tirada do cargo, caso o STF decida pela inconstitucionalidade, e desde já, sabe-se que em qualquer um dos quadros previstos, não poderá ser mais candidata! Essa insegurança atordoa a todos, defensores ou opositores da prefeita que, por enquanto, só sabe que estará na prefeitura para encerrar, melancolicamente, seu primeiro mandato em 31 de dezembro.
Quinto: havendo eleição nos próximos sessenta dias ou a qualquer momento dos quatro anos do mandato (caso Maria seja empossada), fica a dúvida da composição das novas chapas. O PT terá um nome para encabeçar a chapa? José Antonio Rocha, o atual vice (que não é vice) terá o nome ungido pelo preocupado pai, Antonio Rocha? Ou Jader Barbalho conseguirá indicar Helenilson Pontes (foto abaixo), que aceitou o “canto da sereia” para entrar no partido com essa possibilidade? Ou haverá uma briga no PMDB para ver quem encabeça tal chapa? O primo de Barbalho, José Priante poderia reivindicar um “prêmio de consolação” e tentar uma boquinha por essas bandas? Ou será que a banda minoritária do PMDB, pró-Lira Maia conseguirá mudar o rumo em direção ao ex-prefeito? E do lado de Lira Maia, mesmo sabendo que ele só pensa nisso, será que realmente será candidato? Ou indicará um de seus liderados, como Erasmo Maia, o sobrinho favorito, ou Alexandre Von (foto acima), o aliado-amestrado? E Márcio Pinto, será beneficiado por toda essa confusão e crescerá no conceito dos eleitores, que poderão apostar no neófito candidato e seu partido ainda não tão consistente em suas propostas? E por fim, teremos que agüentar mais uma campanha do tresloucado Joaquim Hamad ou qualquer outro aventureiro que ache legal brincar de candidato a prefeito?????
O que se espera é que a questão da sucessão, mesmo que temporária, seja decidida de imediato pelo Judiciário para evitar um desgaste maior, já que a disputa seria transferida para o ambiente da Câmara Municipal, neste momento, onde os interesses partidários e particulares poderão prejudicar ainda mais a vontade popular externada nas urnas.
Caso isso ocorra, poderemos ter em Santarém uma espécie de “parlamentarismo às avessas”, ou seja, parlamentares eleitos em sua grande maioria por interesses não tão coletivos, que disputarão a possibilidade de assumir a prefeitura, mesmo que temporariamente, gerando a insegurança política que há quarenta anos transformou-se num pesadelo e que, desde 1985, quando voltamos a eleger diretamente o prefeito nas urnas, esse episódio passou a ser um fantasma que não imaginávamos que pudesse voltar a rondar nossa cabeça, ainda que estejamos convivendo num clima democrático.
A população santarena não merece mais esse trauma político. Não merecemos essa espada de Dâmocles sobre nossas cabeças!
Voltando a postar
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Uma jornada de fôlego
24 - 10 - 08 (SEXTA-FEIRA)
19h30 – Solenidade de abertura oficial
Local: Casa da Cultura
- Pronunciamento de autoridades
- Lançamento do site do Sindicato dos Radialistas: www.radialistasdesantarem.com.br
Radialistas: Edinaldo Mota – Sinval Ferreira – Oti Santos
Tema: "Papo Informal"
Coordenação: Jota Ninos e Ednaldo Rodrigues
25 - 10 - 08 (SÁBADO)
16h – Bate Papo Esportivo
Rádio Rural de Santarém (AM 710)
Participação: Cláudio Serique, Oti Santos, Peninha Povão e Nelson Mota
Tema:"A influência do Rádio na difusão do esporte na Amazônia"
Organização: equipe de produção da emissora
Apresentação: Ivaldo Fonseca
26 - 10 - 08 (DOMINGO)
19h – Programa Bazar Brasileiro
Rádio Rural de Santarém (AM 710)
Tema: "A trajetória da música no rádio"
Participação: Pedro Fernando, Jorge Carlos e Francisco Sales.
Apresentação: Jota Ninos
27 - 10 - 08 (SEGUNDA-FEIRA)
13h – Projeto "O Rádio vai à escola"
Colégio Rio Tapajós
Tema: "60 anos de rádio em Santarém"
Radialistas: Sampaio Brelaz, Rosa Rodrigues e Nair Santos
13h15 – Projeto "O Rádio vai à escola"
Escola Paroquial São Francisco
Tema: "60 anos de rádio em Santarém"
Radialistas: Jota Ninos, Ednaldo Rodrigues e Nelson Mota
28 – 10 – 08 – (TERÇA-FEIRA)
15h – Show da Tarde (Mesa redonda)
Rádio Tropical de Santarém AM (650)
Tema: "60 anos do Rádio em Santarém"
Apresentação: Peninha Povão e Valdemir Santos
Organização: Equipe de produção a emissora
19h30 – PALESTRA - Terça Universitária
Instituto Esperança de Ensino Superior - IESPES
Tema: "Comunicação popular na Amazônia"
Palestrante: Magnólio de Oliveira
Organização: Projeto Saúde e Alegria
29 - 10 – 08 – (QUARTA-FEIRA)
9h – Rádio Interativo (Enquete)
Rádio Guarany FM (100,3)
Tema: "Qual a contribuição do Rádio na busca de soluções para os problemas da região?"
