Artigo que escrevi ontem, na coluna Peripatos, do Diário do Tapajós:
Pra início de conversa: VOU VOTAR SIM, NO REFERENDO DE DOMINGO.
Porque? Por questão de princípios éticos e morais: sou um pacifista e não acredito que armas sejam a solução para qualquer conflito. Mas essa defesa, sei, é vaga, diante de tantos argumentos apresentados na ridícula campanha no horário gratuito de rádio e TV.
E ao que tudo indica, o NÃO tem tudo pra ganhar. Porque? Por que este referendo está fadado a marcar por definitivo a desilusão do cidadão comum pelas causas nobres. Com todas as pessoas, esclarecidas ou não, que tenho conversado a resposta sobre a pergunta tem sido a mesma: NÃO! A maioria não sabe porque, mas diz NÃO!
Chego à conclusão que o NÃO uníssono não é contra o desarmamento e sim contra tudo o que está aí. O cidadão está dizendo NÃO à corrupção, à proibição, à situação, à oposição, à poluição, à toda confusão de mais uma eleição fora de época!
O referendo já estava previsto no Estatuto do Desarmamento, quando este foi sancionado em dezembro de 2003 e a população mostrou que aprovava a medida ao entregar armas que tinha em casa. Mas agora, na hora do referendo diz NÃO! Porque então houve essa mudança?
Primeiro, porque de lá pra cá a conjuntura política nacional se deteriorou: os escândalos no governo Lula acabaram com o último pilar da moralidade no País. O Congresso, com renúncias ou cassações, enfrenta sua maior crise. E até o futebol vive as mazelas da corrupção, tirando o brilho da maior paixão do povo brasileiro. A auto-estima da nossa gente está, literalmente, na lama...
Por outro lado, entidades civis que defenderam o Estatuto como forma de diminuir a violência, não se prepararam para o referendo. Em dois anos, não ouvi falar de comitês ou plenárias regionais para amadurecer o assunto. A Igreja Católica começou uma campanha recentemente, a OAB também foi omissa e outras entidades populares sequer levaram o debate para suas bases. E os políticos da Frente Parlamentar pelo SIM estavam mais preocupados em salvar seus traseiros. O resultado é que vem por aí: um sonoro NÃO!
O lobby do comércio das armas encontrou um ambiente favorável para uma campanha movida pela negação ao princípio básico da paz, inclusive com apoio de revistas nacionais como a VEJA. Não adiantou artistas da Globo ou intelectuais de peso, como Chico Buarque, defenderem o SIM.
Conversando com jovens que defendem a rebeldia como bandeira e sempre se identificaram com o NÃO, sinto que, de repente, o referendo acabou sendo uma forma de expressar essa negação.
Acho que o SIM pode até ganhar, por uma pequena diferença. Mas tudo indica que NÃO.
Por tudo isso, remo contra a corrente da desilusão e digo: SIM!
A única arma que me permito usar é minha palavra e meu voto. Porque esse é o meu jeito de dizer não.
(Visite o site www.referendosim.com.br)
Pra início de conversa: VOU VOTAR SIM, NO REFERENDO DE DOMINGO.
Porque? Por questão de princípios éticos e morais: sou um pacifista e não acredito que armas sejam a solução para qualquer conflito. Mas essa defesa, sei, é vaga, diante de tantos argumentos apresentados na ridícula campanha no horário gratuito de rádio e TV.
E ao que tudo indica, o NÃO tem tudo pra ganhar. Porque? Por que este referendo está fadado a marcar por definitivo a desilusão do cidadão comum pelas causas nobres. Com todas as pessoas, esclarecidas ou não, que tenho conversado a resposta sobre a pergunta tem sido a mesma: NÃO! A maioria não sabe porque, mas diz NÃO!
Chego à conclusão que o NÃO uníssono não é contra o desarmamento e sim contra tudo o que está aí. O cidadão está dizendo NÃO à corrupção, à proibição, à situação, à oposição, à poluição, à toda confusão de mais uma eleição fora de época!
O referendo já estava previsto no Estatuto do Desarmamento, quando este foi sancionado em dezembro de 2003 e a população mostrou que aprovava a medida ao entregar armas que tinha em casa. Mas agora, na hora do referendo diz NÃO! Porque então houve essa mudança?
Primeiro, porque de lá pra cá a conjuntura política nacional se deteriorou: os escândalos no governo Lula acabaram com o último pilar da moralidade no País. O Congresso, com renúncias ou cassações, enfrenta sua maior crise. E até o futebol vive as mazelas da corrupção, tirando o brilho da maior paixão do povo brasileiro. A auto-estima da nossa gente está, literalmente, na lama...
Por outro lado, entidades civis que defenderam o Estatuto como forma de diminuir a violência, não se prepararam para o referendo. Em dois anos, não ouvi falar de comitês ou plenárias regionais para amadurecer o assunto. A Igreja Católica começou uma campanha recentemente, a OAB também foi omissa e outras entidades populares sequer levaram o debate para suas bases. E os políticos da Frente Parlamentar pelo SIM estavam mais preocupados em salvar seus traseiros. O resultado é que vem por aí: um sonoro NÃO!
O lobby do comércio das armas encontrou um ambiente favorável para uma campanha movida pela negação ao princípio básico da paz, inclusive com apoio de revistas nacionais como a VEJA. Não adiantou artistas da Globo ou intelectuais de peso, como Chico Buarque, defenderem o SIM.
Conversando com jovens que defendem a rebeldia como bandeira e sempre se identificaram com o NÃO, sinto que, de repente, o referendo acabou sendo uma forma de expressar essa negação.
Acho que o SIM pode até ganhar, por uma pequena diferença. Mas tudo indica que NÃO.
Por tudo isso, remo contra a corrente da desilusão e digo: SIM!
A única arma que me permito usar é minha palavra e meu voto. Porque esse é o meu jeito de dizer não.
(Visite o site www.referendosim.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aqui você ajuda a fazer este blog. Comente.