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quinta-feira, 25 de maio de 2006

Será que Santarém é a casa da mãe Joana?(*)

"Que tenha uma porta por onde todos entrarão".
Com essa frase que mandou escrever nos estatutos do reino, a rainha Joana de Nápoles (foto) e condessa de Provença (1326-1382), liberou os bordéis em Avignon onde se encontrava refugiada. Desde então o lugar ficou conhecido como Paço de Mãe Joana, em Portugal, e ao vir para o Brasil a mesma expressão virou "Casa da Mãe Joana", que significa onde vale tudo, todo mundo pode entrar, mandar etc.
O sentido histórico e literal desta expressão popular parece cada vez mais se amoldar a Santarém, onde ainda ecoam os estertores de índios colonizados, desde a chegada dos missionários jesuítas e dos vorazes portugueses.
Nossa economia feita de ciclos predadores parece não ter fim.
Depois da borracha, da juta, da madeira e do ouro, a década de 1990 indicava que estávamos prontos para adentrar no maravilhoso mundo da produção agrícola. Falou-se no redentor curauá, apostou-se na produção de arroz, milho e nossa farinha ancestral (tanto aquela, tostadinha, de Cucurunã, como a outra, de tapioca, na Boa Esperança). Aí chegou o advento da soja e no seu rastro um debate que parece não ter fim.
Já disse em artigo anterior aqui neste Perípatos, que o debate entre os que defendem o desenvolvimentismo econômico baseado na monocultura do agronegócio e os que acham que a Amazônia é para ser preservada a todo o custo investindo-se apenas na agricultura familiar, é pura balela para atender a interesses de quem realmente parece mandar em nosso quintal.
Não quero defender teses xenofóbicas que têm sido o ponto marcante no atual debate onde a palavra “FORA” virou moda, até porque também não nasci aqui mas fui adotado por esta cidade desde os 15 anos e não teria o direito de utilizar de tal expediente. Entretanto, dá vontade de perguntar: fora quem, cara-pálida?
Os que dizem Fora Cargill recebem apoio financeiro de ONG´s estrangeiras, como o Grenpeace. Os que dizem Fora Greenpeace parece que esquecem a procedência da Cargill, a maior multinacional americana de grãos!
O que se vê, na verdade, é um debate de grupos estranhos à nossa cultura, utilizando nosso quintal para uma briga na qual a grande maioria da população assiste a tudo como cego em tiroteio!
UM LADO
Os agricultores que chegaram em busca do Eldorado do Tapajós, atraídos pela Cargill, são identificados como pessoas do sul do país que adquiriram áreas no planalto santareno, alguns utilizando métodos conhecidos como grilagem, que é a posse de terras de forma ilegal por meio de documentos falsificados (o termo vem da técnica de colocar escrituras falsas dentro uma caixa com grilos, que deixam os documentos amarelados e roídos dando-lhes uma aparência antiga e com isto mais verossímel). Por conta disso, passaram a ser chamados de grileiros ou sojeiros (corruptela de sojicultor+grileiro). Nas diversas manifestações, vi e ouvi homens rudes vociferando impropérios e absurdos do tipo “somos o progresso, vocês, de Santarém, são preguiçosos”.
A eles se aliou a nata de nossa elite local e grande parte da mídia, que acreditam no progresso da nova fronteira agrícola. Alguns empresários locais até investiram em suas fazendas, de olho na prosperidade alardeada pelos municípios do centro-oeste brasileiro.