Apresentação: Jorge Carlos
Organização: equipe de produção da emissora
30 – 10 – 08 – (QUINTA-FEIRA)
8h - Mesa Redonda
Rádio Tapajós FM (94,1)
Tema: "Como e para quem estamos fazendo rádio?"
Apresentação: Sampaio Brelaz
Organização: equipe de produção da emissora
31 – 10 – 08 – (SEXTA-FEIRA)
8h30 – Programa Show do Povo
Rádio Ponta Negra AM (890)
Tema: "60 anos de história do rádio em Santarém"
Apresentação: Antonio Junior
Organização: equipe de produção da emissora
9h30 - Rural Debate
Rádio Rural de Santarém AM (710)
Tema: "Qual a contribuição do Rádio na luta pelos direitos humanos e pela cidadania?"
Apresentação: Padre Edilberto Sena
Organização: equipe de produção da emissora
14h – Programa Show do Povo
Rádio Ponta Negra AM (890)
Tema: "60 anos de história do rádio em Santarém"
Apresentação: Antônio Júnior
Organização: equipe de produção da emissora
1 – 11 – 08 - SÁBADO
6h - Oficina – Rede Mocoranga de Comunicação
Comunidade de Surucuá – Rio Tapajós
Saída: 6h – Mercadão 2000 - Retorno: 20h - Mercadão 2000
Tema: "A comunicação popular através do rádio"
Organização: Projeto Saúde e Alegria (PSA)
20h – Exposição
Terminal Fluvial Turístico (TFT)
Tema: "A história do rádio em Santarém"
Organização: Turmas de Jornalismo – FIT/IESPES
21h – Programa A Nossa Seresta
Rádio Rural de Santarém AM (710) - Praça do Mirante
Apresentação: Miguel Teixeira
Participação: Eriberto Santos e seresteiros da Amazônia
2 – 11 – 08 (DOMINGO)
7h – Celebração - Ação de graças aos radialistas mortos - Cemitério dos Mártires
Organização: PASCOM (Pastoral da Comunicação da Diocese de Santarém)
8h30 – Programa da PASCOM
Rádio Rural de Santarém AM (710)
Tema: "Homenagem aos radialistas mortos"
Apresentação: Ércio Santos
Participação: radialista Oti Santos
Organização: Equipe de produção da PASCOM
3 – 11 – 08 (SEGUNDA-FEIRA)
08h – Projeto "O Rádio vai à escola"
Escola Paroquial São Raimundo Nonato
Tema: "60 anos de rádio em Santarém"
Radialistas: Jota Ninos, Ronei Oliveira e Albanira Coelho
12h – Projeto "O Rádio vai à escola"
Colégio Dom Amando
Tema: "60 anos de rádio em Santarém"
Radialistas: Ormano Sousa, Edinaldo Mota e Milton Corrêa
4 – 11 – 08 (TERÇA-FEIRA)
09h - Sessão Especial
Câmara Municipal de Santarém
Tema: "O rádio e ética na política"
Organização: Assessoria da Câmara Municipal
5 – 11 – 08 (QUARTA-FEIRA)
14h – Projeto "O Rádio vai à escola"
Escola Boaventura Queiroz
Comunidade São Braz – Eixo Forte
Tema: "A Educação na Amazônia através do Rádio"
Radialistas: Rosa Rodrigues e Milton Mauer
Organização: Projeto Rádio pela Educação
19h – PALESTRA - Quarta Universitária
Faculdades Integradas do Tapajós (FIT)
Tema: "O rádio em Santarém e na Amazônia"
Palestrante: Radialista Santino Soares
Organização: Comissão executiva do evento
6 – 11 – 08 (QUINTA-FEIRA)
19h – OFICINA - Quinta Universitária
Faculdades Integradas do Tapajós - FIT
Tema: "Como usar os recursos da voz"
Ministrante: Radialista Santino Soares
Organização: Comissão executiva do evento
7 – 11 - 08 – (SEXTA-FEIRA)
19h – Dia do Radialista
Apresentação do projeto Troféu Imprensa - 2008
Churrascaria Santo Antônio
Jantar de lançamento do Troféu Imprensa
Organização: Sindicato dos Radialistas de Santarém
domingo, 5 de outubro de 2008
Professor internacional
MANUAL PARA ELEITORES INCAUTOS/2008
Acabei me envolvendo com uma consultoria política e, só hoje, no dia das eleições, passo a postar os textos que havia preparado a partir de minha experiência de atuação nos últimos 26 anos em eleições municipais, seja como militante partidário, seja como jornalista, seja como assessor de comunicação, seja como “marqueteiro político” ou seja ainda, como consultor político.
As informações contidas em meu “Manual” baseiam-se em dados estatísticos a partir de resultados eleitorais e de levantamentos em sites especializados em política e eleições. As anotações foram preparadas para minha participação hoje, pela Rádio Rural, no trabalho de apuração dos votos, que começa logo que o trabalho nas seções eleitorais acabar.
Espero que os textos ainda sirvam como fonte para aqueles que vão às urnas hoje, votar consciente.
