O grande fiasco da primeira noite do Festival dos Botos, em Alter do Chão, ontem à noite, foi o show da grande cantora baiana Margareth Menezes.
O problema foi o curtíssimo show da cantora (apenas 40 minutos de espetáculo) prejudicado pelo atraso da apresentação dos botos. Por conta de outro compromisso em Olinda (PE), a musa baiana tinha um avião fretado à sua espera no aeroporto e por isso não poderia prolongar seu show até mais tarde.
Simpática, ela entrou no palco, explicou o que estava acontecendo e disse que se dependesse de seu agente ela nem entraria no palco, mas em respeito ao público e à cidade que a acolheu, ela resolveu fazer um show compacto.
Depois de cantar cerca de 10 músicas, Margareth deixou o palco e o público que ainda lutava para entrar no local (havia pelo menos umas 10 mil pessoas dentro e fora do Largo Sairé) ficou atônito e começou um show de apupos e vaias, em direção ao camarotes das autoridades, de onde a prefeita Maria do Carmo e seus assessores já haviam saído.
A revolta foi geral e o público comprimido naquele espaço manifestava sua insatisfação, enquanto no palco a Banda Tapajoara se preparava para fazer seu show.
O radialista e apresentador oficial do Festival dos Botos, Sinval Ferreira, que este ano fez dobradinha com o jovem Téo Neves, tentou acalmar a multidão enfurecida pedindo música eletrônica enquanto a banda se arrumava em palco.
Nos bastidores, colhi a informação que o atraso da apresentação dos botos foi ocasionada a pedido da equipe da TV A Crítica, de Manaus, que transmitia o show ao vivo para o SBT, e precisava registrar o evento logo após a novela Xica da Silva. A TV foi atendida e o atraso nas apresentações acabou prejudicando o show de Margareth.
Talvez para diminuir o fiasco, a coordenação deveria, hoje, abrir os portões para o show da banda Barão Vermelho. Haveria um prejuízo financeiro em detrimento de prejuízo político, em respeito ao público que foi lá. Fica a sugestão.
O mais interessante é que nos bastidores do evento, os elogios para organização eram unânimes. A equipe montada para o espetáculo era grande e solícita, a arrumação do palco e dos camarotes condizente com o evento, o espaço para a banda dos botos, tudo parecia impecável. Até São Pedro contribuiu e não fez chover, como nos anos anteriores.
Mas no meio do caminho havia um compromisso televisivo e um compromisso com outro show em Olinda. Sobrou para Maria do Carmo.
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