Republico aqui no blog, o post do jornalista Paulo Markun sobre a onda dos bloggeiros (a qual me associo), como nova tendência para a informação na internet:
"Alguém duvida que o blog é mídia? Mídia que tem lá suas peculiaridades - a mais evidente essa instantânea reação dos visitantes/leitores, que podem comentar, esculhambar, contradizer o que está posto aqui, ali e em qualquer outro blog existente, sem ao menos dar a cara para bater.
Como nunca fui, nem pretendo ser, um teórico da comunicação, deixo a outros a tarefa de pontificar sobre o tema. Registro apenas que os blogs vem ganhando espaço nas mídias convencionais, contradizendo os que diziam que era onda efêmera, mania passageiras, como tantas da internet. Nos EUA, blogueiros já demolem âncoras e a reputação de jornalões. Por aqui, existem colunas sobre o tema em cadernos especializados de jornais ou revistas.
Mais dia, menos dia, vai aparecer um programa sobre blogs no rádio ou na TV. Mas até lá, quando a mídia tradicional trata do assunto, acaba dando mais espaço para figurinhas carimbadas que para blogueiros velhos de guerra. Foi o que aconteceu no caderno Link, do Estadão de hoje, onde a bela matéria do repórter André Mascarenhas sobre o tema acabou sendo ilustrada por uma foto deste blogueiro eventual no cenário do Roda Viva.
De todo modo, o que interessa é que a matéria traz um guia prático que facilita a vida dos que ainda não se aventuraram nessa mídia, com direito a infográfico e tudo mais. Tomara que incentive o surgimento de blogs entre quem ignorava esse instrumento de comunicação ou achava que era coisa de adolescente. ( Nada contra a adolescência, salvo o fato da minha ter ido embora faz tempo...)
De todo modo, sugiro que os teóricos resgatem a experiência do Jornal de Debates. Editado por Limeira Tejo no período da redemocratização pós Estado Novo, o semanário criou confusão apenas publicando opiniões de leitores contra e a favor de vários temas. Nos anos 70, já alquebrado, Limeira Tejo tentou recriar o projeto. Cheguei a participar de várias conversas, mas a censura acabou matando a iniciativa em pouco tempo. Na mesma linha, nos anos 90, o arquiteto Chico Whitaker, hoje engajado no Fórum Social Mundial, pilotou uma tentativa de que nunca mais tive notícia.
Eram iniciativas que buscavam, cada uma a seu modo, quebrar a barreira erguida entre leitores e produtores de informação tão logo a engenhoca criada por Gutemberg mostrou a que viera. Mas por mais que a internet acabe com essa barreira, fica a pergunta: de que adianta escrever o que bem entendemos, se ninguém nos lê? Os blogs talvez dêem resposta a esse dilema. Será?"
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