O problema é que esse tipo de produção, pelas informações até agora geradas nos mais diversos debates jornalísticos (nunca um assunto teve tão destaque na mídia local), ainda não nos convencem de que seja a redenção econômica da região. De certeza servirão para grandes empresários que podem investir em mecanização, mas sem a tal “verticalização econômica” de que tanto se falou, ou seja, produzir não tão-somente para exportar o produto bruto pelo terminal da Cargill, e sim o industrializado para atrair outras empresas, como justificar a geração de emprego e renda, discurso que virou moda na boca de políticos de Maia a Martins?
Isso sem contar nos estudos sobre o impacto ambiental que essa monocultura vai trazer, e que só será sentida pelos netos dos nossos netos...
OUTRO LADO
Pequenos e médios agricultores que padecem há décadas, compõem a outra face desse triste mosaico tapajônico. Insuflados pelos líderes dos “movimentos sociais”, movidos por alguns religiosos que insistem em manter vivo o discurso da “Teologia da Libertação” e que tiveram a chance de ancorar o velho discurso demagógico de esquerda à estrutura de uma ONG internacional, o Greenpeace, que usa da pirotecnia midiática para denunciar os “predadores do meio-ambiente” pelo mundo afora.
O grande pecado destes grupos locais é exatamente não realizar nenhum trabalho pedagógico de longo prazo e utilizar dos financiamentos, que receberam de ONG´s internacionais nas décadas passadas, para realizar um movimento popular pautado em experiência mais concretas. Predomina o discurso de evangelização ideológica, frases feitas e pouca consistência no movimento. A juventude vai na euforia, mas não entende o que está por trás de toda essa briga. Além, é claro, de algumas oportunistas bandeiras vermelhas, que tremulam sonhos esquecidos...
QUINTAL
Em suma, a grande parte dos santarenos é compelida a ser contra ou a favor, deste ou daquele movimento, sem saber, exatamente, pelo que está lutando.
É bom lembrar que Santarém já teve movimentos em que a população se uniu contra um inimigo comum, como foi a luta de pescadores, no início do século, contra portugueses que exportavam apenas o “couro” dos nossos melhores peixes e jogavam as carcaças no rio, transformando o Tapajós num cemitério pisciano (história interessante que ouvi, dia desses, e que falta ser mais pesquisada). Ou mais recentemente, quando a população foi às ruas lutar contra o abandono da região na crise da energia elétrica, que forçou o Governo do Estado a finalmente trazer o Linhão de Tucuruí.
Nestes dois momentos equidistantes, não havia uma liderança forte, apenas a motivação de lutar por um direito usurpado. Este ainda é o nosso maior problema: falta de verdadeiras lideranças, desprovidas de interesses mesquinhos ou de discursos demagógicos.
Enquanto isso, continuaremos a ser a Casa da Mãe Joana, onde todo mundo manda e cada lado busca um abrigo, antes de ser acertado por alguma garrafa voadora, neste bordel tapajônico...
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(*) Artigo inserido em minha coluna Perípatos, edição de hoje do Diário do Tapajós, encarte regional do Diário do Pará.