Candidatos a prefeito e vereadores – comparativos com 2004
Todos já estão cansados de saber que são quatro os candidatos à prefeitura de Santarém este ano:
Maria do Carmo, promotora pública, que concorre à reeleição numa coligação de 12 partidos (PT-PMDB-PR-PDT-PPS-PSB-PRB-PTB-PMN-PP-PSC-PcdoB), chamada “A Mudança Vai Avançar”. Seu vice é o ex-secretário municipal de Transportes José Antonio Rocha (PMDB);
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O número de partidos envolvidos na campanha deste ano é de 19. Em 2004, eram16.
Dois partidos mudaram de nome de lá para cá: o PFL passou a se chamar DEM; e o PL (após se fundir com o antigo Prona, do eterno Enéas) passou a ter como sigla o PR.
Dos partidos que disputaram a eleição municipal há quatro anos, dois não participam dessa campanha: o PT do B e o PSL. Mas cinco novas siglas disputam estas eleições: PSDC, PMN, PRB, PC do B e PSOL. Informações sobre os partidos mais à frente.
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Dos 19 partidos das eleições deste ano, apenas três não se coligaram na disputa de vereadores: PMDB, PDT e PSOL. Os demais formaram 6 coligações diversas, o que significa que contarão os votos como se fosse um só partido, quando da temível matemática proporcional (entenda mais sobre Quociente Eleitoral e Quociente Partidário clicando AQUI). As coligações são:
“Renova Santarém” (PTC-PRTB), com apenas dois candidatos a vereador (um do PTC e um do PRTB);
“Santarém em Desenvolvimento” (PT-PR), com 25 candidatos a vereador (seis do PR e dezenove do PT);
“Coligação PP/PSC/PCDOB/PTB”, com 23 candidatos a vereador (cinco do PC do B, treze do PP, três do PSC, e dois do PTB);
“Coligação DEM/PV”, com 27 candidatos a vereador (vinte do DEM e sete do PV);
“A Santarém Que Você Quer” (PMN-PPS-PRB-PSB), com 27 candidatos a vereador (seis do PMN, seis do PPS, quatorze do PSB e um do PRB);
“Coligação PSDB/PSDC”, com 24 candidatos a vereador (dezessete do PSDB e sete do PSDC);
O PDT e o PMDB concorrem com 20 candidatos a vereador cada. O PSOL apenas com oito candidatos.
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Em 2004, a lista de vereadores foi composta com 176 candidatos, mesmo número deste ano. Entretanto, pelo menos um candidato teve seu registro negado em última instância (TSE) e perdeu o direito de disputar as eleições já nesta semana (detalhes mais à frente). No início da campanha, eram 182 candidatos, sendo que 174 tiveram seus registros aceitos. Dois candidatos impugnados recorreram das decisões e ficaram constando da lista até o final, inclusive fazendo campanha. Outros seis foram impugnados e/ou desistiram de concorrer.
Dos candidatos que concorrem este ano às 14 vagas na Câmara Municipal, 41 participaram da eleição de 2004. Os demais, em sua grande maioria, são neófitos na política. Dos 14 eleitos em 2004, somente 10 tentam a reeleição, três desistiram e um concorre a vice-prefeito.
Nomes que mais se destacam com chances de se eleger à Câmara
Essa lista é um palpite meu, após um estudo sobre as coligações e os nomes que se sobressaíram nas campanhas. Não vou afirmar que estejam eleitos, mas com possibilidades em relação aos outros. Os nomes surgiram a partir de observações minhas e de conversas com outras pessoas que tem experiência em política.
Inicialmente, é bom frisar que o quociente eleitoral deste ano deve ficar acima de 11 mil votos. Assim, analisando os partidos e coligações, posso afirmar categoricamente que o PSOL, o PRTB e o PTC não vão eleger nenhum vereador, exatamente por terem poucos candidatos e em sua maioria inexpressivos, sem condição de alcançar o quociente eleitoral. Os demais partidos e coligações, pelas minhas projeções, teriam os seguintes resultados:
A “Coligação PSDB/PSDC” corre o risco, também, de não eleger nenhum candidato. Em 2004 elegeu dois vereadores, que não estão concorrendo este ano. Mas se alcançar o quociente, elegeria pelo menos um vereador. Os mais cotados para a única vaga seriam o ex-vereadores Osvaldo de Andrade, Marco Aurélio e Chiquinho da Umes, correndo por fora a professora Terezinha Pacheco, todos do PSDB. O PSDC não tem nomes com expressão para contrapor os já citados;
A “Coligação PP/PSC/PCDOB/PTB” é outra que corre o mesmo risco da coligação anterior, mas por ter nomes mais expressivos pode conseguir eleger pelo menos um vereador. Os mais cotados são Gerlande Corrêa Castro e Silvio Amorin (PP) e Geovani Aguiar (PSC). PTB e PC do B não têm nomes que possam fazer frente aos já citados;
A “Coligação DEM/PV” deve eleger um a dois vereadores. Uma terceira vaga é quase remota. Os mais cotados são: Erasmo Maia, Henderson Pinto e Anaelson Carrolino (DEM) e Valdir Matias Jr. (PV).
A “Coligação A Santarém Que Você Quer” pode eleger dois ou três vereadores. Uma quarta vaga é remota. Os mais cotados na disputa são o médico Nélio Aguiar (PMN), o vereador Reginaldo Campos e o ex-vereador Laudenor Albarado (PSB). Outros nomes não tem tanta expressividade, mas podem ocorrer surpresas.
