O PT é um partido enigmático. Nascido das organizações sindicais urbanas e rurais e com forte apoio da Teologia da Libertação, solidificou uma base estrutural baseada numa ação cristã mesclada a um sindicalismo aguerrido. Intelectuais escreveram as bases teóricas do partido dentro dessa visão maniqueísta e vários grupos minoritários, remanescentes de movimentos políticos da década de 1960, após ser dado o golpe militar, participaram de suas bases para dar o “tempero” do que seria a dialética das tendências. Começava assim o processo autofágico do PT em todo o Brasil.
No Pará, estado dominado por elites conservadoras inspiradas no alacidismo e no jarbismo, a década de 1980 era profícua para uma terceira via, que tinha em Jader Barbalho sua maior liderança. O PT em Belém era um simulacro de organização partidária e acabou “invadido” por pessoas que eram tidas como oportunistas, a ponto de haver uma intervenção federal do Diretório Nacional! E grande parte dos expurgados, acabou migrando para o PMDB, como o deputado Bira Barbosa (que recentemente trocou o PMDB pelo PSDB).
Mas em Santarém a unidade do grupo representado pela tendência “Corrente”, tinha tudo para evitar os erros de Belém. A organização sindical era decantada em todo o Brasil como exemplar e aqui não haviam grupelhos da esquerda mais radical, muito embora o discurso “correntista” fosse sectário. Entretanto, a arrogância, que foi a grande marca desse grupo (do qual fiz parte), acabou pregando uma peça nos clãs Pastana, Peloso e Ganzer.
Eu não participei diretamente da primeira eleição do diretório municipal, em junho de 1981, no antigo prédio da Câmara Municipal (hoje, Semed) quando duas chapas disputaram os votos dos convencionais, mas ouvi nos bastidores a história do confronto. De um lado a ‘Corrente” e do outro um grupo sem muita tradição de embate sindical, mas com um baixinho atrevido que até hoje constrói e destrói estruturas: padre Edilberto Sena.
Edilberto, apesar de ser considerado da ala esquerda da igreja, não comungava (literalmente) das idéias de outros padres que deram sustentáculo à “Corrente”. Seguiu um caminho solo e reuniu alguns seminaristas diocesanos que trabalhavam na gráfica Tiagão e viviam no Tiaguinho (uma espécie de república de seminaristas nos fundos da Diocese) em seu redor. Apostou na nova proposta partidária e começou a filiar simpatizantes. Convenceu dois irmãos, que surgiam como lideranças no bairro de Aparecida e Carananzal: Mário e Gonçalo Feitosa. O primeiro era presidente do extinto Sindicato dos Tecelões e o segundo era do Sindicato dos Gráficos, na condição de gerente da gráfica Tiagão.
Assim estava formado o primeiro embate no Partidos dos Trabalhadores em Santarém: de um lado uma facção com forte inclinação para o campo, tendo a estrutura do poderoso Sindicato dos Trabalhadores Rurais e do outro um grupo concentrado na cidade e com forte influência na área de atuação do padre Edilberto Sena (até hoje): Laguinho (Salé), Liberdade e Mapiri.
No Pará, estado dominado por elites conservadoras inspiradas no alacidismo e no jarbismo, a década de 1980 era profícua para uma terceira via, que tinha em Jader Barbalho sua maior liderança. O PT em Belém era um simulacro de organização partidária e acabou “invadido” por pessoas que eram tidas como oportunistas, a ponto de haver uma intervenção federal do Diretório Nacional! E grande parte dos expurgados, acabou migrando para o PMDB, como o deputado Bira Barbosa (que recentemente trocou o PMDB pelo PSDB).
Mas em Santarém a unidade do grupo representado pela tendência “Corrente”, tinha tudo para evitar os erros de Belém. A organização sindical era decantada em todo o Brasil como exemplar e aqui não haviam grupelhos da esquerda mais radical, muito embora o discurso “correntista” fosse sectário. Entretanto, a arrogância, que foi a grande marca desse grupo (do qual fiz parte), acabou pregando uma peça nos clãs Pastana, Peloso e Ganzer.
Eu não participei diretamente da primeira eleição do diretório municipal, em junho de 1981, no antigo prédio da Câmara Municipal (hoje, Semed) quando duas chapas disputaram os votos dos convencionais, mas ouvi nos bastidores a história do confronto. De um lado a ‘Corrente” e do outro um grupo sem muita tradição de embate sindical, mas com um baixinho atrevido que até hoje constrói e destrói estruturas: padre Edilberto Sena.
Edilberto, apesar de ser considerado da ala esquerda da igreja, não comungava (literalmente) das idéias de outros padres que deram sustentáculo à “Corrente”. Seguiu um caminho solo e reuniu alguns seminaristas diocesanos que trabalhavam na gráfica Tiagão e viviam no Tiaguinho (uma espécie de república de seminaristas nos fundos da Diocese) em seu redor. Apostou na nova proposta partidária e começou a filiar simpatizantes. Convenceu dois irmãos, que surgiam como lideranças no bairro de Aparecida e Carananzal: Mário e Gonçalo Feitosa. O primeiro era presidente do extinto Sindicato dos Tecelões e o segundo era do Sindicato dos Gráficos, na condição de gerente da gráfica Tiagão.
Assim estava formado o primeiro embate no Partidos dos Trabalhadores em Santarém: de um lado uma facção com forte inclinação para o campo, tendo a estrutura do poderoso Sindicato dos Trabalhadores Rurais e do outro um grupo concentrado na cidade e com forte influência na área de atuação do padre Edilberto Sena (até hoje): Laguinho (Salé), Liberdade e Mapiri.
Como essa história vai longe e o texto pode ficar cansativo, deixo para publicar a outra parte noutra ocasião.
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