8 comentários:

  1. Excelente comentário sr. Jota Ninos.

    Uma brilhante observação do que vem ocorrendo na cdade.

    Um cabo de guerra entre organizações internacionais que até agora só tem levado ao cansaço dos competidores e da exaustão da paciência dos espectadores sem soluções práticas e efetivas no horizonte.
    Infelizmente esta não é a primeira e nem será a última vez que as decisões sobre Santarém serão resolvidas por pessoas descomprometidas com a cidade.

    Felizmente hoje podemos contar com esta fantástica ferramenta de comunicação e interação para não somente tomar conhecimento das notícias como contribuir com opiniões e reflexões sobre os temas relativos à nossa sociedade.
    Parabéns

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  2. Acidente em Lucas do Rio Verde gera
    debate sobre impacto ambiental

    Paulo Machado Enviado especial da AB

    Lucas do Rio Verde (MT) – O segundo maior produtor de grãos do Brasil, o município de Lucas do Rio Verde, sofreu um acidente ambiental dentro de sua área urbana. As casas, as plantas frutíferas, ornamentais e medicinais, e as próprias pessoas ficaram expostas aos efeitos de uma pulverização ilegal de agrotóxicos. Segundo a associação de pequenos produtores, sindicatos locais e especialistas, o veneno era um herbicida dessecante para apressar a colheita da soja, cultura que trouxe os lucros para os grandes produtores da região. Despejado irregularmente com um avião monomotor no início de março, o veneno é amplamente utilizado na monocultura da soja. O produto pode causar imediatamente vômitos, diarréias, dores de cabeça e, a longo prazo, até câncer. Para debater os efeitos do grande uso dos agrotóxicos, a Agência Brasil publica, a partir de hoje (13), uma série de reportagens sobre a contaminação, os efeitos dos venenos, a investigação do crime na cidade e o modelo de desenvolvimento baseado no agronegócio. O estrago se estendeu desde as dezenas de pequenas hortas particulares, plantas frutíferas e ornamentais, o Horto de Plantas Medicinais, ligado à Fundação Padre Peter, e até as pessoas, que se queixaram de diarréias, vômitos e urticárias. Cerca de uma semana depois do acidente, dois especialistas chegaram ao município para avaliar o impacto do acidente ambiental: Wanderley Antonio Pignati, mestre em saúde coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e o engenheiro agrônomo James Cabral da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase). Juntos, eles investigaram a contaminação e redigiram uma notificação, que foi encaminhada para diversos órgãos municipais, estaduais e federais de saúde e vigilância sanitária. Entre os prejudicados pela pulverização estão os pequenos produtores que vivem no entorno da cidade. O chacareiro Ivo Casonato, que perdeu toda a sua produção de frutas e hortaliças, disse que testemunhou o momento em que o avião fazia rasantes sobre a sua propriedade. “O céu estava cheio de nuvens pesadas. No horizonte, podia-se ver a cortina d´água. Do outro lado do Rio Verde, a menos de 500 metros, um avião fazia pulverização de agrotóxico sobre a lavoura de soja do vizinho”, relata. A bióloga Lindonésia Andrande, responsável pelo Horto Medicinal, disse que o efeito de veneno foi bem rápido. No dia seguinte à pulverização [dia 2 de março], o estrago já era visível em toda a cidade. “As folhas ficavam como um papel amassado e queimado, outras ficavam todas perfuradas e em volta dos furos logo começava a necrosar [apodrecer]. No quarto dia as folhas entraram em necrose total e começaram a cair”, lembra. Depois do acidente, foi instalado pelo Ministério Público um procedimento administrativo para apurar os fatos. A pedido da promotoria, a Delegacia de Policia Civil de Lucas do Rio Verde abriu inquérito civil e criminal. Até hoje, no entanto, ainda não foram feitas as perícias para identificar as provas materiais do crime.

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  3. Especialistas notificaram órgãos públicos responsáveis pela fiscalização

    Lucas do Rio Verde (MT) – Cerca de uma semana depois da pulverização de agrotóxicos por uma aeronave, sobre a cidade de Lucas do Rio Verde, dois especialistas chegaram ao município para avaliar o impacto do acidente ambiental. Wanderley Antonio Pignati, mestre em saúde coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e o engenheiro agrônomo James Cabral da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), constataram os danos causados pelo veneno e informaram aos orgãos responsáveis pela vigilância sanitária sobre o crime. “Quando estivemos nos órgãos municipais e estaduais, expressarmos nossas preocupações. Na época, tanto a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, como o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado do Mato Grosso [responsável pela fiscalização no estado] disseram que estão investigando para achar os culpados por “aquele acidente de deriva de agrotóxico, que ocorre quase todos os anos sobre a cidade de Lucas do Rio Verde. Mas neste ano foi muito sentido pela população e plantas da cidade. Foi fora do normal”, relataram. A notificação incluia providências para conter o avanço da intoxicação que passa pela cadeia produtiva. Entre elas, as verduras e legumes remanescentes da pulverização não deveriam ser vendidas em feiras; os venenos, como o Paraquat, não devem ser pulverizados por avião; e que uma investigação constante deve ser feita na água para avaliar uma possível contaminação. A equipe de reportagem da Radiobrás chegou a Lucas do Rio Verde um mês após o acidente descrito pelos dois especialistas da Universidade Federal do Mato Grosso. O resultado ainda podia ser visto por toda a cidade. As folhas novas das plantas, que nasceram nos últimos 30 dias, não apresentam furos, necroses e pedaços queimados como aquelas que foram banhadas pela neblina de agrotóxico. Isso exclui, segundo os especialistas, a possibilidade de serem fungos que atacaram a vegetação. A investigação ainda não mostrou a dimensão desta pulverização na cidade. Os técnicos, contudo, questionam os efeitos cumulativos na população. “E nas pessoas? Onde estão as folhas perfuradas pelo veneno?”, comparou o doutor Wanderley Antonio Pignati em entrevista concedida à Agência Brasil em Cuiabá, capital do Mato Grosso. P.M.