A “Coligação Santarém em Desenvolvimento”, é uma das mais fortes e com mais nomes na disputa. Deve eleger três a quatro vereadores. Os mais cotados são: Emir Aguiar (PR), Professora Farias, Rivelino Mota e Ivete Bastos (PT). Correndo por fora, mas com grandes chances vêm mais quatro candidatos do PT: Cassiano Amazonas, Bárbara Matos, Milton Peloso e Carlos Jaime. Com menor chance a vereadora Odete Costa.
O PDT deve eleger apenas um vereador, e os mais cotados são a vereadora Marcela Tolentino e o bacharel em Direito Bruno Pará. Correndo por fora, o ex-vereador Evandro Cunha.
O PMDB deve eleger dois ou três vereadores. Na disputa estão José Maria Tapajós, Maurício Corrêa e Erlon Rocha. Correndo por fora, mas com chances remotas, Manoel Diniz e Ronan Liberal Jr.
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A eterna indigesta sopa de letrinhas e de números
O historiador Voltaire Schilling diz que “oficialmente, os partidos políticos já existem no Brasil há mais de cento e sessenta anos. Nenhum deles, porém, dos bem mais de duzentos que surgiram nesse tempo todo, durou muito. Não existem partidos centenários no país, como é comum, por exemplo, nos Estados Unidos, onde democratas (desde 1790) e republicanos (desde 1837) alternam-se no poder. E o motivo disso, dessa precariedade partidária, da falta de enraizamento histórico dos programas nas camadas sociais é a inconstância da vida política brasileira” (Site Educaterra). Os primeiros partidos, diz ele ainda, surgiram exatamente em 1837, ainda no Segundo Reinado e representavam os conservadores (Saquaremas) e os liberais (Luzias).
Atualmente, estão registrados junto ao TSE – Tribunal Superior Eleitoral, responsável pela organização eleitoral no Brasil, 29 agremiações partidárias que formam uma grande “sopa de letrinhas e de números”. Do histórico PMDB ao novíssimo PSOL, são 27 anos de uma história de pluripartidarismo iniciada durante o último governo militar após o processo de abertura política do presidente João Figueiredo que trouxe de volta ao Brasil diversos exilados políticos. Eles representam tendências ideológicas da ultradireita à ultra esquerda, mas é quase um consenso de que não precisaríamos mais que dez partidos para isso, o que significa que a grande maioria não passa de legendas de aluguel, utilizadas para fins eleitoreiros e esquemas de corrupção. Abaixo um pouco do histórico dos partidos que participam das eleições em Santarém, este ano:
O Partido Republicano Brasileiro (PRB-10) foi fundado por bispos da Igreja Universal depois que alguns deputados de sua bancada evangélica se envolveram nos dois últimos escândalos nacionais. A figura mais ilustre deste partido é o atual vice-presidente do Brasil, José Alencar, que compõe mais uma vez a chapa de Lula. Em Santarém, concorre pela primeira vez com apenas um candidato a vereador.
O Partido Progressista (PP-11) foi o antigo “maior partido da América Latina”, braço da Ditadura. Depois de diversas “cirurgias políticas” e de perder grandes lideranças como Sarney e ACM para o PFL que não aceitavam o domínio do ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf, denominou-se PPR e PPB até chegar ao minúsculo PP, fundado em 16.11.1995, mas ainda mantém a mesma cara malufista, embora esteja envolvido em novos escândalos financeiros como o do Mensalão e das Sanguessugas. É um partido à direita, mas que tenta sobreviver à sombra de quem está no poder (inclusive o PT, que já foi seu arqui-inimigo). Um dos líderes do partido em Santarém é o vereador Luiz Alberto.
O Partido Democrático Trabalhista (PDT-12) surgiu uma semana depois do PTB, quando o então ex-exilado Leonel Brizolla perdeu aquela sigla para a deputada Ivete Vargas. Remanescente do getulismo, Brizolla queria ser um novo caudilho nacional e fundou o PDT com um viés socialista, diferente do trabalhismo getulista. Até sua morte, o PDT era um partido com a cara do Brizolla. Hoje, meio sem identidade, tenta sobreviver na selva de siglas e encontrar um novo referencial ideológico. Em Santarém, o comando do PDT desde 1992 é do advogado e empresário Osmando Figueiredo.
O Partido dos Trabalhadores (PT-13) foi a maior surpresa no cenário pós-Ditadura. Foi fundado em 11.02.1982, tendo como base o crescente movimento sindical brasileiro, foco da resistência popular à Ditadura. Com um líder carismático, o ex-metalúrgico Luís Inácio Lula da Silva, atual presidente do Brasil e um discurso que evoluiu da ultra-esquerda ao centro , chegou ao poder mas sofreu um grande revés em seu principal patrimônio: a credibilidade. Envolvido no chamado Escândalo do Mensalão, perdeu o charme de partido da honestidade. É o partido da atual prefeita de Santarém, Maria do Carmo.
