Texto publicado esta semana em minha coluna Peripatos, no Diário do Tapajós:
A multidão multicor que se acotovelou na praça São Sebastião no domingo passado, não tirava os olhos das bolinhas que pululavam no globo da promoção milionária de um bingo caça-níquel que vem se tornando uma tradição na cidade, em nome da “solidariedade beneficente”.
Terminado o sorteio, muita gente desceu rumo à travessa Adriano Pimentel, em frente ao Centro Cultural João Fona, para participar de um evento histórico: a primeira Parada Gay de Santarém. Ou como a chamaram seus organizadores, dentro da linguagem politicamente correta: I Parada da Diversidade Sexual de Santarém.
Fui ver de perto o evento não apenas com a curiosidade ou com a intenção do deboche que muita gente assumiu (ops!). Me considero um simpatizante desta e de qualquer causa que envolva minorias discriminadas e vítimas de preconceitos idiotas, neste início de milênio.
Lá, no alto do carro-som, a colega jornalista Nívea Corrêa, militante da causa, fazia um discurso impecável denunciando as mazelas que sofrem os homossexuais, assumidos ou não. Ao seu lado Odete Costa, atriz e vereadora heterossexual do PT, recebia a faixa de madrinha do movimento por seu empenho na realização da histórica concentração. A prefeita Maria do Carmo e alguns secretários também subiram. Um discurso e algumas vaias depois, desceram rapidamente.
Um grupinho de universitários vestidos de preto, fazia tremular solidariamente entre as faixas nas tons arco-íris, a bandeira vermelha do P-Sol, partido de Heloísa Helena, mais uma aventura radical das esquerdas brasileiras, tão minorias quanto o movimento...
A maior parte dos que assistiam o desfile era de curiosos, talvez para ver algum gay conhecido ou conhecer algum que resolvesse assumir sua condição. Havia também os gay enrustidos, que preferiam se esconder no anonimato da multidão. De vez em quando surgia um “machão” mais radical vociferando contra os alegres manifestantes ou alguém mais conservador como um velhinho que fez um discurso exorcizando Belzebu e implorando a Deus para que jogasse seus raios contra “Sodoma e Gomorra”!
Os comentários do dia seguinte me revelaram o quanto o preconceito ainda existe entre nós. Não ouvi ninguém elogiando a coragem e a iniciativa do GHS – Grupo de Homossexuais de Santarém, ao realizar a manifestação pelos seus direitos. Foram sempre pejorativos do tipo: “Viu os seios daquela bibona?”, “Menina, pois acredita que um vizinho meu soltou a franga e se assumiu na Parada Gay?!” e “Vi as duas lésbicas se beijando na boca!!!”, ou ainda interpelações do tipo: “Tiveste a coragem de ir àquela pouca vergonha????”.
Pobre da “metrópole” que não consegue conviver com sua diversidade...
Terminado o sorteio, muita gente desceu rumo à travessa Adriano Pimentel, em frente ao Centro Cultural João Fona, para participar de um evento histórico: a primeira Parada Gay de Santarém. Ou como a chamaram seus organizadores, dentro da linguagem politicamente correta: I Parada da Diversidade Sexual de Santarém.
Fui ver de perto o evento não apenas com a curiosidade ou com a intenção do deboche que muita gente assumiu (ops!). Me considero um simpatizante desta e de qualquer causa que envolva minorias discriminadas e vítimas de preconceitos idiotas, neste início de milênio.
Lá, no alto do carro-som, a colega jornalista Nívea Corrêa, militante da causa, fazia um discurso impecável denunciando as mazelas que sofrem os homossexuais, assumidos ou não. Ao seu lado Odete Costa, atriz e vereadora heterossexual do PT, recebia a faixa de madrinha do movimento por seu empenho na realização da histórica concentração. A prefeita Maria do Carmo e alguns secretários também subiram. Um discurso e algumas vaias depois, desceram rapidamente.
Um grupinho de universitários vestidos de preto, fazia tremular solidariamente entre as faixas nas tons arco-íris, a bandeira vermelha do P-Sol, partido de Heloísa Helena, mais uma aventura radical das esquerdas brasileiras, tão minorias quanto o movimento...
A maior parte dos que assistiam o desfile era de curiosos, talvez para ver algum gay conhecido ou conhecer algum que resolvesse assumir sua condição. Havia também os gay enrustidos, que preferiam se esconder no anonimato da multidão. De vez em quando surgia um “machão” mais radical vociferando contra os alegres manifestantes ou alguém mais conservador como um velhinho que fez um discurso exorcizando Belzebu e implorando a Deus para que jogasse seus raios contra “Sodoma e Gomorra”!
Os comentários do dia seguinte me revelaram o quanto o preconceito ainda existe entre nós. Não ouvi ninguém elogiando a coragem e a iniciativa do GHS – Grupo de Homossexuais de Santarém, ao realizar a manifestação pelos seus direitos. Foram sempre pejorativos do tipo: “Viu os seios daquela bibona?”, “Menina, pois acredita que um vizinho meu soltou a franga e se assumiu na Parada Gay?!” e “Vi as duas lésbicas se beijando na boca!!!”, ou ainda interpelações do tipo: “Tiveste a coragem de ir àquela pouca vergonha????”.
Pobre da “metrópole” que não consegue conviver com sua diversidade...
Ninos, que coisa hein?
ResponderExcluirMe conte:voce viu algum político por lá?
A Maria foi?A PMS apoiou o evento?
É verdade que havia uma biba enorme,fortona,cara de mázinha,queixo lá em cima,bundona?
Será que o Bené Bicudo tava vendo tudo lá de cima?Ouvi dizer que quando a parada passou na frente da casa do Pixilinga ele se tremia todo.Será mesmo?Algum radialista famoso e feioso presente ou trnsmitindo o evento?
Me disseram até que estavam levando uma alegoria em homenagem ao pingolim mais alentado de Santarém.Seria o do Surdão?Ah,Ninos conta...conta Ninos.
Ninos, testemunha ímpar desse evento histórico, observador atento do comportamento e trejeitos humanos, com certeza não haverá de nos decepcionar, caro Juvêncio.
ResponderExcluirConta, Ninos!!!
Puxa, Ninos, conta alguma coisa de um participante que caiu na famosa "Vala do Timóteo" e nunca mais saiu de lá? Tinha alguém deste tempo por lá?
ResponderExcluirConta, Ninos, conta logo!