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  4. Pequenos agricultores sofrem com pulverizações sem controle

    Lucas do Rio Verde (MT) – No município de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, existe um cinturão em torno da cidade ocupado por pequenos produtores de hortaliças, chamados de “chacareiros”. São mais de 100 produtores filiados à Associação dos Chacareiros. Cerca de 40 deles estão em propriedades que circudam a cidade. Segundo o presidente da associação, Celito Trevisan, todos os membros foram convocados para registrar as perdas que tiveram em decorrência da cidade ter sido pulverizada por uma nuvem de agrotóxicos trazida pelos ventos - a “pulverização por deriva”, como eles chamam. Até o momento, 14 pequenos produtores registraram prejuízos da ordem de R$ 100 mil. Celito explica que o prejuízo e o número de atingidos certamente foi bem maior, mas que “as pessoas não denunciam porque têm medo das represálias”. Segundo o especialista em saúde pública, o veneno pulverizado é aplicado por aeronaves agrícolas sobre as plantações de soja. O chacareiro Ivo Casonato, por exemplo, conta que nos últimos quatro anos teve prejuízos com as aplicações de agrotóxicos pelo vizinho. Segundo ele, no ano passado, perdeu quase toda a produção de 45 mil pés de tomate, além de um melancial e limoeiros que já estavam produzindo. O agricultor, que não utiliza veneno em sua produção, chegou a processar o vizinho pelas perdas com o agrotóxico. A equipe de reportagem da Agência Brasil não conseguiu localizar o proprietário das terras para comentar o fato. Casonato afirma que ele costuma utilizar o dessecante para soja, como o que parece ter caído sobre Lucas do Rio Verde. “Seu Ivo” explica que esse dessecante é utilizado para apressar a colheita, uma vez que o tempo está chuvoso e a soja precisa ser colhida rapidamente para plantarem a segunda lavoura do ano: o milho da safrinha, por exemplo. “O avião faz o balão aqui em cima”, mostra seu Ivo, apontando para o céu e descrevendo com o dedo indicador a rota percorrida pela aeronave. “Ele gira em torno desse pé de jatobá e vai rasante sobre a minha lavoura – ele podia manobrar esse avião lá pelo lado de lado de lá”, descreve. Sergio Miller também é chacareiro. Tem uma pequena propriedade de poço mais de quatro hectares, na direção oposta à da chácara de “Seu Ivo”. Ele produz principalmente verduras de folha: alface, rúcula, couve, cebolinha e outros temperos verdes e rabanetes. Ele se orgulha de não usar agrotóxicos. “As verduras e os legumes podem não ser tão bonitos, lisinhos, mas quem consome tem a certeza de que não vai fazer mal a saúde. Nem tudo que brilha é ouro”, afirma. Sergio perdeu toda sua produção de hortaliças devido ao veneno pulverizado sobre a cidade e pediu aos clientes “que tivessem paciência, que logo teria verduras de novo”. Segundo ele, “toda essa produção que estava plantada , principalmente as folhas, a gente jogou fora”. P.M.

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  5. Veneno destrói anos de pesquisa em
    horto medicinal no Mato Grosso