O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB-14) ressurgiu em 03.11.1981 tentando resgatar a imagem de seu maior líder, o ditador Getúlio Vargas. Foi exatamente a sobrinha-neta dele, a falecida deputada Ivete Vargas que refundou o populismo trabalhista, transformado numa legenda recheada de líderes empresariais que tem defendido a participação política mais constante da iniciativa privada na vida pública. É um dos partidos que sempre esteve envolvido em escândalos nacionais, a maioria deles com as digitais do já cassado deputado Roberto Jefferson. Em Santarém, o PTB pela primeira vez tem uma representação pífia na disputa pela Câmara municipal com apenas dois candidatos, demonstrando que encontra-se quase em decadência em relação a outros anos quando chegou até a disputar a prefeitura e ter deputado federal eleito por dois mandatos.
O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB-15) foi fundado em 30.06.1981 e nasceu sob as bases do histórico MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido que representava a oposição ao regime militar implantado no Brasil entre 1964/1984, e se consolidou com a eleição (ainda de forma indireta) do primeiro presidente civil pós-Ditadura (Tancredo Neves, que morreu antes de assumir). Conhecido como “guarda-chuva das esquerdas” durante a Ditadura, o PMDB passou a ser uma colcha de retalhos formada hoje em sua maioria por políticos de centro, oligarquias regionais e muitos oportunistas de plantão. É ainda o partido com a maior representação em todo país, organizado em todos os municípios e comandando a maioria deles. Desde o fim do regime militar, vive à sombra do Poder compondo ou ajudando a derrubar os presidentes eleitos neste período democrático. Quando não elege os líderes regionais, coopta, ou seja, atrai esses líderes usando a pressão de suas bancadas legislativas. Santarém já assistiu, em sua recente história política, pelo menos dois casos de prefeitos eleitos por outras siglas que no meio do mandato acabaram cedendo à essa pressão. No Pará, tem um de seus maiores líderes nacionais, o deputado federal Jader Barbalho. Em Santarém tem como principais líderes o deputado Antonio Rocha e o atual vereador Ruy Corrêa.
O Partido Socialista Cristão (PSC-20) foi fundado em 15/05/1985 e é um partido com pouca expressão nacional, mas que tem crescido nos últimos anos. Em Santarém tem como um de seus líderes o ex-vereador Geovane Aguiar.
O Partido da República (PR-22) surgiu da fusão do PL e Prona. Nasceu defendendo a reforma tributária e o fim da intervenção econômica do governo. Pautado nos ideais liberais do falecido deputado carioca Álvaro Valle (PL), defendia uma maior seleção de seus quadros, inclusive com um “vestibular para os candidatos”, mas foi derrotado pelo pragmatismo e acabou invadido por líderes religiosos evangélicos, até se envolver nos dois últimos grandes escândalos nacionais (Mensalão e Sanguessugas), que o levaram à fusão para renovar a sigla. Em Santarém, as principais lideranças do partido são o ex-deputado federal Hilário Coimbra e o vereador Emir Aguiar
O Partido Popular Socialista (PPS-23) foi fundado em 19.03.1992 e sobre as ruínas do antigo PCB – Partido Comunista Brasileiro, fundado 70 anos antes. Aproveitando os ares de redemocratização do leste europeu, pós-queda do Muro de Berlim, surge um novo partido que tenta manter a filosofia socialista, mas sem os velhos jargões utópicos. Aproxima-se do socialismo real europeu, que predomina em países como Espanha e França. Aos poucos os PPS adquire hábitos mais ao centro, e namora com a social democracia, não diferindo o discurso do PSDB, do qual inclusive tem sido um grande aliado. Em Santarém é liderado pelo músico Guilherme “Taré”.
O Partido Democratas (DEM-25/antigo PFL) foi fundado em 11.09.1986 defendendo a doutrina do liberalismo econômico. Seus principais líderes eram remanescentes do partido de sustentação do regime militar, o antigo PDS, e haviam se rebelado contra o malufismo que dominou a antiga sigla, quando o ex-governador Paulo Maluf usou de seus métodos aliciadores para tentar chegar à presidência da República. O PFL representa hoje um dos setores mais reacionários e conservadores da política nacional, mas não tem tido poder suficiente para se impor no cenário nacional, o que o leva a depender de outras forças partidárias, ora o PMDB, ora o PSDB. A representação do adesismo demo é a figura do falecido cacique baiano Antonio Carlos Magalhães (ACM). Em Santarém é liderado pelo deputado federal Lira Maia
O Partido Social Democrata Cristão (PSDC-27), fundado em 30/03/1995, pelo ex-deputado constituinte José Maria Eymael. Disputa a primeira eleição este ano em Santarém.
Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB-28), foi fundado 27/11/1994, a partir da fusão com de dois partidos o PRT e o PST. Tem como líder local o microempresário e candidato a vice-prefeito Carlos Yassin.
o Partido da Mobilização Nacional (PMN-33) foi fundado em 21/04/1984 e tem um amplo viés nacionalista. Surgiu em Santarém há dois anos e esta é a primeira disputa municipal em que se envolve. Tem à frente o médico Nélio Aguiar.
O Partido Socialista Brasileiro (PSB-40) foi refundado em 01.07.1988, já que também havia existido antes do getulismo. Tem sido a sombra do PT desde a primeira disputa nacional em 1989, quando ainda era liderado pelo ex-governador pernambucano Miguel Arraes. Nos últimos anos rendeu-se ao pragmatismo partidário e começou a aceitar lideranças regionais que de socialistas não tem nada, como Ciro Gomes, empresário e político cearense que saiu passou pelo antigo PDS, pelo PSDB e pelo PPS, já como ministro de Lula. O PSB também foi envolvido no escândalo das Sanguessugas e no Pará seu maior líder, o ex-senador Ademir Andrade, responde a um intricado processo de suposta corrupção na CDP (Companhia das Docas do Pará) que estava sob seu comando (escândalo pelo qual chegou a ser preso). Em Santarém, o principal líder é o vereador Reginaldo Campos.
O Partido Verde (PV-43), que tem com um de seus eternos líderes o jornalista e ex-guerrilheiro Fernando Gabeira, por exemplo, é fundado em 30.09.1993, a partir do crescente movimento ambientalista brasileiro pós-Eco/92, o grande evento realizado em nosso país em que o debate ecológico entrou em cena. Foi um passo para criar aqui, um partido de tendência ecológica aos moldes europeus, mas seu ideário fica muito distante da vanguarda ambientalista da Europa e hoje não passa com pouca expressão. É liderado em Santarém pelo economista e vereador Valdir Matias Júnior.
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB-45) é outro partido surgido após a promulgação da última Constituição Brasileira. Em 24.08.1989, antigos líderes peemedebistas com tradição de centro esquerda, como Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Mário Covas, divergem do pragmatismo peemedebista e criam um partido que pretende trazer para o Brasil o socialismo democrático, que na época imperava na Europa e era apontado como uma solução menos traumática que o socialismo utópico petista. Na primeira eleição a presidência, com Mário Covas, o partido não tem boa performance e se alia ao PT no 2º turno contra Fernando Collor. Mais tarde, alia-se ao liberalismo do PFL e consolida sua liderança nacional em dois mandatos de FHC (1994/2002), tendo como principal trunfo a estabilização monetária e a criação do Real. Seu discurso fica cada vez mais liberal, o que o afasta do socialismo democrático europeu e o aproxima do liberalismo conservador da ex-dama de ferro da Inglaterra, Margareth Thatcher. Com a ascensão do PT ao poder, assume um discurso ainda mais raivoso e direitista. Em Santarém, é liderado pelo deputado estadual Alexandre Von
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL-50) foi fundado em 15/09/2005, quando ex-lideranças do PT foram expulsas por não aceitar os novos rumos do partido em direção ao centro. A maior líder desse grupo é a senadora alagoana Heloísa Helena, que arregimentou vários deputados que se afinavam ao seu discurso e que representavam algumas alas de ultra-esquerda dentro do PT. Disputa sua primeira eleição, tentando se impor como uma nova alternativa de esquerda, mas seu discurso é tão arcaico quanto o dos demais partidos nanicos de esquerda, fósseis de um marxismo utópico e irresponsável. Tem como referências em Santarém o candidato a prefeito Márcio Pinto e o estudante Maike Vieira.
O Partido Comunista do Brasil (PC do B-65) surgiu oficialmente em 23.06.1988, mas já existia há décadas. Nascido de uma divergência do antigo PCB (Partido Comunista Brasileiro), viveu na clandestinidade durante a Ditadura e consolidou-se nas ruas dos centros urbanos através de ações armadas espetaculares como o seqüestro de um embaixador americano. Hoje é um partido-satélite do PT e se posiciona cada vez mais à centro-esquerda. Até o momento não teve o nome de nenhum de seus líderes envolvido em grandes escândalos nacionais. O presidente da Câmara Federal, deputado Aldo Rebelo, é o seu maior líder. Em Santarém surge este ano, mas não tem nenhum líder reconhecido até o momento.
domingo, 13 de julho de 2008
Aos 45 do primeiro tempo... a metáfora da vida
Aprendi a acreditar numa força interior que vive em moto-contínuo e nos impulsiona sempre à frente. Há quem chame isso de deus ou de destino. Eu chamo simplesmente de fé. Acreditar na força interior é para mim o mais importante para que nós, “jogadores de futebol” possamos pensar em ganhar um campeonato. E não importa se o nosso time é o Santos de Pelé ou o Tabajara do Bussunda, pois o que importa mesmo é competir! Se puder dar goleada, tudo bem. Mas é sempre bom saber que um dia é do goleador e outro é do goleiro. O melhor mesmo seria um empate aristotélico: “a virtude é buscar o meio-termo”.
Além da fé, todo jogador talvez precise ter também um pouco de sorte, muito embora haja quem não acredite nela. Me considero um jogador sortudo. Nasci num dia 13 e por muitos anos achava que isso era sinal de azar. Até porque quase sempre no meu aniversário eu ficava doente! A superstição sobre o 13 me acompanhou vida afora (inclusive nas opções partidárias), mas ao final descubro que essa preocupação zagalliana é inútil. Talvez por isso tenha até abusado da minha “sorte” colocando em risco muitos lances desta partida de futebol que venho jogando há 45 anos (ou minutos...). Quem sabe agora que o meu “primeiro tempo” acabou, não volto a campo jogando com mais cautela?