    Lucas do Rio Verde (MT) – Para a bióloga Lindonésia Andrade, responsável pelo Horto Medicinal da Fundação Instituto Padre João Peter, o dia 1º de março deste ano ficará na história como o dia em que ela perdeu anos de sua pesquisa sobre plantas medicinais e seus efeitos fitoterápicos. Segundo ela, “anos de pesquisa foram por água a baixo, num só dia, devido à irresponsabilidade de um sujeito que passa pulverizando numa área muito próxima à cidade”. Para a população de Lucas do Rio Verde também farão falta as plantas medicinais utilizadas pelo Instituto, uma vez que era a partir delas que a bióloga preparava os medicamentos que servia gratuitamente aos doentes carentes da cidade que a procuravam. “Muitos doentes que estavam fazendo tratamento com nossos remédios tiveram que interromper”, afirmou. Andrade disse que o efeito de veneno foi bem rápido. No dia seguinte à pulverização [dia 2 de março], o efeito já era visível em toda a cidade: hortas, quintais e a vegetação ornamental da cidade foram atingidas. Ela descreve que: “as folhas ficavam como um papel amassado e queimado, outras ficavam todas perfuradas e em volta dos furos logo começava a necrosar [apodrecer]. No quarto dia as folhas entraram em necrose total e começaram a cair”. A bióloga explica que esse veneno também tem o poder de diminuir a ação de crescimento das plantas. “Nós tivemos que fazer uma poda radical e só agora [dia primeiro de abril] as plantas estão começando a soltar novas gemas [brotos]. Nós vamos acompanhar para ver o que vai ser possível aproveitar ou o que teremos que erradicar e plantar novamente”. O Horto Medicinal contava com mais de 200 espécies de plantas catalogadas. Muitas ervas ocupavam canteiros inteiros que hoje estão limpos. As plantas tiveram que ser arrancadas. Um caminhão saiu carregado de galhos, ramos e folhas mortas resultante da poda radical. Ela explica que muitas variedades são bastante raras, só dão sementes uma vez ao ano e demorarão muito para se recuperar. A responsável pelo Horto Medicinal suspeita que o veneno utilizado tenha sido o Paraquat, um poderoso agrotóxico utilizado para dessecar as folhas da soja e apressar a colheita. “Um veneno que nos países desenvolvidos nem se utiliza mais, porque é do tipo 1, é muito tóxico, alem de prejudicar a vegetação, ainda prejudica outros os seres vivos, inclusive nós”, disse. Nos seres humanos esse agrotóxico tem um efeito cumulativo, explica a bióloga. “Quanto mais lento pior, porque os efeitos rápidos, dor de cabeça, vômito e diarréia, são fáceis de identificar, mas os efeitos lentos, futuramente podem levar a diversas pessoas daqui da cidade e da região próxima, a desenvolver diversos tipos de tumores malignos como, por exemplo, câncer de próstata, de testículos, as mulheres podem ter câncer de ovário, de mama. É uma preocupação, é um caso de saúde pública, porque futuramente nós vamos ter pessoas doentes na cidade”. A Fundação Padre João Peter, junto com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e a Associação dos Chacareiros de Lucas do Rio Verde, foram as entidades da sociedade civil que encaminharam a denúncia ao Ministério Público e à Universidade Federal do Mato Grosso. P.M.

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  6. Chacareiro diz que pulverizações
    de agrotóxico se repetem todo ano

    Lucas do Rio Verde (MT) – Segundo o chacareiro Sergio Miller, morador do entorno da cidade de Lucas do Rio Verde, “gora as pulverizações pararam, porque acabou a colheita da soja, mas todo ano acontece isso”. Ele se refere ao acidente que no dia 1º de março lançou uma nuvem de veneno sobre o município de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, deixando plantas e pessoas expostas ao veneno. “São pilotos que querem aparecer que sobrevoam a cidade com aviões agrícolas utilizados para pulverizar agrotóxicos sobre as lavouras”. Ele explicou que, com o vento forte, apenas algumas gotas do veneno que saiam dos tanques das aeronaves são suficientes para provocar uma neblina sobre toda a cidade. , acrescentou. Sergio Miller tem uma pequena propriedade de pouco mais de quatro hectares onde produz hortaliças. Após a pulverização que ocorreu este ano, ele teve erradicar toda a sua produção. Segundo ele, o poder público deveria ser mais rigoroso e fiscalizar quem utiliza agrotóxicos. “Eles jogam isso pra gente, acham que a gente tem que fiscalizar, tem que pegar o prefixo do avião, tirar foto. Só que nosso instrumento de trabalho é uma enxada, não é uma máquina fotográfica”. O chacareiro acha que as autoridades deveriam fazer cumprir a lei, que determina que certos tipos de agrotóxicos não podem ser aplicados por aviação agrícola e que esse tipo de pulverização só pode ser feita a uma certa distância da zona urbana. “Quando acontece esses vôos, eles precisam saber por que o avião esta passando por cima da cidade, saber qual a origem dele, o que ele esta fazendo, ver se ele não tem outra rota para passar. Acho que se eles [as autoridades] quiserem, isso é muito fácil de controlar”, afirmou Sergio Miller. P.M.

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  7. Tomara que a Cargill expulse o Greenpeace, pois assim teremos bastante caso de cancer infantil e isso será muito bom pois gerará emprego e renda com a construção do hospital do cancer de Santarém! iupiiiiiiiiiiiiiii

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  8. SOBRE A GREVE DE FOME DE GANDHI E GAROTINHO GOSTARIA DE ACRESCENTAR O SEGUINTE... SERÁ QUE A GRÃ-BRETANHA ACHAVA O GESTO DE GANDHI NOBRE?

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