Falando em sorte, posso dizer que me espelho no meu pai (foto ao lado). Ele nunca acreditou nela, mas de certa forma ela esteve quase sempre ao seu lado, por mais que nem sempre lhe fosse totalmente benéfica. Ele sempre diz: “Quando eu era prisioneiro dos búlgaros, na 2ª guerra mundial, vi amigos definharem e morrerem, o que me levava a achar que o próximo seria eu e que não passaria dos meus 18 anos, e então pedi com todas as minhas forças que Deus me deixasse chegar pelo menos aos 40, para ter tempo de realizar algumas coisas na vida, mas como passei dos 80 já estou no lucro”. Filosofia de um velho grego, hoje aos 87 anos, mais saudável do que eu.
A minha sorte, que eu sempre achei ser azar, traduz-se na família que consegui montar ainda que de forma atabalhoada, juntando “cacos” pelo caminho. Tive dois filhos com mulheres diferentes e um dia casei e ganhei logo mais uma filha da “produção independente” de minha esposa. Completamos a família com mais um filho nascido após o casamento e que se tornou o elo de ligação entre os outros irmãos. Não é fácil manter uma família tão sui generis como essa, mas acho que conseguimos. Hoje, um dos filhos me deu a alegria de ser avô aos 45! A pequena Saloniki (na foto abaixo, disputando comigo para ver quem tem a língua maior) completou ontem um mês de vida (quem quiser ver o álbum completo de fotos da minha neta, clique AQUI. Só não digam que ela se parece comigo, pois isso seria uma judiação com a menina...).
Chego aos 45 minutos deste jogo da vida ao lado de Graça (que também faz 45 no dia 31, ou seja, ela é o meu 13 invertido), de Carla (a filha que me adotou como pai e também virou jornalista), de Helena (a bela mãe de Saloniki), de Thiago (o filho que ainda parece confuso, como quando eu tinha sua idade) e Georgios, o filho-síntese, nosso pequeno fil(h)ósofo grego.
Estou de férias e depois de alguns dias por aqui resolvendo problemas pessoais, vou me encontrar mais tarde com parte da família que se encontra em Manaus, onde vou passar uma semana. Estas férias só não serão as melhores porque, por um descuido imperdoável meu acabei não realizando uma tarefa que era de minha responsabilidade e por isso prejudiquei os sonhos dos colegas de faculdade. Como todo mundo já deve saber, nossa turma de jornalismo, a 1ª de Santarém, conquistou um prêmio regional num encontro científico, com direito a representar o norte do Brasil na versão nacional. Um golaço do qual participei como atacante, driblando vários obstáculos e chegando à meta do adversário. Só que enquanto comemorávamos o gol, me descuidei com o tempo e acabei perdendo o prazo para inscrever o trabalho na etapa nacional! Frangaço! Fiquei arrasado, como o jogador que erra o pênalti decisivo. Já me desculpei com a turma. Foram todos corteses e me perdoaram, mas eu bem que merecia um cartão vermelho...
Mas enfim, como eu disse no começo, ora fazemos gol, ora engolimos frango. Já estou preparado para entrar em campo depois do intervalo do primeiro tempo. No país do futebol, nada melhor do que suar a camisa e continuar acreditando que a vida é uma bola. E que a nós cabe buscar a meta do adversário para fazer um gol. Ou não.
Tudo na vida não passa de uma metáfora. Como diria nosso ministro Gilberto Gil, “Uma meta existe para ser um alvo/Mas quando o poeta diz: "Meta"/Pode estar querendo dizer o inatingível”...
domingo, 29 de junho de 2008
As aventuras e desventuras de um jornal experimental na Amazônia(*)
A voz no celular, direto de Roraima, confirmava a vitória de um projeto que, a princípio, poderia ser apenas mais um trabalho acadêmico ganhando um troféu (foto acima) num congresso estudantil. Mas a conquista do prêmio de melhor trabalho na categoria “jornalismo impresso” para o jornal experimental “CidadeMídia” da 1ª turma de graduação em Comunicação Social de Santarém, é muito mais que isso. Não só para os 30 acadêmicos que participaram do processo de elaboração, mas, historicamente (um dia isso será reconhecido) é a consolidação de um sonho que o próprio nome do jornal carrega em si.
Estou falando do Intercom Norte/2008, que aconteceu em Roraima e que pela primeira vez teve um trabalho de estudantes de jornalismo de Santarém concorrendo com outras faculdades. E no final, a vitória com direito a representar a região norte no Congresso do Intercom Nacional, que acontece de 02 a 06 de setembro de 2008, em Natal (RN). Intercom é a sigla da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação que há 30 anos reúne jornalistas, pesquisadores, professores e acadêmicos de jornalismo para debater os rumos dessa nobre profissão. O crescimento da entidade incentivou a realização de congressos regionais e dá oportunidade para que os acadêmicos apresentem trabalhos realizados em seu cursos, numa mostra paralela chamada Expocom. Não há prêmio em dinheiro, mas o trabalho recebe o reconhecimento da academia e fica registrado nos anais da Sociedade.
Mas o que pode haver de especial num jornal experimental feito por acadêmicos de uma faculdade? No caso de Santarém, como o título do jornal sugere, não é somente um nome, mas um conceito que começamos a debater na faculdade: como explicar uma cidade com tanta gente que vive da comunicação há mais de século e meio e que hoje ocupa o espaço em 5 emissoras de rádio, 7 canais de TV e cerca de 10 semanários com produção local? Santarém é uma verdadeira “cidade-mídia”, conceito que começou a ser defendido pelo jornalista Manuel Dutra e que foi assimilado pelos alunos do curso que ele coordenou por dois anos.
Mas chegar ao prêmio e almejar até um reconhecimento nacional, não foi fácil. Foram várias etapas de sofrimento desde a produção até a defesa do trabalho no congresso, mesmo tendo entre os estudantes pelo menos um terço de colegas com alguma experiência na comunicação local. Como eu, tantos outros sofreram para produzir um jornal em formato tablóide com 24 páginas. Dutra dividiu-nos em seis editorias, colocando cada um dos mais experientes como editor. E o que parecia que seria fácil, revelou-se um tormento. Afinal, apesar da experiência acumulada, era preciso reciclar conceitos e cortar vícios.
As equipes foram às ruas, coletaram as informações e os textos passaram por um processo inicial de revisão. Depois de prontos, novos cortes ou simplesmente a ordem para fazer tudo de novo. Depois dos textos serem aprovados, fizemos uma diagramação coletiva em sala de aula, com a imagem do computador refletida no data-show. Um mês depois, estava pronta a criança saindo do prelo de uma gráfica e lambida como cria pelos 30 "pais". Dutra, o "avô-babão", com olhar enternecido também via um sonho se realizando.
Mas nem tudo eram flores. O jornal foi feito no 3º semestre do curso e só poderia concorrer no Intercom deste ano. Em janeiro, Dutra deixa o curso e seu substituto, um jovem professor sem experiência e de idéias equivocadas, quase põe tudo a perder. Em pé de guerra com todos os alunos ele acaba tendo que sair, não sem antes tentar sabotar nosso trabalho, que sequer foi indicado à direção do Intercom!
Perdemos o prazo da inscrição por causa disso, mas fizemos um apelo por e-mail à coordenação do evento explicando a situação que vivíamos. Enquanto a direção do encontro estudava nosso caso, eis que reabrem-se os prazos para novas inscrições! Não perdemos tempo e conseguimos que a coordenadora pro-tempore da faculdade fizesse aquilo que o coordenador demissionário não fizera. Agora estávamos a um passo do prêmio, certo? Errado, no meio do caminho havia um sistema on-line que não funcionava direito. Nós, como outros acadêmicos do norte, não pudemos registrar nossos trabalhos para concorrer ao prêmio. Frustração...
Após vários protestos por e-mails a coordenação, sensibilizada, consegue a tempo recuperar o sistema e voilá: o “CidadeMídia” aparece na lista dos concorrentes!
Começa então a organização da caravana, mas os altos custos da viagem e outros problemas pessoais, reduzem nosso grupo de 30 para apenas 3! Tudo bem, bastam poucos para defender o trabalho. Às vésperas da viagem, o sistema não registra mais nosso trabalho! Contatos telefônicos e mais protestos. Para completar, mais dois desfalques na equipe de viagem e a única colega apta a viajar segue sem ainda ter certeza se o trabalho será liberado. Até que um dia antes, lá está o “CidadeMídia” novamente na lista... Ao que parece problemas tecnológicos insistiam em nos dar sustos...
Albanira Coelho, jornalista e acadêmica segue sozinha, deixando 29 corações pulsando por aqui. Mas as desventuras do “CidadeMídia” ainda não haviam acabado...
O avião que leva nossa representante à Roraima não passa de Manaus. O mau tempo cancela os vôos e Albanira perde um dia do encontro, exatamente o momento de defender o trabalho! Pelo jeito não era nosso dia. Mas ao chegar em Roraima, corre ao local do evento e descobre que foi aberta nova oportunidade aos acadêmicos que tiveram problemas com o vôo de Manaus. Só que a exposição tinha que ser naquele lugar dentro de alguns minutos! Mas as bagagens ficaram no hotel! Albanira tenta ligar através de celular para que lhe tragam o material. O celular não tem crédito. “Me empreste seu celular”, diz ela a outra colega ao lado e consegue em poucos segundos que alguém se responsabilize em trazer o material, que chega com o prazo quase esgotado.
Na “arena”, a jornalista se vê sozinha com a claque de várias faculdades. Anunciada como sendo de Santarém/Pará, recebe a solidariedade de colegas de Belém. Faz a apresentação e sai do local com a impressão de que se saiu bem. No dia seguinte, seguindo a programação, chega ao local do enceramento para saber se o trabalho foi premiado. Mas a programação foi adiantada e já estão entregando os últimos prêmios. Acanhada, sem saber se ganhamos ou não, senta-se no fundo da platéia até que alguém lhe diz que logo no início chamaram alguém de Santarém que não compareceu!! Tremendo, Albanira se aproxima do coordenador e pergunta “que tal o CidadeMídia?”. E ele apenas diz: “Parabéns! Suba aqui e receba o prêmio!” A claque aplaude e Santarém está no podium. O troféu é nosso!
Para nós não é uma vitória da nossa turma, nem da nossa faculdade, mas uma vitória do jornalismo que se pratica nessa CidadeMídia chamada Santarém, e que ainda vai gerar outros capítulos...
Natal, aí vamos nós...
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(*)Artigo inserido em minha coluna semanal Perípatos publicada em 27.06.2008, no Diário do Tapajós, encarte regional do jornal Diário do Pará.